O plenário deve se dividir. Parte deve alegar que a CF é clara e veda a reeleição, parte deve julgar que se trata de questão a ser decidida internamente pelos parlamentares. O segundo entendimento deve prevalecer.
P: Precisa mudar regimento?
Não necessariamente. Maia e Alcolumbre podem registrar sua candidaturas momentos antes da eleição. Se houver questionamento por parte de algum parlamentar, essa essa será submetida à análise do plenário, que, por maioria simples, poderá decidir. +
A tendência é que os atuais presidentes não tentem fazer mudanças regimentais. Primeiro, atrapalharia ainda mais a agenda e o rito. Segundo, estariam antecipando uma batalha que só acontecerá em fevereiro. A partir da decisão do STF, buscarão o apoio político a reeleição.
P: Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, será candidato?
Havendo uma decisão do STF a favor da reeleição, sua candidatura será uma possibilidade. Mas há dificuldades de natureza política. A primeira é que Maia tem dito abertamente que não será candidato, +
que já ficou tempo demais no cargo e que é a favor da alternância de poder. Segundo, ele vem tentando aglutinar apoios em torno de uma candidatura alternativa. Os principais são: Baleia Rossi (MDB); Aguinaldo Ribeiro (PP); e correndo por fora Marcos Pereira (Republicanos). +
Caso se decidisse a concorrer, Maia poderia se desgastar com outras legendas que o apoiaram em eleições anteriores. Assim, para entrar no páreo, teria de haver um gesto desses partidos em direção à sua reeleição, não o contrário. +
Apoiando outro candidato, Maia teria mais condições de derrotar Arthur Lira (PP-AL), visto como o candidato de Bolsonaro. Portanto, para Maia, seria politicamente mais interessante eleger um sucessor do que entrar e correr o risco de ser derrotado.
P: Quais são os candidatos mais fortes na Câmara?
Baleia Rossi, Aguinaldo Ribeiro e Arthur Lira.
P: Para o andamento das reformas, quem é o melhor nome?
Maia tenta construir um nome que conte com apoio de parte do Centrão, do MDB, do PSDB e da oposição. Aparentemente, portanto, seu candidato teria mais trânsito político na Casa. +
Arthur Lira, rotulado como o candidato do Planalto, tenderia a ter menos diálogo com a oposição. Nesse sentido, um nome apoiado por Maia, que tende a manter o apoio às reformas mesmo assumindo uma postura mais independente, tenderia a ser, na margem, o melhor nome.
P: O que representa uma eventual derrota de Arthur Lira?
Uma eventual derrota de Arthur Lira manteria a dependência do governo ao Centrão e Bolsonaro continuaria encontrando dificuldades para fazer avançar pautas relacionadas a costumes. +
Mas, considerando que os principais adversários de Lira votaram majoritariamente a favor das reformas, como a do Teto de Gastos e a da Previdência, sua derrota não provocaria impacto para as agendas econômica e regulatória do governo.
P: E no Senado?
Com o eventual aval do STF Alcolumbre tende a contar com apoio majoritário para uma reeleição. Portanto, a tendência é que ele seja reeleito. Na hipótese de não poder concorrer, o MDB pleitearia a vaga alegando ser a maior legenda na Casa (tem 13 senadores). +
Nesse caso, nomes como o de Eduardo Gomes (TO), Eduardo Braga (AM), Fernando Bezerra (RN) e Simone Tebet (MS) seriam opções.
Fernando Bezerra de Pernambuco, não Rio Grande do Norte. Foi mal!
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Faltando três dias para o segundo turno das eleições municipais, a tendência é que PSDB, DEM e MDB elejam o maior número de prefeitos nas capitais. É o que aponta o levantamento realizado pela Arko Advice.
O PSDB, que já conquistou Natal (RN) e Palmas (TO) no primeiro turno, deve vencer também em São Paulo (SP) e Porto Velho (RO). O DEM, que elegeu os prefeitos de Salvador (BA), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC) no primeiro turno, deve conquistar o Rio de Janeiro (RJ).
O MDB deve vencer em Boa Vista (RR), Teresina (PI) e Goiânia (GO). O MDB também deve conquistar Porto Alegre (RS). O PSD ficará com duas capitais: Belo Horizonte (MG) e Campo Grande (MS), já conquistadas em primeiro turno. O PDT deve vencer em Aracajú (SE) e Fortaleza (CE).
Conversei há pouco com uma fonte jurídica na campanha de Trump. Queria saber mais sobre a questão da judicialização. Esses são os principais pontos da conversa.
"Nosso time jurídico sabe que o caminho legal não começa na Suprema Corte, e sim nos tribunais locais."
"A Suprema Corte americana decide quais casos vai arbitrar, conciliar, decidir."
(nota minha: diferente do Brasil, onde chega o que tiver chegar ao STF).
"Nesse caso, quem perder nos tribunais locais pode tentar chegar ao Supreme Court apontando erros, incongruências."
Agora, para mim, o ponto mais importante:
"Caso Biden vença, nosso time torce para que a campanha seja decidida em apenas UM estado. Se Biden vencer com distância de mais de um estado, a tarefa fica mais complicada, afinal, nossa campanha terá uma missão duplicada, triplicada."
Viajômetro: Tem como empatar? Tem. MUITO difícil, mas...
Se Trump levar Nevada, Arizona, PA, NC e Biden virar Georgia, ambos ficam com 269 votos e ninguém chega ao número mágico de 270. E aí?
Emenda 12 da Constituição diz que a Câmara escolheria o Presidente e Senado o VP.
Como é a votação? Na Câmara os deputados não votam individualmente, mas em bloco. Cada estado = um voto. No Senado a votação é individual. Um senador = um voto.
Tá, vamos viajar um pouco mais...
E se a Câmara nao chegar em uma escolha? O VP escolhido do Senado vira Presidente até o consenso na Câmara. E se o Senado não escolher um VP? Neste caso, presidente interino fica com a Presidência da Câmara, no momento, Nancy Pelosi.
É uma teoria muito utilizada por quem analisa a política. No entanto, é perigosa. A TNP se apega exageradamente ao bom senso, histórico e feeling. Ignora contexto, variáveis futuras, fontes confiáveis e interesses escondidos.
Na TNP a grande armadilha é cair na tentação do óbvio, por se tratar de conclusões fáceis e racionais. Nem sempre a política é. Muitas vezes a TNP funciona, afinal, não é possível que aconteça X, Y ou Z. O problema é que se apegar a TNP gera inúmeras quebras de expecativas.
A TNP aparece com mais força quando o analista está emocionalmente engajado no assunto. A emoção é um dos combustíveis da TNP. Outro é a superficialidade. Ou seja, se apegar em uma das variáveis, por exemplo:
Conversa agora a noite com pollster republicano. Ex-RNC. Consultor independente pro GOP.
- Nevada é muito difícil. Os votos de Vegas atrapalham muito;
- Arizona existe esperança por conta dos mail-in que eles esperam ser mais GOP que DEM;
- Georgia gera tensão. Expectativa de horas atrás era que não chegaria perto por conta de turnout baixo em algumas regiões democratas. Ainda confiantes;
- Confia no sistema de WI. Acha que Trump fez o que tinha que fazer, como narrativa, mas recount não deve trazer novidades;
- Clima na Casa Branca, segundo pessoas que ele conversou, é dividido. Um grupo apoiando a briga, outro desanimado e achando que se Arizona, Nevada confirmarem tendência, já era;