O Estado, os governantes, os burocratas e os juízes não têm a mínima ideia de como funciona a economia. Isso já foi explicado por autores como Hayek, Mises, Thomas Sowell, Nassim Taleb e muitos outros.
A economia de um país é formada por milhões de ações de indivíduos que não se conhecem, e que trabalham, cada um, visando sua própria prosperidade. O resultado final, paradoxalmente, é a produção de bens e serviços que atendem às necessidades de toda a sociedade.
O conhecimento sobre o que precisa ser produzido e o que pode ser vendido, e a que preço, está distribuído pela sociedade. Os burocratas estatais nada sabem sobre isso.

Qualquer interferência do Estado na economia é danosa.

É abundante a literatura que demonstra isso.
Para citar só um exemplo, Amity Shlaes explica em seu livro O Homem Esquecido como as medidas tomadas por Franklin Roosevelt agravaram os efeitos da Grande Depressão de 1929.

É claro que, para os governos, intervir é sempre bom.
É raro o político que não gosta de aumentar seu próprio poder. Além disso, muitos políticos honestos são vítimas da falácia descrita tão bem por Nassim Taleb: aquela que diz que é melhor fazer qualquer coisa do que não fazer nada.
Como explica Taleb, intervenções em sistemas complexos, dos quais entendemos pouco - como é o caso da economia e do meio ambiente - têm probabilidade muito maior de gerar consequências negativas, impossíveis de prever, do que de produzir bons resultados.
A bem-intencionada eliminação de lobos de uma região, por exemplo, pode desequilibrar um ecossistema e levar à reprodução descontrolada de ratos, que acabam invadindo e destruindo plantações, causando fome.
Em nome do combate à pandemia, alguns juízes, governadores e prefeitos estão tomando medidas autoritárias e inconstitucionais que restringem ou impedem totalmente o direito do cidadão de trabalhar e fazer negócios.
Lockdowns, fechamento de lojas, proibição de atividades de lazer, criminalização de atos que não podem ser criminalizados porque não são previstos em lei como crimes (esse é uma regra básica da democracia)
- tudo isso vai prejudicar, quebrar ou destruir partes do sistema que produz itens de consumo essencial e coloca alimentos em nossa mesa.

As consequências dessas medidas são imprevisíveis. Mas elas serão graves, e não demorarão a aparecer.
Serão consequências econômicas, sociais e psicológicas.

Uma coisa se pode prever com certeza: quando essas consequências aparecerem, os responsáveis por elas vão usá-las como desculpa para intervenções ainda maiores - e mais ilegais - em nossas vidas.
Os ratos não vão demorar a invadir as plantações.

Deus nos livre da fome.
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5 Mar
O pessoal do "fique em casa" fica com raiva, ofende e agride quem aponta sua ÓBVIA contradição lógica.

Mas ela é claríssima:
Ou TODO MUNDO tem o direito, as condições e a garantia de poder trabalhar de casa, ou essa postura nada mais é do que uma transferência imoral do risco da doença daqueles que têm esse privilégio para a grande maioria, que não tem.
O analista financeiro de uma estatal, que trabalha no conforto de casa, com emprego e salário garantidos há um ano, transferiu todo seu risco de ficar doente para o lixeiro, a caixa do supermercado e o padeiro que, por motivos evidentes, não podem trabalhar de "home office".
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4 Mar
Se vcs tiverem dúvidas se tudo isso é preocupação legítima com a saúde ou oportunismo ideológico e político, lembrem-se : em nome do "combate" à pandemia mais de 30 MIL CRIMINOSOS foram soltos no país. No Rio as operações policiais estão SUSPENSAS pela corte suprema desde junho.
Enquanto são plantadas as sementes do caos, homens de geleia - entre eles vários que querem ser líderes políticos LIBERAIS - batem palmas para o fogo do circo, aprovam medidas autoritárias e desenvolvem obsessão com impeachment.
Ao primeiro sinal de problema, esses homens de geleia fugirão para suas casas no exterior. Quem vai ficar para catar os cacos do país somos nós.
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2 Mar
A ideia principal do conservadorismo é que toda a civilização que vemos ao nosso redor levou séculos para ser construída, mas pode ser destruída em pouco tempo.

Os ditadores da pandemia estão mostrando isso.
Hoje a defesa da liberdade está sendo feita por conservadores.

Os ditadores são todos progressistas.
Eles amam a educação, mas fecham escolas. Falam de liberdade, mas trancam você em casa enquanto eles vão para Porto Seguro e Cancún. Pregam o fim da desigualdade, mas tiram o ganha pão do trabalhador.

Os progressistas colocaram suas garras de fora.
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26 Feb
A constituição brasileira não reconhece a figura do "lockdown". É simples assim.

A única medida restritiva desse tipo prevista é o Estado de Sítio, que SÓ PODE SER DECRETADO PELO PRESIDENTE e, mesmo assim, só restringe a população a ficar em certas áreas, e NÃO TRANCADA EM CASA.
O estado de sítio tem duração limitada – 30 dias – e só pode ser prolongado em casos de guerra.

O estado de sítio também suspende, por esse mesmo período, a atuação dos Poderes Legislativo e Judiciário.
Quem não gosta da constituição deve trabalhar para que ela seja alterada seguindo os princípios da democracia.

Ninguém pode violar a constiuição. Quando isso acontece, acabam as regras do jogo democrático.

E aí, tudo pode acontecer.
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18 Feb
Entre o Lacrador e o Isentão: A Real Sobre Esquerda, Direita e Liberdade

O debate político renasceu no Brasil. Agora, mais do que nunca, é importante entender as posições de cada um. É importante entender a diferença entre esquerda e direita.
Conhecer as diferenças entre essas correntes é fundamental, ainda que sua posição pessoal não se alinhe com nenhuma delas.

Você pode ser “de centro” ou isentão - mas os partidos e os indivíduos que definirão as políticas públicas e as leis têm uma posição definida
– e é essencial que você entenda o que essa posição significa.

Entender isso não é complicado, e nem exige que você faça um julgamento moral. Existem pessoas honestas e decentes em (quase) todas as correntes ideológicas.
Read 26 tweets
15 Feb
A História Do Livro Que Produziu Analfabetos

É inacreditável, mas é verdade.

É uma história importante nesse momento em que se debate, mais uma vez, a educação estatal brasileira e seus livros didáticos.
Aconteceu aqui mesmo no Brasil.

Foi assim:

Em 2011 o Ministério da Educação e Cultura aprovou o livro didático "Por Uma Vida Melhor" para o ensino da língua portuguesa nas escolas públicas.
O livro continha a frase: "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", com a explicação: "Na variedade popular, basta que a palavra 'os' esteja no plural".

Veja a orientação que os autores do livro dão aos alunos (página 15):
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