Mais uma atualização da ocupação de leitos na cidade de SP minha e do @generosoMD.
Infelizmente, continuamos com mas noticias.
Nos hospitais privados que acompanhamos são recordes ininterruptos de numero de internados em velocidade muito preocupante.
Na rede publica a situação é a mesma. A diferença é que ainda não batemos o pico da época que tinham pacientes menos graves internados nos hospitais de campanha.
Infelizmente não temos mais os dados de pacientes em ventilação mecânica. Ainda assim, a curva de pacientes em UTI na rede municipal assusta ainda mais, pois vejam que é proporcionalmente maior que a de leitos ocupados. Estamos sobrecarregados de casos muito graves.
Tudo no sistema esta saturado. Me surpreende ainda ter mais leito a ser ocupado. Não tenho duvidas de que estamos recrutando leitos ja existentes dos não COVID. Outras doenças vão ter piora do cuidado e aumento de complicações com o colapso do sistema.
Obrigado não só ao @generosoMD que é mais responsável pela curadoria dos dados do que eu, mas também para muitas pessoas como o @jamus_marcelo que não passam um dia sem nos atualizar da situação nos seus locais de trabalho.
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Um desastre em rápida progressão, gráficos para quem tem estomago forte. Estado de SP hoje, 3380 NOVAS internações. Segundo dia acima de 3000. Media móvel de 7 dias chegando em 3000. Até 10 dias atrás o recorde de internações era 2200.
Praticamente todo o estado batendo recordes de novas internações, mas alguns merecem destaque.
Araçatuba teve quase o dobro do segundo pior dia, que foi ontem.
Baixada também com record e aceleração importante.
Comentei que ja estamos em colapso.
Vou compartilhar alguns dados e informações.
Eu e o @generosoMD atualizamos o gráfico dos hospitais privados de SP que temos acesso aos boletins. É autoexplicativo.
Mas acho que alguns detalhes merecem atenção. Vejam a velocidade de subida, de pouco mais de 700 (quase recorde anterior) para 1065 internados em menos de 10 dias.
30% acima do maior pico prévio.
E não é só no privado, o total (publico e privado) de NOVAS internações da grande SP não só é muito alto, mas também sobe de forma insustentável.
No dia da marca de 250 mil óbitos , também atingimos a maior média móvel de mortes desde o inicio da pandemia. Com o restante das condições mantidas, chegaremos rapidamente nos 300 mil óbitos.
Vários estados esta no pior momento da pandemia.
Mas queria destacar algumas coisas que acho ainda mais preocupantes
A velocidade de progressão atual é muito alta em algumas regiões. Não vai dar tempo de planejar na hora que piorar.
Vejam a subida no sul:
Mais um capítulo do "como mentir com estatísticas: COVID19 Brasil" está circulando nas redes.
O capitulo de hoje é: "em mortes por milhão o Brasil está bem"
A fonte da pérola é o colunista político que diz apresentar uma análise "sem viés politico"...
Segundo o colunista basta ajustar para a população é o Brasil é o 24o pior em mortalidade.
Só de comemorar está colocação com a quantidade de paises que temos já deixa duvidas, mas vamos aos dados.
1. O óbvio, a mortalidade por COVID-19 depende da idade, como bem ilustrado neste link e figura. Logo, um paíse que quase so tem jovens deveria ter muito memons mortes que países com mais idosos (diferença de morte entre jovens <30 e >60 anos =20x)
Lembra da história das mortes por COVID-19 vs. com COVID-19?
As pessoas apresentavam este tipo de gráfico do portal do registro civil dizendo que tirando COVID-19 o numero total de mortes era muito menor que em anos anterior e outras mortes estavam entrando na conta como COVID19
Um colega chegou a mostrar um gráfico ilustrativo de que em julho teria sido 3,5 vezes mais óbitos por COVID-19 que excesso de mortes.
Vamos aproveitar o gráfico para ver que em outros países fica de 0,5 a 1,2 a relação COVID-19, excessos. Será que é diferente mesmo no Brasil?
Como o registro civil tem atrasos, vamos tirar as ultimas 10 semanas. Fechando em 30/11/2020.
Nesta data tenhamos 173,120 óbitos confirmados por COVID-19.
No RG eram 170266 óbitos por COVID-19.
Já fazem semanas que não atualizamos a situação das internações em SP. Como previsto, o pico de novas internações aconteceu perto de um mês após a superexposição de fim de ano.
Primeiro, novas internações no estado de SP.
Alguns chamam atenção para a queda recente, eu destaco que ainda internamos 100 pessoas por dia a mais que no começo do ano.
Também ainda estamos acima de todo o período de setembro a dezembro.
O pico de obits esta sendo agora, mais 2-4 semanas depois do pico de internações .
Nos leitos municipais do boletim da prefeitura a situação é a mesma, começou a cair, mas ainda em níveis muito altos, acima de todo o segundo semestre do ano passado.