A proibição da venda de terras para estrangeiros é um dos poucos temas que geram convergência entre nacionalistas e ambientalistas. Durante as eleições Bolsonaro foi contra tb.
Tudo mudou com a aprovação 15/12 no Senado de um PL com apoio do governo.
O PL 2963/2019 proíbe ONGs de comprarem terras, diferente de outros países vizinhos e nos EUA onde compra de terras para conservação é comum. Agora, se uma empresa voltada para o lucro comprar terras para desmatar, aí tudo bem.
Também existem limitações de compra de terra na Amazônia "em áreas onde reserva legal é 80%". Essa definição exclui todas as áreas já consolidadas (maioria de MT e boa parte do PA) que desmataram antes de 2008 e por isso podem ter RL de 50%.
Estados que têm mais da metade em UC e TI tb podem reduzir RL para 50%: Amazonas, Rondonia e Amapá podem chegar nesse ponto. Esse trabalho da USP estima que até 16 Mha poderiam ser desmatados se isso ocorrer. nature.com/articles/s4189…
Também teremos um aumento do desmatamento. Hoje sabemos que a especulação fundiária, é um dos principais motores do desmatamento. As terras no Brasil ainda estão entre as mais baratas do mundo. No Brasil não passam de R$ 50 mil por ha, mas nos EUA chegam facilmente a R$ 150 mil.
Importante notar que não só a base governista votou a favor do PL, mas o Ministério da Economia colocou o tema entre os projetos de interesse da pasta no Congresso. legis.senado.leg.br/sdleg-getter/d…
Na audiência no STF um representante do @Incra_oficial reafirmou que a titulação reduz o desmatamento, mas dessa vez foi além de deixou a referencia do estudo.
Uma análise mais cuidadosa desse estudo mostra que na verdade áreas regulares desmatam mais👇
O estudo mostra que o desmatamento dentro das parcelas irregulares (i.e CAR com CPF inexistente na base de títulos INCRA) é maior que nas parcelas regulares (i.e. CPF do CAR na base de títulos). 👇
Só que as regulares correspondem a só a 24% da área total dos assentamentos no Pará. Ao considerar a área desmatada em relação a área total, fica claro que proporcionalmente as áreas regulares desmatam 20% a mais que os irregulares. 👇
Em um grande condomínio, um grupo de moradores baderneiros criavam problemas para todos: destruíam os jardins, jogavam lixo nas áreas comuns e música alta toda a noite. Em anos anteriores, o síndico, o porteiro e o segurança conseguiam reduzir o problema com multas e regras.
Em 2019 a baderna continuou, porém os novos administradores ao invés de repreender os bagunceiros buscava minimizar o problem: "sempre tivemos música alta aqui no condomínio, está no direito deles fazer festa também. Precisamos regularizar a baderna ao invés de proibi-la"
Os baderneiros ouviram o recado e as festas dobraram de tamanho, para desespero de todos. Enquanto o porteiro deixava entrar boiadas de novos convidados, a situação tornou-se insuportável, principalmente para os moradores mais antigos que já estavam no terreno ha gerações.
Acaba de ser publicando na Science um artigo liderado pela UFMG que identifica o desmatamento nas cadeias produtivas da soja e carne na Amazônia e Cerrado.
O estudo é inovador ao trazer soluções para a identificação automática do desmatamento potencialmente legal ou ilegal (aplicando as regras do CF), monitoramento da pecuária (fornecedores diretos e indiretos até 10 níveis de profundidade), e ligação com exportações.