Você é CEO global de uma multinacional que produz carros em vários países e tem que tomar uma decisão de encerrar a produção em algum lugar do mundo devido à queda de demanda global e para se adequar à competição tecnológica (carros elétricos).

Fatores para se considerar:
1/n
1. Com o Covid, a capacidade ociosa das montadoras no mundo aumentou muito. E continuará alta em 2021. Como o setor é intensivo em capital, dinheiro parado é prejuízo. 2/n
2. Logo, haverá fechamento de fábricas em algumas partes do mundo e remajenamento de produção para exportação a partir de locais em que é barato produzir e o país tem acordos comerciais relevantes e abrangentes. O lema e otimizar a demanda global. 3/n
3. No Brasil, nos governos petista a capacidade instalada de automóveis dobrou, cresceu a frente da demanda. O problema é que a demanda caiu desde 2014. Ou seja, havia uma capacidade ociosa pré-Covid. 4/n
4. Com a crise do Covid19, a capacidade ociosa do BR aumentou ainda mais. Em 2013 o país produziu +3,0 mi automóveis. Em 2020, produziu apenas 1,6 mi veículos. Ou seja, há um excesso demasiado de capacidade ociosa no Brasil. País é um candidato a ter plantas fechadas. 5/n
5. Pode ser um país que a empresa (ex: Ford) vem perdendo mercado domésico para outras empresas. Brasil é um candidato cada vez mais forte. 6/n
6. Pode ser um país que não tem acordos comerciais abrangentes, logo não poderá ser utilizado como plataforma de exportação global. Brasil é um candidato cada vez mais forte. 7/n
7. Pode ser um país que tem taxa de câmbio muito volátil de modo que usá-lo como plataforma de exportação é muito arriscado. Brasil é um candidato cada vez mais forte. 8/n
8. Pode ser um país que não produz carros de última geração que os principais mercados do mundo consomem. Isto é, não compete por qualidade (inovação). 9/n
9. Pode ser um país que é caro produzir, logo não tem competitividade em preço para exportar ou competir com os importados.
10. Pode ser um país em que a situação política é instável.

Precisa desenhar que país é esse?

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11 Jan
Há 6 décadas o Gov brasileiro subsidia pesadamente a produção de automóveis. Todos os maiores produtores e consumidores do mundo tem marcas nacionais, só o Brasil que não. A política industrial brazuca falhou em criar uma campeã nacional e carros de última geração para exportar.
Tivemos 30 p.p. adicionais de IPI na importação p proteger o mercado das asiáticas no gov Dilma. Enquanto o mundo caminha a passos largos para a rota elétrica, o Gov Temer criou subsídios de alguns bilhões de R$ para produzir carros a combustão interna. Não tem como dar certo.
Embora a capacidade produtiva local esteja superdimensionada, em parte devido à queda de demanda desde 2014, a política industrial e regulatória não tenho sido muito criativa (para dizer o mínimo). Ainda é um setor protegido e desatualizado tecnologicamente.
Read 5 tweets
20 Mar 20
10% do PIB será POUCO para o Brasil combater os efeitos do Coronavírus e p/ a economia não quebrar

A partir de 2021 teremos que aumentar a carga tributária. Momento ideal p/ modernizar o sistema tributário com IR progressivo

Precisamos de um consenso. Vamos as contas
Fio 👇
1) Dar R$1.000,00 por 12 meses para cerca de 40 milhões de trabalhadores informais tem um impacto de 6,6% do PIB.
2) Adicional de 1% do PIB para a saúde pública (aumento de ~30% da despesa atual).
3) 0,5% do PIB para dobrar o valor do Bolsa Família.
Ainda falta quantificar $$:
1) Subsídios e renúncias fiscais para as empresas, sobretudo de comércio e serviços.
2) Subsídios para luz, água e aluguel.
3) Ajuda $$ para salvar (e nacionalizar a preço de banana) empresas prestas a falir.
Read 6 tweets
10 Jan 20
Relatório da OCDE recém-divulgado mostra que o Brasil tem APENAS 6 empresas entre as 2.500 companhias que mais investiram em tecnologia em 2019. EUA tem 769, China (507), Japão (318), Alemanha (130), UK (127), Coreia (70), França (68), Índia (32), Canadá (28) e Austrália (12).
São os setores industriais que investem em tecnologia e isso é motivo suficiente de porquê a indústria importa. Veja a distribuição setorial dos investimentos em tecnologia do relatório recém-divulgado pela OCDE.
op.europa.eu/en/publication…
Ninguém discorda que investir em tecnologia (inovações) é a chave para o desenvolvimento, né? Até nos modelos neoclássicos o progresso técnico explica mais o crescimento.
@paulogala @Joao_P_Romero @ocafezinho @andreroncaglia @AFS_Andrada @goescarlos @FelipeAugMac @FDantasEstado
Read 4 tweets
10 Jan 20
Qual o papel da indústria no desenvolvimento?

Falarei das “externalidades de industrialização”
(Fio 1/n) 👇👇👇
Chamarei de "externalidades de industrialização" as características especiais que se manifestam com maior intensidade no setor manufatureiro, sendo que algumas também são encontradas nos demais setores, mas dificilmente um setor não-manufatureiro reúne a maioria da lista abaixo:
1) Inovação. A manufatura, especialmente os setores industriais de maior intensidade tecnológica, é a principal fonte de inovação e difusão de novas tecnologias para toda a economia. Fora da manufatura só temos serviços de informação (softwares) com o mesmo protagonismo.
Read 15 tweets
7 Dec 19
Qual deve ser o papel BNDES?

Banco (B) Nacional (N) de Desenvolvimento (D) Econômico (E) e Social (S). Vou falar sobre essas letras.

Fio
Letra B
BNDES deve atuar como um banco privado? Não, pois ele tem outros objetivos além do lucro imediato. No Brasil, banco privado contribui pouco com financiamento p/ infraestrutura, redução das desigualdades regionais, inovação, os quais devem ser o foco do BNDES.
Letras D e E, as mais importantes:
- Investir em #infraestrutura ajuda no desenvolvimento? Claro que sim. Estudos indicam ao Brasil investir 4% do PIB anual para revitalizar o que está estragado e reduzir o gap em infra fruto de décadas de baixo investimento ...
Read 18 tweets
22 Oct 19
Gov Bolsonaro planeja ABERTURA UNILATERAL
Será mais uma abertural mal feita como nos anos 90. Se prepara para:
- Aumento do Desemprego e da Informalidade
- Disseminação de casos de "maquila introvertida" - que importa muito e exporta pouco - em várias setores tecnológicos (1/n)
Gov Bolsonaro quer reduzir à metade e unilateralmente a tarifa de importação industrial em curto período (4 anos), como ocorreu nos anos 90. Nos anos 90, o coeficiente de importação aumentou mto, mas o coef de exportação não. Perdemos merc interno e não ganhamos no exterior (2/n)
O setor mais competitivo da economia - a AGRO POP - não sofrerá corte na tarifa de importação. No Brasil as coisas funcionam às avessas: cortamos tarifas de setores não-competitivos (indústria) e mantemos estável de setores competitivos. (3/n)
Read 9 tweets

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