Isso aqui é uma das coisas mais interessantes e importantes que poderíamos estar fazendo. O vírus é um inimigo invisível. A medição da concentração de CO2 no ambiente é um proxy da presença do vírus e poderia nos ajudar a avaliar o risco dentro de cada ambiente
Quando respiramos, exalamos CO2. Quanto mais gente respirando em um ambiente mal ventilado mais essa concentração vai aumentando. Ou seja, quanto maior a concentracao de CO2 maior a chance de estarmos respirando o ar que alguém exalou
Em tempos de pandemia, com boa parte da transmissão acontecendo por pré sintomaticos e assintomaticos, quanto mais respiramos o ar que alguem exalou, maior o risco de tambem estarmos inalando aerosóis contaminados com o vírus e nos infectando
Se o ambiente é bem ventilado, não só a concentração de gás carbônico mas também a concentração de aerosóis potencialmente contaminados diminui, diminuindo também nosso risco
Um dos grandes desafios é que esses aparelhos não estão amplamente disponíveis no Brasil. Só importando. Poderíamos aumentar essas importações e zerar impostos para a importação. Também poderíamos tentar fabricar esses equipamentos no Brasil
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Eu sempre repito e insisto pra vocês que, assim como todas as outras pandemia da história, essa vai acabar e a nossa vida vai voltar ao normal. Não sabemos quando. Mas vai
Em tempos normais, a essa altura do ano, já estaríamos com todas as fantasias e bloquinhos decididos
Inclusive, o que mais vi nas redes sociais hoje foram posts saudosos de carnavais passados, quando a gente podia aglomerar sem risco. Mas infelizmente não são tempos normais
Queria dizer que o Carnaval de 2020 não foi o último da história. Teremos muitos carnavais no futuro
O mundo vai voltar ao normal, a gente vai poder se aglomerar suado no bloquinho, beijar na boca, ficar na fila do banheiro químico e chegar na quarta feira de cinzas sem celular. Mas esse ano vamos dar uma segurada
Só pra deixar bem claro, de forma alguma estou criticando a pesquisa ou os pesquisadores. Muito pelo contrário. Coletar amostras do vírus no ar sem danifica-lo é uma tarefa dificilima e requer muito, mas muito cuidado. Pouquíssimos lugares do mundo conseguiram isso+
E é motivo de enorme orgulho que isso tenha sido feito no Brasil. Isso é mais uma evidênia fortíssima da transmissão pelo ar que se soma a muitas outras e torna cada vez mais difícil fugir desse debate e negar a transmissão pelo ar
Eu tomaria cuidado com esse número de 95%. O estudo avaliou um caso específico, com um conjunto de máscaras num contexto específico. Dada a enorme quantidade de máscaras diferentes, não acho que seja extrapolavel. Dito isso, algumas observações
É difícil cravar um número ou dizer "protege ou não protege". O mais importante é entender o princípio por trás de usar 2 máscaras. Garantir uma boa filtragem com a cirúrgica e um bom ajuste com a de pano por cima. E aí entra o ponto crítico... Ajuste é fundamental
Se você colocar 3 máscaras todas com um vão enorme, não vai adiantar. Vale mais uma bem ajustada e só
Máscaras do tipo PFF2 são as ideias. Mas ainda assim, não deixe de redobrar os cuidados com o uso correto da máscara de pano. É hora de melhorar o uso delas também
1. Garanta que a máscara de pano esteja bem ajustada ao rosto, com o mínimo de vazamentos pelas laterais e por cima
Uma boa dica é usar esparadrapos no entorno pra vedar bem as saídas de ar pela lateral
2. Algumas pequenos detalhes melhorar muito o ajuste. Clipe de metal no nariz e elástico na nuca são duas coisas que ajudam demais
3. Garanta que a máscara tem boa capacidade de filtragem
Sugiro dois testes. O da luz e o da vela.
Para o da luz, observe a máscara contra a luz. Se conseguir observar a luz passando por entre a malha, busque uma máscara melhor
O da vela, tente apagar uma vela/fósforo/isqueiro com a mascara. Se for muito fácil, busque uma melhor
Completamente de acordo. A gente deveria incentivar que pessoas saiam de ambientes fechados, mal ventilados e lotados e realizem atividades ao ar livre onde os riscos são menores
Nessa lógica, fechar parques faz muito pouco sentido. É um local bastante seguro
Eu acho muito importante que se evite um tom moralista e de julgamento na tentativa de convencimento. Isso afasta a pessoa e, pior, faz com que ela continue reproduzindo comportamentos de risco mas de forma escondida, com muito menos controle e segurança
É sempre importante tentar entender até onde o outro está disposto a ceder e tentar puxa-lo pro contexto mais seguro possível. Não vai conseguir convence-lo a ficar em casa? Então vá pra local aberto. Mantenha distanciamento. Use a máscara corretamente
Da pra tirar algumas lições desse turbilhão dos últimos dias sobre a transmissão de novas variantes.
A primeira é que o pânico e o medo nos paralisam e nos impedem de tomar atitudes racionais. A gente fica desesperado achando que tudo mudou e não sabe nem por onde começar a agir
As coisas que sempre funcionaram continuam funcionando e agora, mais do que nunca, é reforçar essas medidas. O que nunca funcionou segue sem funcionar, por mais que insistam que funcione
A segunda coisa é como a forma e o tom que nos comunicamos importa. Houve uma compreensão um pouco confusa sobre o uso de máscaras melhores, especialmente na França. E aí a repercussão acabou indo pra um lado diferente