Cheguei no final terceira temporada de Deadwood e é impressionante como é frustrante. É a terceira vez que assisto e é a terceira vez que fico frustrado.
Parte da frustração é porque não há fim. Parte é porque a gente não quer que acabe. Mesmo sem ter rumo, a gente quer ficar habitando naquele mundo para sempre.
Mas a terceira temporada é especialmente problemática. Nas outras, há uma repetição cíclica agregadora: todo episódio é um dia na vida dos personagens, todo episódio aprofunda nosso entendimento daquelas pessoas.
Mas a repetição da terceira é desagregadora: todo episódio aumenta a confusão, a tensão, os fios paralelos.
O autor realmente não sabia terminar e estava totalmente perdido.
E, ainda assim, você não quer que acabe. Por mais confusa que seja, você fica torcendo por mais um...
... monólogo do Ian McShane.
Ainda vou rever de novo o filme, mas a minha impressão foi bastante positiva. Embora seja novamente inconclusivo, creio que ele voltou ao "positivamente inconclusivo" das primeiras temporadas: nada se define, mas há mais clareza.
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Uma coisa que eu sempre falo aqui é para termos cuidado com o excesso de formalismo. Um bom exemplo do risco de se focar nas regras é olhar para as eleições americanas.
Formalmente falando, ninguém venceu as eleições. O que houve foi a definição dos delegados do colégio...
... eleitoral que irão escolher o presidente. Ou seja, formalmente, a eleição não está definida — tanto porque o colégio eleitoral não se reuniu, como porque há um período onde os candidatos podem pedir recontagem e entrar na justiça.
Ou seja, formalmente, está tudo aberto.
Porém, existe essa tradição da imprensa declarar o resultado antecipadamente, quando as “decision desks” acham que já dá para prever.
Como toda a imprensa declarou a vitória de Biden em uníssono e estão tachando de “golpismo” o uso dos mecanismos legais legítimos, isso...
Política é importante, mas é um efeito secundário da sociedade. E a sociedade é um efeito secundário da capacidade de ação individual.
A ordem pra mudar as coisas é começar pelo desenvolvimento da própria personalidade.
O primeiro passo é quebrar os condicionamentos culturais negativos da atmosfera brasileira: deixar de excessos abstrativos, abandonar a esperança do concurso público, parar com formalismo.
É preciso entender que a vida é ação, dinamismo, execução, risco.
O segundo passo é aumentar a própria capacidade ação: ser eficiente, saudável, objetivo.
Corte o açúcar, ajeite o sono, levante pesos, pratique uma arte marcial e ganhe dinheiro. Essa é a base.
Essas dancinhas pró-Biden parece muito com replicantes tentando imitar seres humanos.
“Rápido, precisamos fazer de conta que somos capazes de expressar alegria. Mexam rapidamente os braços e pernas vigorosamente.”
Creio que a falsidade é porque eles não estavam motivados por algo positivo (realizar algo), mas negativo (derrubar Trump). Porém, como a moda é sinalizar virtude, ficaria feio expressar sentimento de revanche, raiva, etc., então estão fazendo de conta que estão sentindo alegria.
A falta de conexão com seus sentimentos autênticos acaba sendo revelada pela desconexão dos movimentos.
Se tivessem um nível de consciência maior, saberiam que nem toda vitória é alegre: pode ser um momento de alívio ou até mesmo de vazio, após perder o inimigo.
Realmente é um momento histórico: a imprensa declarou que a eleição estava concluída antes dos votos terminarem de ser contados e estabeleceu que entrar na justiça é golpe.
Obviamente, é uma grande vitória da democracinha.
Uma lição que as pessoas precisam aprender: entrar na justiça não é apenas um direito legal, mas uma obrigação moral.
Se há uma injustiça sendo cometida (ou ao menos uma suspeita forte), você PRECISA acionar os mecanismos para tentar corrigí-la. Pouca gente entende isso.
Obviamente, a maioria da elite dos republicanos não fará considerações desse tipo. Vão pensar no que vai ficar melhor na fita. Vão calcular a percepção pública.
Trump também não fará, mas ele é briguento, então é possível que ele não desista.