1/Nota da repórter @juliachaib, da @folha, reforça as semelhanças entre a negligência de Bolsonaro e a do capitão do Titanic, Edward Smith: as maiores empresas brasileiras negociam com a AstraZeneca a compra de 33 milhões de doses de vacinas contra Covid19 +
2/As empresas pretendem doar metade dos lotes para vacinação pública, reservando a outra metade para seus funcionários. Seria uma repetição do sistema do Titanic, no qual os passageiros da primeira classe foram avisando antes e tiveram acesso privilegiado aos botes salva-vidas+
3/Aliás, assim como no Brasil o governo Bolsonaro ainda não apresentou planos para oferecer vacinas para todos, também a dona do Titanic, a operadora White Star Line, não incluiu no transatlântico botes para todos+
4/a tragédia do Titanic é uma história de classes. Dos 179 homens que viajavam na 1a classe, 1/3 sobreviveu. Já entre os passageiros da 2a classe, só 8% foram resgatados. 97% das mulheres da 1a saíram vivas. Na 3a classe, apenas 46% foram salvas+
5/O acordo proposto pelas empresas é a decretação do cada um por si de um país em naufrágio. Ele desvirtua a solidariedade geracional do sistema público de saúde, contraria as indicações científicas de preferência por grupos de risco e escancara o quem pode mais, chora menos+
6/FIM O fato de que executivos propuseram algo semelhante é revelador da falência do governo em garantir um mínimo de proteção à população.
Meu artigo para @VEJA RT veja.abril.com.br/blog/thomas-tr…
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1/ Desde a vitória de Joe Biden nas eleições americanas, as oposições brasileiras debatem em identificar quem poderia ser o “Biden brasileiro”, a versão nacional do candidato capaz de unir mais da metade do País e derrotar um presidente da extrema direita. É uma busca inútil+
2/Primeiro porque as circunstâncias partidárias americanas obrigam a união em torno de um nome, enquanto no Brasil isso só acontece no segundo turno. Quando acontece. Segundo, porque o Joe Biden brasileiro é o próprio Biden+
3/Diplomatas, consultores e empresários com negócios nos dois países têm repetido que as pendências entre Biden e Jair Bolsonaro vão dissipar uma vez que o novo governo tome posse. Os interesses econômicos vão falar mais alto, argumentam.
Duvido.+
2020 está sendo um ano triste, mas que arrancou de jornalistas, cientistas políticos, historiadores e economistas livros capazes de explicar melhor o Brasil. Fiz uma lista particular dos melhores lançamentos do ano. Não há ordem, apenas gratidão aos autores. Siga o fio:
1/Todo debate presidencial começa com a mesma pergunta “por que o senhor, ou a senhora, quer ser presidente?”. É tão feijão-com-arroz que os marqueteiros oferecem módulos prontos de respostas que variam entre o piegas, o egocêntrico e o coach (“vamos gerar oportunidades”)+
2/Bolsonaro não queria ser presidente para acabar com o déficit público e privatizar estatais. Esses eram os pretextos p/ a turma da Faria Lima. Também não foi para acabar com a corrupção e o Flavio está aí para provar
3/Bolsonaro quis ser presidente para acabar c/ as leis ambientais e de direitos humanos, as ONGs, o laicismo no serviço público, os sindicatos, a liberdade de imprensa, o movimento GLBT,a urna eletrônica, a diplomacia multilateral, manifestações de rua, enfim “tudo isso daí” +
1/Datafolha
Começamos c/ Brecht
"Após a insurreição de 17 de Junho
O secretário da União dos Escritores
Fez distribuir panfletos na Alameda Stalin
Em que se lia que, por sua culpa,
O povo perdeu a confiança do governo
E só à custa de esforços redobrados
Poderá recuperá-la+
2/ "Mas não seria
Mais simples para o governo
Dissolver o povo
E eleger outro?"
Como dá para trocar de povo, se a oposição quiser vencer em 2022 vai ter de mudar ela mesma. A aprovação de Bolsonaro diz menos sobre as qualidades de seu governo do que a falta de alternativas+
3/A oposição tem duas opções. A primeira é construir um projeto alternativo a Bolsonaro com parâmetros mínimos para que todos se juntem num segundo turno. Foi a saída que Joe Biden formou para defenestrar Donald Trump da Casa Branca+
1/Dos dados do Datafolha, o mais chocante é a aderência do discurso anti-China. Metade dos brasileiros se recusaria a tomar uma vacina chinesa, enquanto a rejeição à vacina dos Eua é de 23% e da Rússia, 36%
2/Essa xenofobia será um problema de saúde públicas quando a vacinação começar e parte da população não se imunizar pela campanha pessoal do presidente e parte por temer a China
3/Isso irá se repetir na disputa do 5G, na qual a Huawei já é combatida por sinofobia de Bolsonaro
1/Políticos e tubarões sentem o cheiro de sangue na água. Até o STF vetar a manobra da reeleição dos presidentes do Congresso, Rodrigo Maia era “o cara”. Em dias, virou pato manco. O seu maior adversário, Arthur Lira, é HOJE o franco favorito para presidência da Câmara+
2/Líder do Centrão _a geleia de partidos que participa de todos os governos desde João VI_ Lira é o candidato do presidente Jair Bolsonaro. Foi em troca de potenciais votos para Lira que Bolsonaro demitiu o ministro do Turismo+
3/Como todo candidato, Lira é camaleão. A Bolsonaro, prometeu colocar para votar a liberação de armas, Escola Sem Partido e novas restrições ao aborto. Aos ruralistas, a lei da grilagem. A Paulo Guedes, aprovar a nova CPMF. À turma do mercado financeiro, a reforma tributária+