“Nenhum dicionário do mundo seria capaz de traduzir o tom negativo de ‘o que você está fazendo não é o bastante’ quando alguém diz ‘ganbatte’ em uma fábrica”
O relato "Diário de Dekassegui" é da jornalista @julianasayuri11, que passou 3 meses trabalhando em uma fábrica japonesa.
👉 A experiência, contada em forma de diário, é de fins de 2019, mas retrata condições que marcam o fenômeno dekassegui até hoje. Juliana narra o choque dos primeiros dias de treinamento, a rotina desgastante de operar em uma linha de montagem e as tensas reuniões com a chefia.
“A jornada vai das 8h às 17h (o teiji, horário padrão) e 'às vezes' se estende até as 20h. Logo no primeiro dia, descobri que o 'às vezes' é sempre”, conta Juliana.
“Sucesso é equilíbrio. Se a fábrica produzir só 50 peças perfeitas no dia, nós falimos. Se produzir 700, mas imperfeitas, também falimos. Se falirmos, vocês não recebem salário. Depende de vocês”, discursa o diretor da fábrica, no relato de Juliana.
"No fim do dia, meus ombros pesavam uma tonelada. A lombar travou", conta ela.
🗣 “Reclamar é ‘chorar’, nos jargões da fábrica. Pedir ajuda, dizer que está passando mal ou não está conseguindo acompanhar o ritmo, idem”.
“Nem nos melhores livros da minha estante, pensei, poderia ver um retrato tão nu e cru do capital: o shachou (diretor-presidente) lamentou a queda do lucro (o dele) e, mais uma vez, culpou os operários”, narra @julianasayuri11.
Só se sente saudade em português? Falamos sobre como uma língua pode moldar as sensações 👇
"A experiência de um coletivo faz a língua. A partir do momento em que é minha experiência, a língua reflete como eu vejo o mundo, como eu penso e me comporto. É uma relação dinâmica. Não há como saber quem vem primeiro", diz Ana Suelly Cabral, professora da UnB
As línguas indígenas podem ser tão diferentes entre si quanto são o português do inglês (cujas origens são diferentes) ou o francês do espanhol (que têm em comum a raiz latina), dependendo de onde se desenvolveram.
Entre ações cidadãs em defesa da democracia e manipulação eletrônica capitaneada por oligarquias e governos, o hacktivismo é hoje uma das grandes forças sociais👀
Segue o fio para saber mais sobre esse fenômeno 🧶
Hacktivistas são, em essência, pessoas que se unem de forma voluntária e muitas vezes anônima para, segundo eles, atuar pelo bem da sociedade
No Brasil, uma das linhas hacktivistas mais fortes é a que defende a abertura de dados. Desde o início dos anos 2000, coletivos e indivíduos atuam pela transparência de governos e instituições
TAB conversou com alguns cartunistas para saber como eles têm encarado o ano de 2020, confira alguns momentos 👇
Para Dahmer, fazer charges em tempos de pandemia tornou-se, também, "trabalhar em cima do surrealismo que se apoderou do país, ter de fazer humor com coisas insanas, como pessoas que não querem tomar vacina ou que acreditam que a Terra é plana" @malvados
Laerte defende que chargistas trabalham com a realidade, "seja ela qual for". "Não existe material melhor ou pior. As charges serão boas ou ruins dependendo da cabeça que as propõe, das ideias que a povoam, das conexões que consegue estabelecer" @LaerteCoutinho1
O tom alarmista de uma doença potencialmente mortal, como a Covid-19, veio acompanhado de mensagens positivas sobre o bem danado que a pandemia está fazendo ao nosso planeta
Nas redes sociais, uma enxurrada de posts sobre o impacto ambiental da redução de veículos nas ruas e as baixas nos níveis de poluição notadas em rios e na atmosfera, ajudaram a reforçar uma hipótese repetida diversas vezes nos últimos meses: "o vírus do planeta é o ser humano"
Ancestralidade por DNA: testes da moda ignoram indígenas brasileiros
@bridgetjules traz reflexões importantes do ponto de vista genético e social. Segue o fio para entender essa questão👇
Na rede vizinha, o Instagram, posts de celebridades revelando sua ancestralidade vêm ganhando popularidade. Adquirindo o kit enviado pelo laboratório, você coleta uma pequena quantidade de saliva e devolve o material, via correios, para análise
Algum tempo depois, recebe um mapa detalhado com os países de origem de seus ancestrais. O hype desses testes trouxe à tona o debate sobre a ancestralidade indígena brasileira e um possível apagamento destes marcadores em testes comerciais