Os mecanismos da imunidade protetora contra a doença ainda não foram desvendados totalmente, mas a ciência avança!
Estudo na Science avaliou a memória imunológica para o vírus em pacientes recuperados até 8 meses pós infecção🧵👇
Junto com estudos anteriores, os resultados sugerem que, na maioria dos indivíduos infectados, pode haver imunidade de pelo menos de alguns meses contra a forma grave da covid no caso de se desenvolver uma segunda infecção.
Pesquisadores estudaram a resposta celular (células de defesa) e humoral (produção de anticorpos) em mais de 180 homens e mulheres que se recuperaram da covid.
Eles relataram que a memória imunológica desses pacientes para o vírus - em todos os tipos de células imunológicas estudados - pode ser detectada e medida por até 8 meses após o aparecimento dos sintomas.
Os cientistas rastrearam anticorpos circulantes, as células B de memória (que produzem mais anticorpos) e dois tipos de células T (tem várias funções como ativar células B ou matar as células infectadas).
Os anticorpos (G), incluindo aqueles que reconhecem partes da proteína spike do vírus, tiveram declínio relativamente pequeno entre seis e oito meses após o início dos sintomas.
As células T, por sua vez, mostraram apenas uma ligeira diminuição no corpo, enquanto as células B que reconheciam características do vírus SARS-CoV-2 aumentaram em número em alguns casos, dizem os autores.
Detalhando:
. IgG positivo para a proteína Spike ficou relativamente estável por mais de 6 meses
. As células B de memória específicas da spike eram mais abundantes em 6 meses do que em 1 mês após o início dos sintomas
. As células T CD4 + específicas para SARS-CoV-2 e as células T CD8 + diminuíram com uma meia-vida de 3-5 meses
. Avaliando anticorpos, células B de memória, células T CD4 + e a memória das células T CD8 + para o SARS-CoV-2 de maneira integrada, foi observado que cada componente da memória imune do SARS-CoV-2 variou de uma forma diferente.
**Ressaltando que a análise foi feita numa amostra heterogênea de pacientes: infectados por diferentes vias, desenvolvendo sintomas leves ou graves (com hospitalização), e acompanhados em diferentes estágios da doença.
Embora os autores alertem que "conclusões diretas sobre a imunidade protetora não podem ser feitas com base nas suas descobertas, porque os mecanismos de imunidade protetora contra SARS-CoV-2 ou COVID-19 não estão bem definidos em humanos"...
...eles também dizem que algumas “interpretações razoáveis” podem ser feitas a partir de seu estudo. Entre elas, de que a infecção possa contribuir para a imunidade protetora contra uma forma grave da doença caso a pessoa desenvolva a doença pela segunda vez.
Compreender a memória imunológica para SARS-CoV-2 é fundamental para melhorar diagnóstico, vacinas e avaliar qual o provável curso da pandemia
Fio: Luiza Caires, com colaboração e revisão de Olga Chaim @olgachaim, pesquisadora na UC San Diego.
A @olgachaim pediu pra gente não esquecer de elogiar esse trabalho e dizer que é bem robusto e importantíssimo para entender a imunologia da Covid-19...
... e falou que se o Brasil tivesse investimento forte nesse momento, gente muito boa no Brasil teria verba para investigar a resposta imune da nossa população, que é muito diversa e possui particularidades a serem exploradas!
⚠️Uma observação importante é que este estudo somente avaliou pacientes infectados sintomáticos.
Não dá para saber como fica a imunidade após uma infecção que não produziu sintomas. Como ressalta a @mellziland nesta entrevista para a Folha:
Lembra do soro de pacientes que tiveram covid? Por onde anda? Será que os cientistas desistiram de pesquisá-lo como opção de tratamento?
Nada disso, temos BOAS NOTÍCIAS!
Estudo no NEJM indica benefícios do plasma de convalescentes em pacientes com +65 anos e sintomas leves🧵👇
O chamado plasma convalescente pode reduzir significativamente a necessidade de suplementação de oxigênio neste grupo. Mas somente se for administrado 72 h após o início dos sintomas. E o plasma usado deve ter uma alta concentração de anticorpos!
Se essas condições forem cumpridas, o tratamento pode diminuir a necessidade de oxigênio pela metade. Isso é excelente. Até porque o ensaio envolveu 160 pacientes com 65 anos ou mais, incluindo alguns com comorbidades que os colocam no grupo de risco da Covid-19
Chamada para pesquisadores:
a revista multidisciplinar Frontiers in Social Science recebe artigos para a edição temática "Technological and Health Innovation: Opportunities and Limitations for Social Policy, Health Policy, and Environmental Policy".
Mais: frontiersin.org/research-topic…
Em algum outro país do mundo já está tendo ou sendo cogitada vacina não ofertada pelo governo?
Na Índia, a partir de março ou abril poderá ser comprada, mas depois de suprir o governo Indiano diz a matéria: ft.com/content/224b13…
Este artigo do The Conversation afirma que na Austrália será permitida a venda. Mas também lista razões pelas quais as pessoas não deveriam "furar a fila" theconversation.com/amp/you-may-be…
BA: já havia comprado ~20 mi, de acordo com Sec. de Saúde
RJ: adquiriu 16 mi, suficientes para 4 1as fases da campanha, noticia O Globo
RS: há 4,2 mi em estoque, que daria apenas para 1a fase, informa o ZH👇
Mesmo com movimentação dos estados, o risco de desabastecimento para a campanha no Brasil ainda existe, entidades do setor alertam. gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/…
No último dia 28, o vice-presidente da Fiocruz informou que a Fundação deve fazer o pedido de registro da vacina junto à Anvisa entre esta semana e a próxima.