Ha mais de 10 meses foi publicado um estudo com projeções que indicavam risco de uma catástrofe pela COVID-19. Muito criticaram o grupo do @imperialcollege por ser alarmista e a adaptação feita pelo @oatila para a realidade brasileira.
10 meses depois, reli o estudo, segue.
Antes de interpretar considerem que o relatório é de 16/3/20, antes de o mundo parar.
Brasil tinha 234 casos (total), ZERO mortes.
Reino Unido tinha 1400 casos (total) e 64 mortes.
Modelos usam cenários e não são previsões. O objetivo não é acertar o que vai acontecer, mas dar uma ideia que permita fazermos alguma intervenção e controlar o que poderia ser ruim.
Normalmente faz-se uma projeção inicial e cenários alternativos para avaliar o impacto.
Onde vejo erro foi na divulgação dos resultados pela imprensa. O mais provável não é o pior cenário (esta claro isso no report, ver imagem), eles esta la como base para o restante.
Bater na tecla dos 550 mil mortos no Reino Unido e 2 milhões nos EUA não me parece boa estratégia.
Mas vamos ao que foi modelado para ver se eles exageraram ou foram conservadores demais.
Detalhes do modelo: 1. Assumem que não existe vacina (imaginam que levaria 18m) 2. Assumem que são necessárias varias intervenções em conjunto. 3. Consideram que se abrir tudo volta.
Assumem complicações conforme dados chineses da época, me parece razoavel.
Tem incerteza do R0 (2 -2,6). Ate conservador considerando dados atuais.
Consideram as intervenções abaixo.
*** VEJAM ESTE GRAFICO***
Eles propõem uma contenção por 5 meses e avaliam a reabertura, vejam a nova onda no inverno (linha laranja).
Se considerar o fechamento tardio na primeira e na segunda onda (que aqui esta sem intervenção), não me parece ruim, mas falta números absolutos.
Baseado neste risco eles propõem estratégias de abrir e fechar conforme a gravidade da pandemia. Parece o que foi feito, mas fizemos mais tardio do que eles propõem (destacam que precisa ser rapido).
*** Mas e os números absolutos, eles não exageraram nas mortes projetadas? ****
NÃO!
O cenario “do nothing” era o improvável.
Mesmo com o pior R0 e o trigger mais alto (400), as intervenções levariam algo entre 48 e 120 mil obitos EM 2 ANOS, o RU tem 110 mil óbitos EM 1 ANO.
Em resumo, o report 9 do ICL projetou cenários e intervenções que foram parcialmente seguidas e o numero de mortes atual esta no limite superior do projetado para 2 anos.
O relatório foi conservador, ou nossas intervenções foram pouco efetivas ou eles superestimaram seu efeito.
Por dados de países que suprimiram a pandemia o mais provável é que países como Reino Unido não fizeram intervenções efetivas com intensidade e duração suficiente.
Mas com certeza o relatório em si não foi exagerado, e continha informações uteis para guiar politicas publicas.
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O pessoal que gosta de mentir com gráficos sempre tem uma nova picaretagem.
Como eles não leem nada eles erram sempre igual, meio vergonhoso até.
A pegadinha do tiozão do zap de hoje é requentada, querem convencer que estamos vacinando bastante com este gráfico.
Olha o golpe.
Nem precisa dissecar, se isso é bom, com 0,1% vacinado por dia levariamos 2000 dias para vacinar toda a população.
Estão comemorando que vão completar a vacinação em 5,47 anos. Não da para levar a sério, mas vamos ver o gráfico do jeito certo?
Achou o Brasil? Não da, né?
Para ficar mais facil, seguem os 10 primeiros e o Brasil
Nos somos aquele ultimo embaixo, que entrega um quinto do que a Servia, ou menos de um decimo de Israel, Gibraltar ou Emirados Arabes...
Os UNICOS governos que tem alguma recomendação de tratamento precoce que achei foram: 1. Nicaragua. 2. Honduras. 3. India (cloroquina somente e documento de julho sem atualização).
NINGUEM MAIS.
É importante mencionar que não achei nenhuma referencia adequada justificando o uso. Na verdade praticamente nem referencia tem.
Agora que começamos a vacinar, a discussão de imunidade coletiva (de rebanho) começa a ter importância verdadeira, mas muita gente discute quantos temos que vacinar.
A conta simples é que depende da taxa de transmissão da COVID19.
Se R0 = 3, 66%
Parece simples mas não é. Vou dissecar melhor. 1. O R0 é diferente para diferentes locais (clima, condição de moradia, social, densidade demográfica, etc). O R0 e o limiar de rebanho variam com todas essas coisas. Pode ser mais baixo um uma cidade e mais alto em outra.
2. A taxa de transmissão efetiva muda com nossas intervenções. Mantendo as intervenções de distanciamento e bloqueio o limiar pode ser atingido com menos vacinação.
Nossa maior preocupação hoje deve ser com a entrega das vacinas.
Infelizmente o governo federal quer se apropriar da narrativa e dizer que esta indo bem.
Não esta!
Recebi este gráfico co de vários s grupos que circulam próximos dos que apoiam o governo.
O grafico é enganoso.
O primeiro motivo é simples, tiraram quem realmente esta vacinando do gráfico.
O grafico correto é este.
Ai da para ver como o Brasil fica pequeno ate perto de países com populações muito menores.
Mas mesmo aqui não é a informação que importa de verdade.
O que importa é quantas pessoas por doses por população foram entregues, e nisso não estamos bem em comparação com outros países.
Tentem achar o Brasil dentre os 50 que mais vacinaram por habitante.
Como fica difícil, tirei todos que vacinaram mais de 3 doses por 100 habitantes
1. Israel vacinou muito mais que os EUA
Tanto em % da população que recebeu uma dose quanto total, a diferença é gigantesca. Na verdade, gigantesca ate em relação ao segundo colocado.
Para quem tinha duvida ou esperava atualização na posição do @Medicina_CFM, a resposta de ontem é clara. O nome que não deve ser esquecido é Mauro Luiz de Britto Ribeiro, pois ele assina o texto abaixo.
Tenho varios questionamentos, alguns com implicações legais. @dadourado
O presidente do @Medicina_CFM acusa especialidades medicas de politização por serem contrarias ao uso de medicações sem eficácia.
Considerando que o CFM as reconhece tais como entidades autônomas que certificam especialistas, não é antiético reprimir sua independência cientifica?
Ou o @Medicina_CFM é agora entidade cientifica maior para julgar a independência da avaliação de evidencia das sociedades de especialidade?