Quando foi eleito presidente, ele era visto como a solução para o país – um presidente eficiente e incorruptível. Na pandemia, disse que o vírus seria derrotado com orações. Hoje, depois de semanas de especulação, anunciaram a morte dele, John Magufuli, presidente da Tanzânia.
Comecei a acompanhar o caso da Tanzânia depois que um amigo que mora lá me contou que Magufuli não era visto em público desde fevereiro e que a suspeita era de estava internado com covid-19.
Em maio de 2020, o governo tinha parado de divulgar dados sobre a contaminação. Em junho, ele declarou que a Tanzânia estava livre do coronavírus graças a orações: "O coronavírus, que é um demónio, não pode sobreviver no corpo de Cristo. Ficará instantaneamente queimado".
Ele proibiu a imprensa de publicar sobre “doenças mortais ou contagiosas” sem autorização oficial e subiu o preço dos testes para 100 dólares. Ainda pediu que testassem um mamão e uma cabra pra provar que os testes não funcionavam. Segundo ele, mamão e cabra testaram positivo.
Magufuli já tinha se revelado um autoritário de almanaque. Perseguiu jornalistas, fechou veículos de imprensa, forçou o exílio de adversários políticos, mandou prender artistas, proibiu anticoncepcionais e determinou que meninas grávidas fossem expulsas da escola.
Depois que o políticos de alto escalão adoeceram (em Zanzibar, região semiautônoma, o vice-presidente, Seif Sharif Hamad, morreu de covid), Magufuli admitiu que o vírus podia estar circulando, mas culpou os que tinham se vacinado no exterior e “trouxeram um coronavírus estranho”.
Magufuli rejeitou comprar qualquer vacina disponível e receitou que os cidadãos tomassem um tônico de ervas ou fizessem inalação para se proteger.
Especulava-se que ele estava internado com Covid-19. O comunicado oficial do governo diz que ele morreu de problema cardíaco.
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Na campanha, Joe Biden disse que ele era um personagem de “transição”, como uma ponte entre gerações. Seria Kamala Harris o futuro?
Ela é daquelas mulheres que abrem caminhos por onde passa. Por 7 anos, foi chefe da procuradoria em São Francisco. Por outros 6, foi procuradora-geral da Califórnia. Nos dois cargos foi a primeira mulher negra eleita. Em 2016, foi a 1 primeira senadora negra pela Califórnia.
Este ano, foi a primeira mulher negra a ser indicada para uma chapa presidencial por um grande partido. Hoje, foi eleita a primeira mulher - e mulher negra - vice-presidente dos Estados Unidos.
Minha ideia com essa série era entender o Bolsonaro para explicar o Bolsonaro. Enquanto eu montava os roteiros, tinha dúvidas sobre o último episódio porque nunca quis ficar a reboque do noticiário, mas não podia deixar de falar do governo em ação.
Mas logo ficou claro que o governo era sobre os filhos, que não passam de tentáculos do pai. O episódio, então, é sobre eles: Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. Ouçam e depois me contem. 🎧📻🐧
O Donald G. Mcneil Jr., repórter que cobre doenças infecciosas para o NYTimes, falou no The Daily sobre 4 possíveis descobertas sobre o coronavírus. Nenhuma está 100% comprovada, mas são bastante prováveis. Segue o fio. open.spotify.com/show/3IM0lmZxp…
[1. É uma doença vascular, não respiratória] Pensamos na COVID-19 como uma doença pulmonar, uma doença respiratória. Mas os cientistas já perceberam que ao entrar pelas vias aéreas, o vírus se liga ao interior os vasos sanguíneos. Vira uma doença vascular.
Isso afeta os pulmões, mas também as redes de vasos sanguíneos finíssimos dos rins, do intestino, do cérebro, as células nervosas do cérebro... Não ataca as células musculares do coração, mas sim os vasos sanguíneos que passam por todas as outras partes.
Os áudios dos telefonemas de Lula grampeados por Moro divulgados hoje pela @folha Folha em parceria com o @TheInterceptBr Intercept batem com um texto sobre a indecisão de Lula para acertar o cargo de ministro que eu apurei e não publiquei na época. Resgatei um trecho:
Na terça-feira seguinte à sua condução coercitiva, Lula chegou em Brasília e foi direto para o Palácio para uma reunião com Dilma. Além do seu depoimento forçado, a delação de Delcídio um dia antes, e a prisão de João Santana na semana anterior precipitaram a debandada de aliados
Com o PMDB, maior partido da base, a relação havia degringolado de vez em dezembro, quando Michel Temer enviou à presidente uma carta, vazada à imprensa minutos depois, onde inventariava todas as vezes em que sentiu-se desprestigiado ou desautorizado por ela.
A matéria do Globo sobre a prisão dos ex-PMs acusados de matar Marielle está completinha. Segundo a denúncia, Lessa – o vizinho de Bolsona - teria atirado nas vítimas, e Elcio dirigia o Cobalt prata usado na emboscada.
O assassinato de Marielle foi planejado três meses antes, segundo a denúncia. Até aqui, os acusados de envolvimento na morte de Marielle tinham sido presos em operações sobre outros casos. Hoje, os presos foram presos depois de investigação focada nos rastros digitais de Lessa.
O policial reformado guardava na nuvem a agenda de eventos de Marielle. No mês seguinte à morte dela, Lessa e um bombeiro sofreram um atentado. Tentativa de queima de arquivo? Em 2009, ele já sobrevivera à explosação de UMA BOMBA dentro da Toyota Hillux blindada que ele dirigia.