O contexto de crises econômicas, relações de produção, condições de classes, culminaram numa necessidade de desenvolver uma ferramenta para a análise social.
Uma ciência que tratasse, através do conhecimento empírico, novas respostas e soluções para patologias sociais. Durkheim pensava que esse era um papel de um sociólogo: diagnosticar e receber os dados sociais para encontrar soluções para essas mazelas que surgiam no século XIX.
Seguindo uma tradição positivista no seu texto “As Regras do Método Sociológico”, Durkheim acreditava que a sociedade podia ser vista através de fenômenos sociais da mesma forma que a ciência natural. Podendo ser empregado o método científico e explicado por leis sociológicas.
Sendo a sociedade um conjunto de ideias, de moralidades, com suas próprias funções. Esse conjunto constitui uma consciência coletiva própria e essa mesma consciência é atuante nas próprias relações individuais; no sentido coercitivo. A sociologia seria a ciência que trata
exatamente desse conjunto, que estuda os fatos sociais: o comportamento individual coagido por essa mesma coerção exterior caracterizada pela consciência coletiva. Para ele esses fatos sociais eram coisas, objetos de análise que poderiam ser utilizados como ferramentas para os
estudos comportamentais – e a sociologia, assim, ultrapassaria o aspecto de análise individual para o de análise coletiva, a partir de uma nova realidade, a realidade do fato social.
Comte é o pai do positivismo, seu criador. Sua metodologia progressista se baseia no progresso da humanidade e concomitante, da ciência.
Após diversas conturbações em sua vida,
desenvolveu em 1851 sua obra de quatro volumes chamada “Política Positiva ou Tratado de Sociologia Instituindo a Religião da Humanidade.”
Comte então, tratou de temas como filosofia, economia, matemática. Para ele, todas as ciências são convergentes em si, devendo ser
classificadas pelo grau de sua complexidade.
Fazendo uma análise econômica, Comte defendia o capitalismo como algo necessário para o progresso da sociedade, citando que, quaisquer problemas poderiam ser facilmente resolvidos.
(Divergente de Marx, Comte não concordava com a
ideia do fim da propriedade privada.)
Como francês, viveu uma época conturbada em seu país. Com isso, o filósofo tentou visar um modelo de reorganização social.
E assim, entramos na sua teoria mais conhecida:
[A LEI DOS TRÊS ESTADOS]
Esta é a teoria de Comte que rege o pensamento humano.
O filósofo a secciona em três fases:
a)Teológica
b)Metafísica
c)Positiva
(...) “Estudando, assim, o desenvolvimento total da inteligência humana em suas diversas esferas de atividade, desde seu
primeiro vôo mais simples até nossos dias, creio ter descoberto uma grande lei fundamental, a que se sujeita por uma necessidade invariável, e que me parece poder ser solidamente estabelecida, quer na base de provas racionais fornecidas pelo conhecimento de nossa organização,
quer na base de verificações históricas resultantes dum exame atento do passado.
Essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes:
estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato, estado científico ou positivo. Em outros termos, o espírito humano, por sua natureza, emprega sucessivamente, em cada uma de suas investigações, três métodos de filosofar, cujo caráter é essencialmente diferente e mesmo
radicalmente oposto: primeiro, o método teológico, em seguida, o método metafísico, finalmente, o método positivo.
Daí três sortes de filosofia, ou de sistemas gerais de concepções sobre o conjunto de fenômenos, que se excluem mutuamente: a primeira é o ponto de partida
necessário da inteligência humana; a terceira, seu estado fixo e definitivo; a segunda, unicamente destinada a servir de transição.
No estado teológico, o espírito humano, dirigindo essencialmente suas investigações para a natureza íntima dos seres, as causas primeiras e finais
de todos os efeitos que o tocam, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação direta e contínua de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo.
No estado metafísico, que no fundo nada mais é do que simples modificação geral do primeiro, os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades (abstrações personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como capazes de
engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados, cuja explicação consiste, então, em determinar para cada um uma entidade correspondente.
Enfim, no estado positivo, o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, renuncia a procurar a
origem e o destino do universo, a conhecer as causas íntimas dos fenômenos, para preocupar-se unicamente em descobrir, graças ao uso bem combinado do raciocínio e da observação, suas leis efetivas, a saber, suas relações invariáveis de sucessão e de similitude. A explicação dos
fatos, reduzida então a seus termos reais, se resume de agora em diante na ligação estabelecida entre os diversos fenômenos particulares e alguns fatos gerais, cujo número o progresso da ciência tende cada vez mais a diminuir. ” (COMTE, 1825)
Para ele, a sociologia trata do homem, da determinação histórica da sociedade, do que ela será, e do que foi.
A transcrição citada acima foi retirada do livro “Os pensadores” publicada em PDF:
Marx foi, sem dúvidas, um dos maiores filósofos e sociólogos do século XX, e que teve ampla influência em diversos campos de estudo, principalmente por suas críticas ao funcionamento da sociedade
capitalista.
Suas premissas fundamentais pautam-se, em primeiro lugar, de que existem claras distinções nas perspectivas que os indivíduos detém com base nas classes sociais em que estão inseridos. Um indivíduo que faz parte do proletariado, tem uma vivência proletária,
e portanto terá perspectivas proletárias acerca da realidade em que está inserida. Da mesma forma, um indivíduo burguês terá perspectivas burguesas sobre a realidade.
Essas diferenças de perspectivas sobre os diversos contextos históricos e sociais que os indivíduos se encontram,
Em O Bode Expiatório, René Girard, um dos críticos mais profundos e originais do nosso tempo, prossegue a sua reflexão sobre o “mecanismo sacrificial”, ao qual devemos, do ponto de vista antropológico, a civilização e a religião, e, do ponto de
+
vista histórico e psicológico, os fenómenos de violência coletiva de que o século XX foi a suprema testemunha e que mesmo hoje ameaçam a coabitação dos humanos sobre a Terra. Ao aplicar a sua abordagem a textos persecutórios, documentos que relatam o fenómeno da…
violência coletiva da perspetiva do perseguidor tais como o Julgamento do Rei de Navarra, do poeta medieval Gillaume de Machaut, que culpa os judeus pela Peste Negra, Girard descobriu que estes apresentam surpreendentes semelhanças estruturais com os mitos, o que o leva a…
Ambientalismo: Uma Análise Libertária – Tiago Brum (@Brum_Opressor )
A dica da manhã foi o excelente livro de Chase Rachels sobre questões utilitárias e práticas do ancapistão. Para complementar a leitura sugerimos um excelente artigo que vai tratar especificamente do meio +
ambiente e como se dariam as ações em um meio libertário neste aspecto.
No curto, mas objetivo, artigo o autor traz a análise de como se lidaria com a conservação dos animais, da poluição em um meio libertário, do suposto fim dos recursos causados pelo capitalismo e de se o +
estado é a solução
Eis um pequeno trecho: “Se o mar ou uma floresta sofrer divisão em propriedades privadas, a segurança será mais eficiente, afinal haverá vários núcleos defendendo partes diferentes e de maneiras diferentes, garantindo uma eficiência maior. O estado será +
A análise de classes marxista X a análise de classes austríaca - H. H. Hoppe
Neste paper, Hoppe mostra como o escopo da análise marxiana está correto, mas sua derivação está errada. Nos apresenta, também, a teoria austriaca da luta de classes,
Onde o conflito não se dá entre burgueses X proletariados, e sim entre a sociedade orgânica X estamento burocrático.
[...] Primeiro, irei apresentar algumas teses que constituem o núcleo básico da teoria marxista da história. Afirmo que todas elas, em sua essência,
estão inteiramente corretas. Em seguida, irei demonstrar como essas corretas teses marxistas foram derivadas de uma base completamente errônea. Por fim, quero demonstrar como a teoria
O autor traz uma perspectiva sobre a morte e o sofrimento. Ivan Ilitch é um homem que leva a vida de maneira simples, é casado e tem dois filhos. Estudou muito para conseguir um cargo no magistrado em São Petesburgo.
No entanto, as coisas não iam bem em casa com sua esposa até chegar um momento em que era preferível se entregar de corpo e alma ao trabalho à ficar em casa brigando com a esposa. Ivan entra em conflito consigo mesmo após saber que estava doente.
Perdeu peso, sentia dores fortes e não conseguia diagnóstico e muito menos alívio.
Por fim, o personagem percebe que seu plano para ser feliz foi um desastre e agora terá que lidar com a dor psicológica além das dores físicas.