É altura de reeditar os relatórios semanais da Covid, para acompanhar a segunda vaga. Vamos a isso!
semana 6-13 com aumento de 8809 casos, ou 10,96% de aumento. nos primeiros 7 dias de Abril o aumento foi de 94,16%, o maior aumento semanal registado em PT
(fio 1/7)
Aumento lento mas estável de utentes internados. tanto em enfermaria como UCI. +184 internados o que equivale a 25,13% (916 total). em UCI + 28 doentes, hoje com 132.
Pico de internamentos foi de 271 em UCI a 7/04 e 1302 internados em 16/04. (2/7)
A capacidade de internamento em enfermaria é mais elástica. O SNS tem cerca de 21 mil camas, com capacidade de expandir temporariamente para os pavilhões militares. Em UCI o número é mais estanque, de momento temos à volta de 820 camas, temos 16% ocupadas com doentes Covid (3/7)
Um aumento de 78 óbitos. Um taxa de mortalidade (por caso) de 2,368%, já foi de 4,328% a 26 de maio. O que demonstra estamos a identificar mais casos positivos.
Os casos ativos aumentaram 19,5% e os recuperados apenas 6,5%, o que seria de esperar dado o novo pico registado (4/7)
Os números de amostra precisam de melhorar a qualidade, há bastantes oscilações que não se explicam apenas pelo efeito fim de semana. A média diária semanal foi de um rácio de 5,9% positivo/teste, o que a ser confirmado, é um rácio aceitável. (5/7)
Não é desejável um novo confinamento nacional. Há condições de saúde que agravam com novo confinamento generalizado como experienciamos em abril. a acontecer, deve ser o mais local possível. Para isso, precisamos de tecnologia e equipas de saúde pública com RH adequados (6/7)
Sejam agentes ativos de saúde pública, a economia não recupera totalmente sem o problema de saúde resolvido:
- lavagem das mãos
- máscaras usadas corretamente
- distanciamento social
(7/7)
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Ao entrar na segunda vaga, vamos rever as 🚨atualizações da covid em pediatria 🚨
- para começar, as crianças podem apanhar covid. Parecem ter uma probabilidade menor de serem contagiadas, mas podem ter doença. A menor probabilidade também se pode explicar por ser um
Grupo etário menos testado. Dentro da pediatria, o grupo até 1 ano é responsável por +/- 28%. Novamente, pode ser fruto de mais testes nesta faixa etária pelo que estão sobrerepresentados
- como se dá contágio? A grande maioria c exposição em casa. Uma minoria por pessoal docente
Parece indicar que a transmissão por crianças é menor/não existente. Crianças grandes ou adolescentes a transmissão é igual aos adultos. Em 107 casos sul coreanos onde a criança pequena foi o caso index em casa, apenas 1 houve contágio aos pais
E que tal um fio sobre a atualidade do sistema de saúde EUA perante a crise pandémica?
Havia rankings que o colocavam como o melhor sistema para enfrentar uma crise. A realidade bateu de frente com esta ideia. Má gestão política e falhas estruturais contribuíram para o resultado
Um sistema baseado em seguros e prestadores privados, depende enormemente da atividade programada. Mas em crise esta atividade é reduzida ou suspensa em todo o lado (não foi só em Portugal como alguns afirmam).
Sem esta atividade, os prestadores privados ou vão à falência (o que tem ocorrido) ou fazem cortes drásticos, forçando os trabalhadores da saúde a condições indignas e pouco seguras, o que por sua vez aumenta o risco para o doente
Gravidez e Covid: o que sabemos?
A evidência disponível não coloca as grávidas em grupo de risco. As grávidas em risco são pelos seus antecedentes pessoais, não pelo facto de estarem grávidas
mulheres grávidas saudáveis têm o mesmo risco de doença grave e admissão em UCI como as mulheres saudáveis não grávidas. No entanto, nestes casos as grávidas têm risco acrescido de partos pré-termo e cesarianas
Ao dia de hoje, não há evidência de transmissão vertical. Em mulheres grávidas com covid, o vírus não foi encontrado nem no líquido amniótico nem em secreções vaginais. o bebé nasce sem a doença, mas deve ser protegido imediatamente
Sexta-feira, dia 68º desde o inicio da pandemia em PT, dia de relatório semanal:
terminamos a semana com 27.268, acréscimo de 8,3% vs 8,4% na semana passada. Pela influência dos últimos dias, os casos duplicam a cada 46 dias, já duplicaram a cada 60
estamos a desconfinar e a reabrir o país. Para já, mantemos tendência de descida nos internamentos, mais importante, nas UCI observamos o mesmo cenário. Temos que recuar até ao principio de abril/final de março para encontrar os mesmos números de internamentos e UCI.
Estamos a utilizar apenas 4% da capacidade instalada no SNS de camas com covid. utilizando a métrica de 2016, 18% das camas de UCI estão utilizadas com covid. Esta será talvez a métrica mais importante para decidir novo confinamento, a ameaça de exaustão das camas de UCI
Na reabertura do país há 3 hábitos adquiridos no estado de emergência que têm que continuar:
- lavagem das mãos
- etiqueta respiratória
- limpeza de superfícies
Quantas vezes lavar as mãos por dia? Não há um número mágico e consensual nos vários estudos. E varia imenso com a atividade desenvolvida pelo indivíduo. Número redondo para servir de guia - 12x. Lavar mãos 12x dia com técnica correcta para impedir propagação de vírus
Desinfecção de superfícies é algo igualmente importante. Nos locais de trabalho façam pressão para que haja não só sabão, como produtos e formação sobre como e quando limpar superfícies. Deve ser *pelo menos* diária. Varia claro, conforme a atividade exercida
Pelo senso comum, sabemos que a atividade programada do sns sofreu com o impacto do covid-19. Qual a magnitude deste impacto e como iremos resolver esta situação? Com os dados públicos do SNS (dados até março), é possível perceber algumas coisas: (segue fio)
Em plano de contigência, uma das prioridades foi libertar ventiladores e camas de cuidados intensivos. Desta forma a atividade cirúrgica programada foi diminuída e suspensa. Em março já se observa um diminuição de 8% em relação à média dos últimos 5 anos, ou 11830 cirurgias.
em relação ao melhor ano da série - 2017 - a diferença chega aos incríveis 21404 menos cirurgias. O que nos deve levar a refletir sobre as razões porque a capacidade instalada não estar a ser utilizada num ano "normal"