Não há dúvidas. A devastação faz parte de um projeto do governo, que se orgulha da condição de pária internacional, pelo desmonte que fez na gestão ambiental do país. Como disse o ministro das Relações Exteriores, “que sejamos pária”.
Um dos grandes responsáveis por colocar o país à margem no cenário internacional é o ministro responsável pelo desmonte ambiental, Ricardo Salles.
É pelo desserviço prestado ao Brasil e ao mundo que Salles foi premiado pelo presidente com a honraria do Ministério de Relações Exteriores, ironicamente dado por “serviços meritórios”.
Um governo que se orgulha da destruição do seu rico e belo patrimônio natural, que premia e protege comportamentos inaceitáveis, não terá como se desvencilhar da imagem desprezível que já tomou conta fora do Brasil.
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Ela sozinha, impotente;
eles em bando, cúmplices e conscientes.
Ela pede socorro:
me tira daqui, me tira daqui;
eles, em perverso gozo, zombam e riem.
Depois do crime cometido,
do mundo ouvem-se os gritos:
uns corretamente indignados
pelas cicatrizes dela
para vida inteira;
outros, indiferentes à sua dor,
lamentam o prejuízo,
à fama e à carreira
de quem o crime praticou.
Que o clamor das pedras se some
aos que por justiça clamam.
Que os montes rujam e se abalem
em repreenda aos que lamentam
só o fim de uma carreira.
Diante do corpo aviltado
no chão da indiferença,
do domínio bestial,
Que impõe impedimento
Às defesa do mal,
O grupo de estudo para fundir o IBAMA e o ICMBio, criado por uma portaria do MMA publicada no diário oficial, mostra que o governo não pretende apenas passar a boiada, mas embretar todo o sistema nacional de meio ambiente.
Fundir os dois órgãos novamente é um gigantesco e inaceitável retrocesso. Embora ambas as instituições sejam órgãos executores da política nacional de meio ambiente, elas desempenham funções distintas e de elevada especialização.
O IBAMA é responsável pelo controle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, solo, etc) e pela concessão de licenças ambientais para empreendimentos de sua competência.
Nossa soberania sobre a Amazônia é inquestionável, mas isso não quer dizer falta de compromisso e responsabilidade com uma região tão importante e estratégica para o equilíbrio do planeta e o futuro da humanidade.
É triste, muito triste, vermos o nosso país ser citado no debate das eleições dos EUA como uma ameaça à segurança climática do mundo, quando até bem pouco tempo éramos tidos como parte da solução.
No debate entre Trump e Biden, o assunto Amazônia veio à tona. Joe Biden citou o Brasil: “A Floresta Amazônica está sendo destruída, arrancada”.
O governo segue passando a boiada para seguir seu projeto de destruição da política ambiental. Esvaziou a representatividade do CONAMA, desidratou sua competência técnica e independente, para retroagir na legislação, como pudemos ver nos inúmeros retrocessos votados hoje.
É um enorme retrocesso revogar a proteção de áreas definidas como de preservação permanente, por sua importância para preservar a biodiversidade, notadamente a flora, a fauna, os recursos hídricos, e o equilíbrio ecológico, evitando a poluição das águas, solo e ar.
Outro absurdo, é a extinção das regras que protegem restingas e manguezais. O Brasil ocupa posição de destaque global pela presença da maior extensão de manguezal em linha contínua do planeta. Mas isso pouco importa pra um governo declaradamente antiambientalista.
O governo manipula dados e cria falsas narrativas para agradar seus apoiadores fanáticos, mas não percebe que isso só piora a credibilidade do país no exterior. O uso abusivo da mentira pelo governo queima ainda mais a imagem do Brasil. www1.folha.uol.com.br/ambiente/2020/…
O trabalho que fizemos no Ministério do Meio Ambiente é reconhecido internacionalmente por uma questão de resultados. Houve uma queda do desmatamento da Amazônia de 83%, enquanto o agronegócio cresceu 61%, durante 10 anos.
O governo usurpa o trabalho que fizemos de acordo com a sua conveniência populista. Para fora, usa as conquistas de nossa gestão para convencer autoridades e investidores estrangeiros. Para dentro, cria gráficos mentirosos atacando o que fizemos.
O ministro Ricardo Salles, que em tese seria do meio ambiente, diz que o fogo no Pantanal aconteceu por conta da “perseguição a pecuaristas”. Uma inversão cognitiva para justificar seu compromisso com a destruição ambiental.
A PF anunciou que já tem provas suficientes de queimadas intencionais para indiciar fazendeiros de MS pelo fogo no Pantanal.
O vice-presidente relativiza os incêndios no Pantanal: “recordes acontecem, né?”. Diz que “ocorre um certo exagero na divulgação desses dados”, mas não dá uma palavra sobre o governo ter gastado apenas 36% das verbas para combater e fiscalizar queimadas nesse ano.