1/ Dos mesmos produtores de “Vitória de Doria fortalece Alckmin”, “Sem estrutura, Bolsonaro terá fôlego curto” e “Com Lula preso, PT não terá chances” _sucessos estrondosos no início da campanha presidencial de 2018_ vamos discutir algumas conclusões apressadas sobre 2022+
2/O erro + comum é confundir uma constatação (Bolsonaro foi o perdedor das eleições municipais) c/ o desejo de alguns (Bolsonaro não tem chances). O poder da máquina federal _ com o controle do caixa do orçamento e seus 20 mil cargos de confiança_ assegura competitividade+
3/Bolsonaro é o 1.o presidente que a quem evangélicos, agro e a baixa oficialidade do Exército e PMs consideram como O SEU representante. São forças políticas poderosas, articuladas e que não abandonarão um dos seus+
4/ O Centro é favorito?: primeiro é preciso responder ‘qual centro?” Porque os partidos que mais cresceram em número de prefeituras foram o PSD Kassab e o PP de Ciro Nogueira, ambos com a firmeza ideológica de um espaguete cozido +
5/ Dois candidatos partidos têm potencial para liderarem o processo. Huck é uma incógnita. Nunca foi candidato, ainda tem contrato com a TV Globo e talvez tenha perdido o timing. A eleição de 2018 era o momento dos outsiders. Não está claro que 2022 também será+
6//Doria lidera um partido que saiu menor das urnas, mas ele tem uma enorme vantagem sobre seus adversários, as pesquisas para a vacina do Butatan. Se a imunização em São Paulo for mais efetiva que a do Ministério da Saúde, Doria tem um troféu+
7/resta lembrar que o apoio do Centrão não implica em votos. Em 2018, Geraldo Alckmin teve o apoio de PSDB, DEM, PSD, PP, PR, PRB e Solidariedade e recebeu menos de 5% dos votos+
8/Moro pode ser a surpresa? – O ex-juiz da Lava Jato encerrou sua carreira política ao escolher trabalhar para o escritório de advocacia que administra a recuperação judicial da Odebrecht. Não há malabarismo que justifique mais os dois pesos e duas medidas+
9/ O ex-governador Ciro Gomes foi competente ao montar uma aliança entre PDT e PSB, mas a junção só deu certo nas capitais do Nordeste. Rompido c/ o PT, Ciro só terá chances se trouxer para seu DEM e cia. 🤔+
10/ O PT teve um desempenho pior que o de 2016 e passou vergonha em São Paulo e Belo Horizonte. Dito isso, é impossível a esquerda vencer sem o PT e mesmo a oposição de centro-direita vai precisar dos votos petistas para destronar o presidente+
11/FIM Preocupe-se com a vacina, o fim do Auxilio Emergencial, a economia que não reage e as retaliações internacionais cada vez mais próximas. 2022 vai demorar a engrenar. Meu artigo para a @VEJA RT veja.abril.com.br/blog/thomas-tr…
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1.Necropsias são procedimentos complexos. Mesmo quando o médico legista está informado da causa provável da morte, é necessário abrir a caixa torácica e o abdome para ter acesso aos órgãos internos. É tudo demorado, cuidadoso e capaz de revoltar os estômagos sensíveis +
2/ “A Organização” livro da jornalista @malugaspar , é a necropsia de uma empresa, a Odebrecht, e de um país, o Brasil. É difícil manter o estômago ou a cabeça em paz depois das 640 páginas+
3/Norberto Odebrecht, pai de Emílio e avô de Marcelo, recomendava aos auxiliares que avaliassem se o suborno ao político ou servidor estava encaixado numa “ética da responsabilidade”. Se sem o pagamento, a obra pararia e os funcionários pudessem ser demitidos, estava liberado+
A derrota de Donald Trump nos Estados Unidos trouxe várias lições para a política brasileira. Em termos muito genéricos: 1. Um presidente populista de extrema-direita pode ser derrotado nas urnas.
Bolsonaro: aumentou participação nas campanhas de SP, Rio, Recife, Manaus, BH...+
2. O estilo intenso de um presidente que passa o dia produzindo fatos, brigas e mentiras faz sucesso entre os apoiadores, mas gera uma exaustão no cidadão médio.
Bolsonaro: politizou ainda mais a vacina, minimizou suicídio...+
3.A melhor chance da oposição se livrar de um populista no poder é formando frente ampla.
Bolsonaro: apoiou recusa de Trump em reconhecer derrota, aumentando as suspeitas de que ele também não irá deixar o poder facilmente caso perca em 2022 +
Para além dos ultrajes, o discurso de Bolsonaro no Planalto revela um político atormentado com o peso do cargo. “Minha vida aqui é uma desgraça. É problema o tempo todo, não tenho paz para absolutamente nada. Não posso mais tomar um caldo de cana na rua, comer um pastel"+
2/“A minha cadeira (de presidente) está à disposição. Não sou super-homem. Naquela pipoca lá tem kriptonita ou um formigueiro”.
“Alguém acha que eu tenho um tesão em estar naquela cadeira? Está completamente equivocado”. +
3/ “Desculpem algum exagero, alguma coisa. É um desabafo, porque passei 28 anos dentro da Câmara e pedi a Deus para ter uma oportunidade um dia de mudar o Brasil. Eu posso até não mudar, mas vou tentar. Não estou preocupado com a minha biografia, se é que eu tenho biografia” +
1/Nos anos 1960, o então professor de Harvard Henry Kissinger veio ao Brasil tentar entender a crise que se avizinhava. Conversou com Carlos Lacerda e Samuel Wainer, que se odiavam. Ele lhes perguntou em que lugar do espectro político se colocavam. “Centro”, responderam+
2/Kissinger perguntou a Wainer como pessoas tão opostas podiam estar na mesma faixa política: “Estamos no centro. Só que um de costas para o outro”, respondeu. A anedota ajuda a entender os percalços dos candidatos que pretendem trafegar fora do bolsonarismo e do petismo+
3/Huck se encontrou com Moro, que conversa com Doria, que fala com Madetta, que troca zap com Amoêdo. Maia odeia Moro, mas gosta de Huck e aceita Doria. Dino também odeia Moro, mas quer apoio de Huck no 2.o turno.+
2/Todos já sabem que meio ambiente e a diplomacia olavista serão pontos de conflito do governo Bolsonaro com Biden. Mas é no front interno que a ausência de Trump será mais sentida+
3/ Trump era o exemplo a quem Bolsonaro recorria p/ boicotar as diretrizes de quarentena na pandemia, usar a milícia digital p/ atacar adversários e iniciar uma campanha para desacreditar o uso de vacinas contra Covid19. Em 2 anos, Bolsonaro foi mais aos EUA do que ao Ceará+