Com a porta ainda trancada, Raimundo começou a atirar contra a cabine (as portas ainda não eram blindadas).
Um tiro acertou o piloto reserva na perna, fraturando-a.
O outro, acertou o painel.
Ele percebeu que morrer seria inevitável, então começou um perigoso processo de convencimento com o sequestrador em busca de uma improvável solução.
O céu não estava nublado a esse ponto, mas o piloto sobrevoou áreas mais nubladas dizendo ser Brasília.
E convenceu o sequestrador.
O piloto Fernando novamente argumentou que o avião não tinha combustível para tanto.
Sugeriu então um pouso no Santa Genoveva, em Goiânia.
Por fim, diante da recusa de pousar em Goiânia, e das ameaças que só faziam crescer, o piloto tomou mais uma decisão.
"Eu pensei, como vou morrer mesmo, vou arriscar. Parti para o tudo ou nada. Já que vou morrer, vou morrer brigando porque, pelo visto, ele não ia me deixar pousar.”
Fernando conseguiu fazer cair o sequestrador e pousar com tranquilidade.
Num tempo ainda tão próximo da monstruosa ditadura que vivemos, a morte jamais foi investigada a fundo.
O capitão Fernando provou serem possíveis.
Que o comandante Fernando vá em paz, e que fique sua lição de altruismo, em tempos tão duros de egoismo e individualismo.
FIM
g1.globo.com/go/goias/notic…
Em podcast, no umcontoetanto.com.br
No Telegram, um canal: t.me/tantotupiassu
No Facebook, uma página: facebook.com/tantotupiassu/
No Instagram, fotos fofas de pimpolhos: instagram.com/tantotupiassu/