A 1° eleição de Lula também expressou uma tática de frente ampla materializado com Zé Alencar na vice. Mas isso só aconteceu porque um setor da burguesia se deslocou da orbita dos tucanos. Desde o final de 2015, nenhum setor da burguesia busca compromissos.
Esse é um dos motivos, inclusive, da mudança da relação da burguesia interna com Lula. Lula passou de ser "o cara", como chamava Obama, adorado pelo Itaú, Bradesco, empreiteiras, agronegócios, para um perseguido político. 2015, por uma série de motivos, marca uma mudança política
Desde 2015, todos os setores da burguesia brasileira rumam para uma radicalização reacionária e antipopular. Note que alguns representantes orgânicos do capital, como Katia Abreu, mesmo sendo reacionários, por não acompanhar essa radicalização ficaram para trás.
Sem compreender essa movimentação de classe, suas razões, tendências e contradições, esse papo sobre "frente ampla" vira uma abstração vazia e o famoso murro em "ponta de faca". É tudo "análise" institucionalista, superficial e presa a um formalismo jurídico.
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É uma constante, quando você aponta com provas factuais a falência da tática da "frente ampla", um deboche no estilo "qual alternativa", "cadê as armas", "cadê a revolução". Como já disse antes, o deboche é só a prova que o sujeito é incapaz de sustentar sua tática.
Faz poucos minutos, um desses fãs de Ciro Gomes, fez um comentário grosso e irônico. Disse que não responderia grosseria. O sujeito tira prints do post e usa como "prova" de que eu não "tenho resposta". Ele não percebe que mesmo se isso fosse verdade, não prova que ele tá certo.
A questão é de raciocínio lógico básico. Vamos supor que não existe alternativa consolidada. Mesmo se isso fosse verdade, ela não prova que a tática da frente ampla tá certa e muito menos que ela deve ser seguida. São questões diferentes. Claramente diferente.
Sabe o motivo de não decolar frente ampla? Historicamente, a tática da frente ampla só tem algum resultado quando setores da burguesia expressam oposição ao governo e assim condicionam seus partidos a essa tática. Atualmente nenhum setor da burguesia tá contra o bolsonarismo.
No final dos anos 70 e início dos anos 80, só teve "frente ampla" no Brasil não por uma abstrata defesa da democracia, mas porque a burguesia paulista, com respaldo do imperialismo, queria se livrar da ditadura. Esse foi o solo histórico da frente ampla "pela democracia".
Não compreender isso é ficar dando murro em ponta de faca - ou melhor: cabeçada em ponta de faca. Para quem defende a tática de frente ampla - não é meu caso! -, saiba que sua tática só vai decolar se a unidade burguesa em torno do bolsonarismo for rompida.
Sabe o que é pragmatismo? É fácil de explicar. Quando eu tinha 12 anos, apanhava na escola dos meninos mais velhos. Aí, um belo dia, levei meu cunhado na escola pra dar uma pressão neles. Eles pararam de me bater. Mas continuaram tirando onda e me xingando. Eu não respondia.
por que motivos iria responder? Eu iria apanhar. Aí comecei a fazer karatê. Foi um ano, sem responder nada, deixando me chamar de tudo. Depois de um ano no karatê e já com alguns meses de Taekwondo, eu briguei com um rapaz do 8° ano.
Apanhei? Sim, mas bati que só a desgraça também. E ele era muito maior que eu. Depois disso, foi suave. Nunca mais apanhei e eles pararam de me xingar.
Onde tá o pragmatismo? Passei um ano calado, sem responder, abrindo mão de princípios, esperando acumular força pra responder.
Como tem muita gente me pedindo dicas de livros de autores da Teoria Marxista da Dependência (TMD), segue duas indicações.
O primeiro livro é o “Ruy Mauro Marini: vida e obra” lançado pela Expressão Popular.
O livro contém uma ótima introdução contextualizando a obra de Marini e um relato do próprio falando de sua trajetória. Oferece um bom panorama histórico para quem deseja saber quem foi Marini.
O livro ainda contém o clássico ensaio “Dialética da dependência” e outros escritos geniais do autor, como “Sobre o Estado na América Latina” e “Socialismo e democracia”. É uma ótima introdução ao pensamento desse grande revolucionário.
Uma breve nota sobre a teoria marxista da dependência (TMD).
Muitos camaradas comentaram comigo sobre o último programa do Conexão Xangai e os comentários de @eliasjabbour e @moreira_uallace sobre a TMD. Antes de tudo, aquilo é um vídeo, com os limites de um vídeo.
Não faz muito sentido cobrar o máximo de rigor teórico, metodológico, diferenciações e citações num vídeo e particularmente num vídeo coletivo. Dito isso, sei que Uallace e Elias tem total capacidade de formular críticas bem melhores aos teóricos da TMD. Passando esse ponto.
O vídeo apresenta, ao meu ver, duas caricaturas. A primeira caricatura é a ideia de que a TMD busca explicar a dependência e subdesenvolvimento por fatores "externos" como o imperialismo, divisão internacional do trabalho etc. Aqui temos um erros grave na apresentação das ideias.
O vereador e policial civil Leonel Radde estava numa live me difamando, falando mentiras e destilando um suco de anticomunismo e baixarias (a partir dos 44 minutos). Soube do acontecimento, pedi para entrar ao vivo e confrontei o sujeito +
Ele fez uma AUTOCRÍTICA, pediu desculpas, me cobriu de elogios (desmentindo tudo que tinha falado) e admitiu de forma juridicamente neutra sua fala infeliz de conotação racista: soltou o clássico se "você se sentiu ofendido, se leu minha fala como racista, me desculpa" +
Aí, depois de tudo isso, o cara vai chorar na internet e falar o exato contrário do que falou na live. Então, note, temos DOIS DISCURSOS diferentes na live e outro discurso depois da live, me ameaçando de processo +