Uma das principais reclamações da PEC Emergencial é que ela afeta mais o professor de escola e menos o juiz federal e o político.
Sim. Isso se chama estado.
Estado é uma relação parasitária onde quem o controla vive do dinheiro de quem paga imposto.
O parasita bem sucedido é aquele que consegue permitir que seu hospedeiro continue vivo, e até que se desenvolva, para que mais recursos estejam disponíveis para serem parasitados.
O parasita mal-sucedido é aquele que mata o hospedeiro. É para onde o Brasil se encaminha.
Nesse processo, quem realmente detém o poder da estrutura parasitária (o estado) reconhece que para a manutenção dessa relação, "sacrifícios" precisam ser feitos.
E assim os "pequenos" são vendidos.
É aí que você percebe o funcionamento do estado, que é a teoria do Bandido Estacionário.
Um grupo de bandidos percebe que é mais fácil entrar numa relação de parasitagem e de ocupação da vítima, ao invés de fazer assaltos constantes.
Para estabilizar a relação de parasitagem e criar um estado, esse grupo de criminosos precisa que o hospedeiro pare de resistir.
Essa estabilização acontece via:
1) Violência 2) Ideologia 3) Suborno
Violência é o óbvio. Mata-se quem discorda e ameaça-se os restantes. Tem uma efetividade limitada.
Ideologia pode variar. Religião, contrato social, etc. É você convencer o hospedeiro de que o parasita na verdade é uma espécie de cura, ou só mais um órgão.
Suborno é outra óbvia. Você paga alguém para ficar quieto, ou mais, para te apoiar.
A expansão do funcionalismo no caminho da mutação do estado é uma mistura de 2 e 3.
Ao absorver estruturas fundamentais de uma sociedade, como o provimento de educação, segurança e saúde, o estado com o tempo cria a ideia de que essa é a normalidade e que sem ele estariamos completamente perdidos.
E ao contratar mais e mais pessoas para dentro do estado, ele consegue um exército de pessoas que estarão interessadas na sua expansão financeira e de poder.
Ao contratar mais e mais pensadores que defendem o estado, você financia a produção de ideias que te defendem.
Esse foi o caminho de mutação do estado nos últimos 150 anos aproximadamente. O pioneiro disso numa escala tão organizada foi Bismarck, na Prússia.
Voltando ao Brasil, ocorre que a drenagem de recursos da parte produtiva da economia não é sustentável.
O grupo que de fato controla o estado então é forçado a reduzir seus programas de ideologia e suborno.
Esses programas sempre foram de suporte ao grupo que de fato domina o poder. Nunca foram seu objetivo.
Quem controla o estado quer poder e recursos. Se eles precisarem sacrificar o provimento de educação, saúde, segurança ou outras coisas para se manterem no poder, que seja.
O objetivo é a manutenção de poder.
Os que mais claramente tiverem essa lógica de pensamento na cabeça serão aqueles que subirão ao poder.
Eles são os mais dispostos a mentir, manipular, comprar, roubar e matar para conseguir o que querem.
E eles vão sacrificar os peixes pequenos.
Então se você está escandalizado pelo escanteamento dos professores, atendentes de saúde básica, e enfim, outros "Pequenos" servidores que prestam serviços que você considera importantes, entenda que você está vendo o estado em ação.
O jeito que o estado funcina, as regras gerais que ele segue, o fato dele ser obrigatório, viver de roubo (imposto) e deter o monopólio da força resulta na situação que você está vendo.
São as regras do jogo. Isso é ter estado.
Portanto, entenda que os "serviços" que o estado te "oferece", pago com dinheiro de outra pessoa ou seu, são subornos para convencer você a não se opor a estrutura estatal.
E o objetivo é a manutenção de poder e bem-estar do grupo que decidiu isso.
Esse grupo varia de país para país, mas seu núcleo é sempre o mesmo:
1) Psicopatas e afins que adoram o poder 2) Apoiadores desses psicopatas que querem viver sem trabalhar de verdade 3) Grupos econômicos privados que não querem competir, e sim querem feudos econômicos
A função real do estado não é prover educação, saúde, segurança, etc. Esse é o suborno.
A função real do estado é proteger esses grupos e garantir que você continue sustentando eles.
Você não está vendo um estado disfuncional, falho ou que precisa ser reformado.
Você está vendo uma operação normal de um estado que exagerou na parasitagem no passado e agora precisa corrigir seu balanço para retornar a estabilidade.
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A esquerda está putaça com a Tábata Amaral porque ela é o que eu chamo de "Esquerda que sabe ler planilha".
Ela quer um estado que cuide de um bando de coisas sim. Só que ela sabe ler as planilhas de gastos e tendências do Brasil e entente que como tá, o país quebra.
Por isso ela é favorável a algumas reformas, como a da Previdência e a PEC Emergencial.
Ela entende o que deveria ser básico: se o governo quebrar, todos os programas sociais etc capotam.
Tábata, porém, é uma raridade.
A esquerda não sabe ler planilhas básicas ou interpretar gráficos. Orçamento é coisa de fascista, planilha é o retorno do nazismo.
Querem que tudo funcione na base da vontade política, fé em Marx e na impressora e bundaço.
A parte absolutamente hilária desse estudo é onde eles acham que vão taxar 95 bilhões de reais dos 1% mais ricos do país e esses ricos vão ficar no país, pagar tudo certinho e não tentar desviar de alguma das milhares de formas disponíveis.