Da próxima vez que o gov federal mentir sobre a responsabilidade pelos incêndios na #Amazônia, envie o nosso mapa. Difícil negar a realidade quando ela aparece sobreposta em camadas de dados na mesma visualização: #FOGO e #DESMATAMENTO tem relação direta: cortinadefumaca.ambiental.media
Ontem, na ONU, Bolsonaro culpou os pequenos produtores rurais das populações tradicionais amazônicas e do #Pantanal pelas queimadas nas duas regiões, mas isso não é verdade. O time da @ambientalmedia passou 6 meses investigando os dados de fogo e desmatamento na #Amazônia
No primeiro mapa, baseado no Banco de Dados de Queimadas do Inpe [queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/bdqu…], mostramos os focos de calor na Amazônia em 2019
No segundo, dados de #desmatamento, também em 2019, do Sistema Prodes, do #INPE [obt.inpe.br/OBT/assuntos/p…]. Vale aqui ressaltar a excelência do trabalho da instituição científica, que está sendo atacada justamente pelo valor da sua atuação técnica – os satélites não mentem
No terceiro mapa da série, as duas camadas – FOGO e DESMATAMENTO – aparecem combinadas. Como explica a bióloga @Erika_Berenguer, da @RAS_network : "No processo do desmatamento, o fogo é a etapa final, transformando em cinzas a floresta que ali estava"
Pra entender ainda melhor o que, de fato, está acontecendo na Amazônia, aprofundamos a análise e avaliamos os dados nos níveis municipal e em tamanho de propriedade rural. O próximo mapa da reportagem mostra os quatro municípios líderes em destruição da floresta em 2019
Não é coincidência. Os 4 primeiros colocados nas listas de municípios campeões de fogo e desmatamento são os mesmos: Altamira e São Félix do Xingu, no Pará; Porto Velho, em Rondônia; e Lábrea, no Amazonas, mesmo estado de Apuí, que aparece em sexto (fogo) e sétimo (desmatamento)
Voltando ao #CortinadeFumaça, a @laurakurtzberg analisou os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) nos 4 municípios citados nesse fio. Resultado: 72% dos focos de calor aconteceram em propriedades de médio e grande porte (< 440 hectares) e o restante em imóveis rurais pequenos
Ou seja, mesmo ao analisar especificamente esta categoria fundiária (imóveis rurais), e deixando de lado outras, como Florestas Nacionais e Terras Indígenas, não dá pra sustentar as alegações de Bolsonaro e cia: não são os pequenos proprietários que estão incendiando a Amazônia
Em nosso último mapa, mais uma vez fogo e desmatamento sobrepostos: agora, no primeiro semestre de 2020. Como se pode ver, mesmo antes da temporada seca, a correlação entre fogo e desmatamento seguiu ativa
Importante: estas conclusões não se limitam ao que mostram as visualizações de dados, mas também à avaliação técnica de alguns dos principais cientistas com trabalhos relevantes sobre o tema. Entrevistamos uma dezena de pesquisadores de diferentes instituições
Entre eles, Ane Alencar, do @IPAM_Amazonia . Em nota técnica publicada em agosto deste ano, o Instituto aponta: "As queimadas associadas ao desmatamento recente respondem por 34% do número de focos de calor por tipo de fogo no bioma Amazônia em 2019" ipam.org.br/wp-content/upl…
Em outro análise científica, @NASA_Doug mostrou, por meio de uma nova ferramenta que avalia a intensidade dos focos de calor, que 54% do fogo na Amazônia em 2020 têm origem no desmatamento oglobo.globo.com/sociedade/nasa…
Como explica hoje o professor Carlos Nobre à @bbcbrasil , o fogo na Amazônia tem relação com a expansão agrícola, que, por sua vez, integra o ciclo criminoso do desmatamento: "Quase tudo, acima de 80% dessa expansão, é feita por grandes propriedades" bbc.com/portuguese/bra…
A narrativa que culpa as populações tradicionais se vale do fato de que os pequenos produtores utilizam pequenos incêndios controlados como método de renovação do solo no plantio de subsistência. Esse tipo de fogo pode, sim, escapar para áreas de floresta e iniciar incêndios
Mas a ciência, os satélites e agora nossos mapas estão aí pra mostrar a #CortinadeFumaça que tenta mascarar as devidas responsabilidades. Ao invés de oferecer suporte técnico aos agricultores familiares, é + fácil culpá-los pelo descaso ambiental na Amazônia. Não vai colar
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Neste "capítulo", focamos no dia a dia dos agricultores familiares que vivem na #Floresta Nacional do #Tapajós e na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, onde #cientistas trabalham lado a lado com #ribeirinhos no desenvolvimento de tecnologias alternativas ao fogo na agricultura
Estas populações dependem do que plantam para sobreviver e utilizam pequenas #queimadas controladas no preparo do solo. Sem suporte técnico do Estado, pressionados por desmatadores e por um #clima cada vez mais seco, eles ainda se veem acusados pelo governo federal
Não “só” a divulgação de multas ambientais agora está submetida ao vice-presidente Mourão. Uma série de publicações no DOU nos últimos dias esvazia ainda mais a atuação do Ibama, limita o Conselho Nacional da Amazônia ao Executivo e cria aberrações. Links da boiada passando
PORTARIA Nº 1.369, de 16 de junho, institui um núcleo de instrução de processos ambientais e proíbe a divulgação de multas ambientais ainda não julgadas. É um ataque à transparência e à conservação ao mesmo tempo in.gov.br/en/web/dou/-/p…
RESOLUÇÃO Nº 1, de 17 de junho, sobre o Conselho Nacional da Amazônia, limitando os membros ao poder Executivo federal, que poderão convidar outras pessoas, como prefeitos e governadores da Amazônia Legal, mas estes ñ terão direito a voto in.gov.br/en/web/dou/-/r…
URGENTE: Indígenas das etnias Tiriyó, Katxuyana, Txikiyana, Wayana e Aparai, moradores de TIs entre norte do Pará e fronteira c Amapá, pedem socorro. A região só é acessível por avião, já há 19 indígenas c #covid19 e ali há povos recém-contatados e isolados. Etnocídio em curso
O esvaziamento dos órgãos ambientais e a validação da ilegalidade patrocinadas por Salles e Bolsonaro atuando na disseminação da #covid19 no interior da #Amazônia: recebo de fonte a DENÚNCIA de que um piloto de balsa na região de Santarém desafiou ordem dos fiscais do @ICMBio
A balsa transporta passageiros entre as localidades do Baixo Tapajós, onde existem algumas Unidades de Conservação, como a Floresta Nacional (Flona) Tapajós. Só que uma portaria do MMA do final de março fechou todas as UCs do país. Questionado pelos fiscais, o homem deu de ombros
Disse que seu barco está regularizado pela Marinha e que NÃO RECONHECE A AUTORIDADE DO ICMBio. O saldo é trágico: a embarcação teria sido o veículo para a contaminação de 20 pessoas apenas na comunidade de Prainha, que fica na Flona Tapajós, sendo que um dos ribeirinhos já morreu
A conclusão do maior estudo feito até aqui com a #cloroquina, recém publicado no Journal @TheLancet : “Em resumo, este estudo (...) de pacientes com COVID-19 que necessitaram de hospitalização constatou que o uso de um regime contendo hidroxicloroquina ou cloroquina +
com ou sem macrolídeo*) foi associado a nenhuma evidência de benefício, mas, em vez disso, foi associado a um aumento no risco de arritmias e a um maior risco de morte hospitalar (...) +
Os resultados sugerem que esses medicamentos não devem ser utilizados fora dos ensaios clínicos e é necessária a confirmação urgente dos ensaios clínicos randomizados.”
*macrolídeo é o grupo de antibióticos ao qual pertence a azitromicina
Até aqui, o já popular fator de reprodução R (quantas pessoas um indivíduo infectado é capaz de infectar) tem sido o foco das discussões, mas é provável que o fator K, relacionado ao conceito de clusters, tenha papel fundamental na compreensão da doença e nas decisões políticas
Um fator K baixo indica que a transmissão da doença vem, na verdade, de um grupo pequeno de pessoas. Em um preprint recente (link), pesquisadores estimam o K para a #covid19 em 0.1 e afirmam ser possível que “10% dos casos levaram a 80% da disseminação” wellcomeopenresearch.org/articles/5-67