Thread by @danlacalle

Você sabia que a NFL já teve um pacto racista em 1933 que proibiu os jogadores pretos de atuarem profissionalmente?

E fez de forma secreta, de um jeito que ninguém jamais admitiria a decisão. Acompanha o fio🧶 (rt = amig@)

Primeiro de tudo, eu não tenho lugar nenhum de fala para opinar sobre racismo (e nenhum outro branco tem) . Portanto, deixo claro que essa é uma thread INFORMATIVA e não opinativa. Bora lá:

Kenny Washington, baita RB da UCLA, deveria ter ingressado na NFL em 1940. Ganhou elogios e se firmou como um dos melhores do país. Além disso, também se destacou no beisebol, que mais tarde descreveu como seu "primeiro amor".

Selecionado um jogo all-star de 1940 em Chicago, que colocou os melhores jogadores universitários contra o campeão da NFL, Green Bay Packers, Washington marcou um touchdown e impressionou George Halas, o lendário proprietário e treinador dos Chicago Bears.

Mas Washington não conseguiu nenhum contrato na NFL. Isso porque 7 anos antes, os proprietários da liga haviam concordado informalmente em banir jogadores pretos da competição.

Os pretos sempre fizeram parte do futebol americano, mas isso foi interrompido em 1933. Um pacto silencioso entre donos dos times baniu afrodescendentes e indígenas da NFL. Relatos do The Atlantic trazem George Marshall, fundador do Washington FT (antes, Redskins), como culpado

Não existe nada sobre o acordo por escrito, apesar da NFL admitir que um banimento ocorreu. Simplesmente, de uma hora para outra, todos os não brancos foram dispensados das equipes que formavam a liga.

Por 13 anos, apenas pessoas de pele clara eram aceitas nos clubes profissionais. Mesmo que nas universidades existissem jogadores excepcionais, como no caso do Kenny Washington, que citei acima.

O pacto racista foi descoberto em 1946, quando foi quebrado.

Aí...Os Rams se mudaram para Los Angeles e tentaram alugar o Los Angeles Memorial Coliseum para jogar. Isso, na mesma época que um time da liga rival, a All-America Football Conference (AAFC), também se candidatou para jogar lá.

Sob pressão da Comissão do Coliseum e de jornalistas esportivos pretos - os historiadores dão um crédito especial ao editor de esportes do Los Angeles Tribune, Halley Harding - os Rams e os Dons, time da AAFC, teriam que reintegrar os jogadores para conseguirem a locação.

Os Dons estagnaram não quiseram contratar nenhum jogador preto até 1947.

Harding e outros pressionaram os Rams a contratar Kenny Washington em março de 1946. Pouco tempo depois, também contrataram o Strode.

Duas franquias deixaram o preconceito de lado e foram atrás de pretos que jogavam em universidades.

Uma delas, o Cleveland Browns, da liga rival AAFC, que foi atrás de 2 destaques: o DT Bill Willis e o FB Marion Motley.

E isso aconteceu por ordem do Paul Brown, técnico e Proprietário dos Browns. Ele treinou Motley na Naval Station Great Lakes e Willis em Ohio.

Antes da fusão com a NFL em 1950, a AAFC reintegrou mais jogadores pretos, aumentando a pressão na NFL p/ abrir as portas aos atletas

De acordo com o “Touchdown – 100 histórias divertidas, curiosas e inusitadas do Futebol Americano”, livro excelente do Paulo Mancha, Paul Brown, quando alertado por um coach que os jogadores eram “de cor” (extremamente racista), Brown disse: “Eu sou daltônico. Pode contratá-los”.

Depois dessas contratações de 1946, o progresso da reintegração da NFL foi lento.

Em 1959, os jogadores pretos representavam cerca de 12% das escalações da NFL, de acordo com o livro “The Pro Football Historical Abstract”.

“O idealismo desencadeado pela 2ª Guerra Mundial, protestos de escritores e fãs, surgimento da AAFC e o sucesso de atletas de minorias no college são responsáveis pela reintegração na NFL”, de acordo com um artigo de 1988 no Journal of Sport History.

Os QBs pretos foram amplamente aceitos na década de 1980 - embora Pollard tenha desempenhado a posição na década de 1920.

Em 1989, o Los Angeles Raiders fez do Art Shell o primeiro técnico preto da liga desde Pollard.

Motley e Willis estão no Hall da Fama dos Browns. Juntos, de 1946 a 1953, ajudaram os Browns com 4 títulos da AAFC e 1 da NFL.

Recentemente, também presenciamos atos preconceituosos. Colin Kaepernick foi extremamente criticado. Além de boicotado pela liga, em 2016.

O próprio Roger Goodell afirmou que a NFL errou com ele, após a morte marcante de George Floyd, onde vimos Kaep protestando ativamente.

Donald Trump também deu declarações preconceituosas em relação a jogadores da NFL, mas não precisamos falar dele.

Atualmente, jogadores afrodescendentes representam 70% dos elencos na NFL, de acordo com “Touchdown” do Mancha.

Isso mostra a evolução da liga e como tem trabalhado nesta questão, desde a reintegração.

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