Marcelo venceu as eleições com mais de 60% dos votos.
Ana Gomes ficou em 2.º lugar, sem qualquer apoio partidário oficial.
Tino de Rans, um calceteiro a quem nem queriam dar tempo de antena, conseguiu 122.743 votos!
E a CS foca-se num só indivíduo.
Já vivi isto, e não acaba bem.
A capa do Público, agora devidamente representada.
O critério editorial é duvidoso: alguma vez o fizeram com M. Matias (2016)? Com F. Nobre (2011)? Com Soares (2006) ou A. Abreu (2001)?
Não.
O 3.º lugar nunca teve este destaque.
E quanto mais se fala nele, mais interesse gera.
A culpa não é só dos jornalistas. Mas também é deles.
E de quem escolhe o que vemos e lemos.
E nossa, que optamos por dar audiência ao indivíduo, e repercutimos os soundbytes.
Não é o contraditório que irá evitar o interesse nele.
A mensagem passa.
E a normalização instala-se.
Farage mentiu. Farage recebeu dinheiros indevidos. Farage pediu passaportes alemães para os filhos. Tudo isto é do conhecimento geral. E então?
Tem coluna no jornal.
Programa de rádio.
Vai à TV regularmente.
Está presente nas nossas vidas.
O discurso extremista foi… normalizado.
Em última análise, a decisão que a CS portuguesa e os portugueses têm que tomar é esta: indignação/polémica (justificada) vs. limitações futuras à democracia.
O que A.V. diz/faz provoca reacções. E nós reagimos em massa. A CS repara. Falam mais dele, aparece mais: normalização.
E foi isso que vi no UK com Farage, cuja mensagem passou a ser menos extremista a partir do momento em que só se falava dele e aparecia diariamente nas nossas vidas. Consequência: normalização da xenofobia.
Ignorar não é solução, mas dar este destaque DE CERTEZA que também não.
E porque "falar é fácil, fazer é que é mais complicado", aqui fica uma sugestão para uma próxima capa, @Publico.
Factual, apelativa, e manifestamente mais adequada aos tempos que vivemos.
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Grande entrevista neste momento na BBC, Prof. Devi Sridhar, especialista em Saúde Pública.
“Se pagamos 12 biliões num programa de Track & Trace, porque não gastar esse dinheiro para pagar a quem faz isolamento em casa?”
“Modelo reactivo [lockdowns] pior que o preventivo asiático”
– Dever-se-ia ter feito um lockdown há mais tempo? @devisridhar: “Tivemos um lockdown, os números desceram no Verão. Porque motivo estamos nesta situação agora? Olhando para a forma como os países asiáticos lidaram com a situação, houve 3 medidas essenciais no controlo pandemia:
1) Restrições fronteiriças; 2) Manter os cidadãos informados e certificar-se que não há qualquer contacto com o vírus, seja em que idade for; 3) um bom sistema de testagem/rastreio/isolamento.
Metermos todas as fichas em constantes lockdowns (ciclo vicioso) é insustentável.
– Dadas as contingências da pandemia, seria justo adiar as eleições 1 semana, certo?
– Não, vamos antecipá-las.
– Ok, então que seja no fim-de-semana para que os sócios possam vot…
– Vai ser numa 4ª feira.
– Então e como é que podemos votar?
2/7 – Por voto electrónico.
– Só?
– Há contra voto em papel.
– E quem garante que o voto electrónico não é fraudulento?
– Nós.
– A actual direcção?
– Sim.
– E quem desenvolveu este sistema informático de voto?
– Nós.
– Isso é ético?
– Quem não gostar, que vote em papel, na urna.
3/7 – E quando são contados esses votos em papel?
– Só durante o acto eleitoral.
– Como assim?
– As urnas fecham após o acto eleitoral.
– Esperem lá… quando fecharem as urnas, os votos deixam de contar?!
– A contagem desses votos em papel cessará após o fecho das urnas, sim.
1) João Maria Bravo
Dono do grupo Sodarca, lidera o fornecimento de armas, munições, tecnologia e equip. militar ao Estado, Forças Armadas e de segurança.
«Desde 1974 que o país se afunda. O André é o único que coloca o dedo na ferida e fala do que queremos ouvir»
2) Miguel Félix da Costa
Empresário cuja família liderou a filial portuguesa da Castrol, e pai do piloto (que manifestou nas redes sociais apoio à manifestação de Ventura). Lidera a Slil, e é amante de tauromaquia.
«A esquerda radical quer destruir os nossos valores e cultura»
3) Carlos Barbot
Empresário do ramo das tintas (Barbot), e imobiliário, cônsul honorário do Paraguai no Porto.
«Ventura veio abanar o sistema, pôr as pessoas a pensar, e isso é positivo. É frontal, diz o que pensa»
Bom dia!
Hoje decidi aproveitar a manhã para partilhar convosco 3 histórias reais que ilustram a meritocracia associada ao processo de selecção para os quadros de uma universidade privada num curso de medicina dentária (4 cursos privados) ou veterinária (2 privados) em Portugal.
1) Susana (nome fictício) está no 3.º ano do curso numa faculdade pública. A meio do 1.º semestre é convidada para leccionar uma cadeira do 1.º ano na universidade privada que abriu recentemente. Alunos serão ± da idade dela.
Algo inesperado, mas o pai é amigo do(a) reitor(a).
2) Artur (nome fictício) acabou o curso na pública, e o futuro sogro, que lecciona na mesma faculdade, quer que ele seja assistente de uma cadeira.
Reúnem-se os presidentes dos conselhos pedagógico e científico, que vetam esta nomeação.
Meses depois, Artur é professor na privada.