Média de pesquisas na Itália. A Liga de Salvini e os Fratelli d’Italia tem, juntos, 40%. A derrota de Trump foi importante, mas estamos longe, muito longe, de afastar o fantasma do neofascismo e das outras faces da extrema direita. Siga o fio 🧵
O neofascismo e assemelhados não são fruto apenas de mudanças na consciência popular. São uma opção de parte do grande capital. Diante de uma série de crises que se sobrepõe e se retroalimentam uma parte das elites internacionais 🧵
não acredita mais na democracia liberal, mesmo a limitada pelo neoliberalismo, como capaz de governar um mundo à beira do colapso. Isso já aconteceu - mutatis mutandis - na década de 30, que pode oferecer insumos importantes para raciocinarmos 🧵
Na década de 30, como agora, o grande capital estava dividido. Um setor queria partir para ditaduras abertas, outro continuava confiando em manter a democracia liberal no centro e deixar o estado de exceção apenas para o espaço colonial, formal ou informal 🧵
Esta divisão foi o que possibilitou vencer o fascismo e o nazismo. Na minha modestíssima opinião, será necessário agir em frentes, não necessariamente eleitorais, não necessariamente nos primeiros turnos, para afastarmos o mal maior 🧵
Não é tempo para arroubos de virtudes, autoproclamação narcisista e não-me-toques. A situação é grave justamente porque os neofascistas não são mais apenas lumpens bem sucedidos eleitoralmente 🧵
qualquer um que olhe com mais atenção os processos perceberá que uma parte importante do grande capital banca esses setores e quer que o mundo derive para novas formas de dominação 🧵
Nelas o mundo político nascido com a Revolução Francesa e cujas liberdades foram alargadas com muita luta não mais existirá. Trata-se, como disse um velho Comunista, da ditadura terrorista do capital financeiro. Contra ela (quase) tudo vale a pena para as almas não pequenas.
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Tenho um palpite, mas é só um palpite, posso estar errado. Acho que várias séries da Netflix tem refletido a erupção na Europa do nacionalismo 👇
isso pode ser visto, de forma mais óbvia, no tratamento quase que obsessivo que as séries fazem do tema da imigração. Há,
No entanto, coisas mais importantes, interessantes e menos explícitas 👇
Por exemplo, a grande presença da floresta em muitas séries. A floresta, como demonstrou @simon_schama , dentre outros, é parte fundamental da construção da identidade nacional, especialmente no norte 👇
Não voltaremos ao normal, nada será como antes. Mas não por escolha, não porque o velho normal não é desejável. Não há retorno possível porque uma nova realidade nascerá da interação complexa entre várias crises que se combinarão e se potencializarão mutuamente... 👇🏼
1. crise de hegemonia no sistema internacional entre China e EUA, ou entre oriente e ocidente, de acordo com o gosto do freguês; 2. crise econômica estrutural que já vinha de antes da covid; 3. crise ecológica, com o aquecimento global como expressão mais aguda, mas não única 👇🏼
4. crise demográfica, as novas figuras do êxodo do que fala Achille Mbembe; 5 crise de saúde pública, provocada pela (s) pandemia (s) 👇🏼.
Vejam, o que virá não será a somatória simples dessas crises: a resultante será algo diferente e superior, uma síntese complexa delas.
Pronunciamento de Bolsonaro foi um pout-pourri mal cozido de satisfações aos seus apoiadores; falou de armas aos armamentistas; isenção de fiscalização mais rigorosa para caminhoneiros e taxistas; escola religiosa pra base evangélica; vans para quem a gente bem sabe, etc...
(...) Dialogou com o senso comum de sua base ao reafirmar a sua autoridade e ao apresentar Moro como alguém que está preocupado com a biografia e não com o Brasil. Busca redefinir a persona de Moro, apresentando-o como um carreirista individualista em contraposição a ele (..)
(...) alguém simples, humilde, que se submete a sacrifícios, mas que não aceita abrir de sua autoridade. Continua se identificando como arquétipo - com o perdão de um uso vulgar do conceito - do pai de família médio brasileiro. Em suma, em dificuldades e sob ataque cerrado (...)
O governo Bolsonaro não age como os governos tradicionais. Muitos dos erros que nós temos cometido desde as eleições, resultam de olhar o bolsonarismo como uma corrente normal, quando ela é uma corrente anômala 👇🏼
Um governo normal se fortalece agregando, juntando forças. O bolsonarismo se fortalece demarcando, separando, distinguindo. Ele não realiza composições, ele ataca permanentemente. Ele está no poder como uma tropa de assalto, não exerce o poder conquistado, 👇🏼
mas opera de dentro para conquistar o poder pleno. Dai que, como força de combate, como grupo q prepara uma nova ação, ele nunca se sedentarize, se acomode. É como se o bolsonarismo estivesse acampado no poder, pronto para um nova movimentação. Daí a sensação de precariedade 👇🏼
Dezessete milhões de norte-americanos perderam os empregos nas últimas 3 semanas. Na semana que vem todos os empregos gerados nos ultimos dez anos terão desaparecido. Quem poderia imaginar isso alguns dias atrás👇
(...) esta é apenas 1 pequena amostra da violência das mudanças que ocorrem neste instante. Estamos em uma daquelas dobras da história, um daqueles momentos que valerão, nos livros do historiadores do futuro, um novo capítulo, ou até um novo tomo 👇
(...)O parâmetro histórico que temos para vislumbrar o q se aproxima é o da década de 1930.Não quer dizer que ela irá se repetir, mas estudá-la é um modo de iluminar um pouco o que se aproxima. As perspectivas, portanto, não parecem nada boas, mas a história está em aberto👇
Quando eu tinha 14 anos, em 1991, fui trabalhar no @Bradesco , Agência Nova Central. Era contínuo e trampava em um departamento chamado Gerência de PAB's, responsável por cuidar desses pequenos postos do banco que ficam dentro de empresas. 👇
Mais de 20 anos depois, por uma dessas coincidências da vida, virei cliente da mesma agência para receber o salário de uma das instituições nas quais dou aula. Fiquei comovido de voltar lá, um lugar no qual passei um pedaço da minha adolescência depois de tantos anos 👇
na minha época a gerência dizia com orgulho que eramos "a maior agência bancária da América Latina. Eu, que subia e descia escadas e rampas o dia todo sabia bem: era grande pra cacete. Olhando retrospectivamente acho que fui bem feliz ali. Os amigos, o aprendizado,