1.726 mortes e vocês ainda estão nessa palhaçada ressentida sobre como isso começou, quem elegeu quem? Quem elegeu foi quem cravou 17 na porra da maquinha, o resto é briga infantil. Eu quero saber é como isso vai parar.
Bicho, sério, não é possível que nessa altura do campeonato vocês ainda estejam presos nisso. Acordem, pelamor, acabou a palhaçada, tem gente morrendo, tem gente passando fome, coloquem a porra dos ressentimentos de lado.
Eu também tenho um monte de teorias sobre os erros que foram cometidos por todos - especialmente aqueles que tinham a caneta nas mãos -, mas passou da hora, acabou. Temos problemas mais urgentes do que esse eterno "comigo não tá!".
As vezes, sinceramente, eu não sei se me desespero mais com os atos do povo do outro lado do muro ou com essa eterno parquinho que virou o nosso campo. É impressionante, nem um holocausto é capaz de fazer com que as pessoas abandonem esse narcisismo das pequenas diferenças.
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O mais interessante disso tudo é que boa parte das esquerdas simplesmente ignoraram - e seguem ignorando - o trabalho da CNV. Teve problemas, inúmeros. E falo na condição de alguém que trabalhou na Comissão, coordenando as pesquisas do GT Araguaia.
Ou seja, falo com propriedade tanto dos problemas da comissão, quanto do fato que foi amplamente ignorada - e até mesmo atacada - por diversos setores da esquerda.o
O meu ponto é: ainda assim, ainda com todos esses problemas, os militares sentiram o golpe, ao ponto de saírem da caverna (caserna) e bancarem um golpe.
O Alto Comando do Exército, Vilas Boas, Heleno, Mourão, todos são IGUALMENTE culpados pela situação que o país vive, pelos 300 mil mortos que virão (questão de semanas). Não me venham com essa de isentar o exército concentrando os dedos no Bolsonaro.
Se não fosse pelo Exército Bolsonaro não seria nada. Mourão não caiu no seu governo de paraquedas. Se o Exército Brasileiro tivesse algum compromisso com a nação que eles dizem representar estariam NO MÍNIMO forçando a renúncia desse governo. TODO!
Mas jamais farão isso, jamais! Os militares brasileiros, especialmente o Exército, vivem, existem, afundados em um passado de glórias que nunca existiu. A ditadura não desenvolveu o país, pelo contrário, o abandonou afundado em dívidas.
O pessoal comemorando aquele banco "que não é banco" aumentando indiscriminadamente o limite dos seus clientes (como parte de uma estratégia publicitária) é a prova de que como a discussão sobre educação financeira é fundamental.
E digo mais, a direita se antecipou demais nessa história e capturou a pauta: educação financeira acabou virando sinônimo de investimento (trader) e discurso de coach.
Não é de se estranhar que essa estratégia, inclusive, esteja mirando nas minorias, o que tem surgido de "trader-coach-financeiro-pirâmide" focado em mulheres e nos mais pobres (os "micro-investidores") não tá no gibi, inclusive usando palavras de ordem da militância.
Mais um capítulo da perseguição aos artistas populares, ao funk, especificamente, a pandemia, a aglomeração é apenas a mais nova desculpa. Se existisse alguma vontade política em coibir aglomerações o presidente era o primeiro a ser preso e em flagrante.
Obviamente, já colocam as acusações habituais de associação com o tráfico de drogas. Quero ver pegar um Alok da vida e meter a mesma acusação.
O escarnio é tão grande que basta participar de um evento em "área dominada pelo tráfico de drogas" para ser imediatamente acusado de associação com o tráfico de drogas. Esse dispositivo, basicamente, inviabiliza a realização de quaisquer eventos culturais nas periferias.
Um dos maiores problemas das analises sobre o bolsonarismo - especialmente aqui - é o fato de que elas pressupõe uma unidade entre seus apoiadores. O "gado" é sempre tomado como uma massa univoca, como se todo apoiador do presidente fosse um clone de algum bolsonarista notório.
Para começar é preciso discutir o que significa apoiar o presidente. Afinal, entre ir para as ruas gritar mito enquanto ele passa em carreata é radicalmente distinto de responder uma pesquisa por telefone dizendo que avalia positivamente a sua gestão.
É preciso compreender aqueles que de algum modo avaliam a sua gestão como razoável ou positiva. Até para entender como convencê-los do contrário. Exemplo: eu conheço pessoas de uma cidade do interior do Pará que avaliam positivamente a gestão bolsonarista por conta de uma estrada
E antes que venham falar alguma coisa, o sujeito está em um uma instituição onde transita livremente pelo pátio, não sofre nenhum tipo de maus-tratos, basicamente um fim de semana entre os amigos. Não me venham comparar a situação desse sujeito com a de 99,9% da massa carcerária.
Com o adendo de que ele goza de ampla possibilidade de defesa, advogados, apoio aberto de políticos, etc...