Reescrevendo aqui de forma mais organizada e (espero) mais clara.
A gente precisa cobrar protocolos de segurança melhores. O teatro da higiene é perigoso. Desinfecção de superfícies e medição de temperatura é pouco útil pra um vírus que transmite pelo ar por pessoas sem sintomas
Sem sintomas me refiro a assintomaticos e pre-sintomaricos
Muitas pessoas não podem se dar ao luxo de não ir trabalhar. Muitas pessoas estão na correria de pegar transporte público todo dia pra encontrar um emprego
A gente tá forçando o trabalhador a se expor a atividades de alto risco em escritórios, agências, restaurantes etc e dizendo pra eles que passando álcool em gel, medindo e temperatura e usando máscara de qualquer jeito tá tudo bem. Isso quando há fiscalização dos protocolos
O trabalhador não tem opção. Ele também não é informado sobre os riscos da transmissão pelo ar para que possa se proteger com máscaras melhores. O que mais tem aqui é gente que vem me procurar na DM desesperada sobre como se proteger no trabalho, em local mal ventilado
Lógico que festas clandestinas são um problema gigantesco. Tem que ser fiscalizadas e punidas exemplarmente. E sem dois pesos e duas medidas quando é baile funk na periferia ou festa de bacana. Isso tem que ser cobrado do poder público
Mostrar as cenas das festas, fazer matéria com essas cenas mexe com a gente, deixa a gente puto. E por mexer com sentimentos gera clique, gera reação nas redes sociais. Faz a gente apontar o dedo um pro outro e não resolve nada
Pelo contrário, da mais visibilidade pra essas festas. E aí o pode público lava as mãos e da coletiva falando que o perigo são as baladas e festas noturnas e toma zero medidas em outras situações de risco inevitáveis no dia a dia
A gente aplaude porque tá puto e com os sentimentos a flor da pele vendo a cena das festas. E nada é feito tanto pra coibir as festas quanto pra aumentar a segurança em locais como transporte público ou ambientes de trabalho
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Sempre que eu posto essa tabelinha vem muitas perguntas sobre o que é “muito tempo” ou “pouco tempo” e o que é “muita gente” ou “pouca gente”.
É muito difícil estabelecer um número. Tem muitas nuances e fatores que interferem. Mas vou tentar falar um pouco sobre isso.
A principal via de transmissão é pelo ar. A medida que as pessoas respiram, falam, cantam, tossem ou espirram, partículas potencialmente contaminadas são emitidas e ficam no ar. Quanto mais partículas são emitidas, maior o risco para as pessoas no entorno
Além disso, precisamos olhar para a concentração dessas partículas. Quanto menor o volume de ar no espaço, maior vai a concentração de partículas, principalmente se o ambiente for mal ventilado. Ao ar livre, essas partículas se diluem ou são rapidamente dissipadas pelo vento.
Apesar da pauta do dia ser a Coronavac, eu queria relembrar algumas coisas com vocês.
Primeiro é que a pandemia VAI acabar. Não é uma questão de "se" mas de "quando". É muito importante ter isso em mente. Esse inferno vai passar. A gente vai poder voltar a se abraçar
A gente vai poder visitar a vovó. A gente vai poder abraçar o neto ou o sobrinho. A gente vai poder voltar a ver nossos filhos brincando e se aglomerando no parquinho. Não sabemos quando mas a luz no fim do túnel nunca esteve tão forte
A vacina vai chegar. Vamos continuar lutando, pressionando, fiscalizando o poder público. Mas ela vai chegar. E quando for a sua hora de toma-la você vai saber. Se remoer de ansiedade não faz a vacina chegar antes e acaba com a saúde mental
Aqui em Vermont, celebrações de Natal em uma igreja estão ligadas a um surto com 80 casos (e contando). Igrejas são locais perigosos pelos motivos que eu sempre falo. Ambiente fechado, muita gente, cantando, as vezes sem mascara
No entanto, uma coisa que observo é que abrir mão de ir pra igreja é algo muito difícil pra muita gente. Especialmente para a população idosa. Eu consigo entender essa dificuldade. Para muitos a igreja é um ambiente de interação social importante
Além disso, é normal que pessoas busquem refúgio na fé para enfrentar um momento tão difícil quanto o que estamos vivendo. Posto isso é importante prestar atenção em alguns pontos na hora de conversar com alguém sobre evitar esses espaços
Última chamada para o bonde da FUVEST. Vai fazer a prova? Seu filho/a vai? Conhece alguém que vai? Aqui vão algumas dicas
1- Use uma PFF2. Ainda não tem? Corre amanhã pra conseguir. Tem sobrando? Veja se não tem nenhum colega que está procurando e ainda não conseguiu
2- Use a máscara corretamente. Ela tem que ficar bem vedada. Tem diversos tutoriais no YouTube
3- Passe alguns momentos do dia amanhã usando ela para acostumar. Ela pode ser incomoda nas primeiras vezes mas acostuma super fácil
4- Tenha pelo menos uma máscara reserva para o dia da prova caso aconteça algo
5- Uma garrafa com canudinho ajuda a tomar água só levantando a máscara por baixo. No verão, não tem como ficar 5 horas sem tomar água. Da sim pra tirar bem rapidinho só pra tomar água
A concentração em ambiente aberto é em torno de 300-400 ppm. Em ambientes fechados com muita gente ela vai aumentando devido ao fato de expirarmos CO2 na respiracao. Niveis acima de 1000 ja aumentam muito o risco de transmissao
Alta concentracao de CO2 significa que estamso respirando o ar que alguem exalou. E esse ar pode conter particulas potencialmente contaminadas. Com boa ventilação e trocas de ar com o meio externo, diminuimos a concentracao de CO2. Niveis entre 600-700 ppm sao mais seguros
Uma das piores coisas de quem se contamina são os olhares desconfiados, julgando. "Não tomou cuidado suficiente? Não usou máscara? Não sabe onde pegou? Hmmm, sei"
Estamos no meio de uma pandemia. Infelizmente todos estamos sujeitos a pegar
O grande problema dessa postura é que quem pega acaba não avisando os contatos próximos por medo de julgamentos. E aí esses contatos não se isolam antes de se tornarem infecciosos. E a cadeia de transmissão vai se sustentando
Quem se infecta está assustado, com medo de uma doença com desfechos tão imprevisíveis. Precisam de acolhimento e, principalmente, orientação. Como se isolar, quanto tempo se isolar, quem são contatos próximos, o que ficar atento.