Segundo O Antagonista, Bolsonaro afirmou há pouco, a apoiadores na saída do Palácio do Alvorada, que o “terreno fértil para a ditadura é exatamente a miséria, a fome, a pobreza“ e defendeu a decretação de um estado de sítio.
Siga o fio. É grave 👇
Aos apoiadores, o presidente disse que o governo federal precisará adotar medidas contra as ações restritivas adotadas por governadores.
“Eu tenho mantido todos os ministros informados do que está acontecendo. E ainda culpam a mim, como se eu fosse um insensível no tocante às mortes. A fome também mata. A depressão tem causado muitos suicídios no Brasil. Onde é que nós vamos parar?"
Continua...
"Será que o governo federal vai ter que tomar uma decisão antes que isso aconteça? Será que a população está preparada para uma ação do governo federal no tocante a isso?”, disse Bolsonaro.
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Em seguida, ele justificou a medida: “É para dar liberdade para o povo. É para dar o direito ao povo trabalhar. É para dar direito ao povo trabalhar. Não é ditadura não. Temos uns hipócritas aí falando de ditadura o tempo todo, uns imbecis".
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Agora o terreno fértil para a ditadura é exatamente a miséria, a fome, a pobreza”, complementou.
Por fim, o presidente sentenciou: “Eu gostaria que não chegasse o momento (de decretar o estado de sítio), mas vai acabar chegando”.
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Entenderam? Não há efeito centrão. Não há efeito Lula. Bolsonaro não muda. Não recua. Só avança.
Temos que parar esse genocida.
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Os populismos são hoje, no Brasil e no mundo, os principais adversários da democracia. O bolsonarismo e o lulopetismo são populismos. É claro que são diferentes e que o primeiro é muito mais maligno. Mas ambos são i-liberais e majoritaristas.
Populistas creem que a sociedade está atravessada por uma única clivagem que opõe "o povo" às "elites". Pretendem falar em nome do (verdadeiro) povo (composto por seus seguidores). Acham que são os únicos representantes legítimos (do povo) e que nada deve ficar no seu caminho.
Populistas pensam que democracia é a prevalência da vontade da maioria (majoritarismo). Em alguns casos os populismos de esquerda (como o lulopetismo) são hegemonistas. Acham que têm o direito de comandar (e só fazem alianças para ficar mais fortes e matar os aliados ao final).
Tudo começa com a retórica. É sempre o primeiro sinal.
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Se candidatos ou governantes têm a coragem de vir à esfera pública proferir ideias autoritárias (ainda que sejam só ideias), então isso – se não for um ato isolado, episódico, marginal, mas uma prática sistemática – é um indício de que um processo de autocratização está em curso.
“Ah! Mas é pura retórica” – argumentam as pollyannas que sempre pontificam nessas horas. Nada disso. Retórica é política. Se há a presença de uma retórica autoritária é porque já há uma política autoritária (às vezes em embrião).
Lutar pelo fim da desigualdade e falar em nome dos excluídos não torna ninguém democrata. Chávez, Evo, Correa, Lugo, os Kirchners, Funes, Maduro e Ortega, além de Fidel e Raul, lutaram pelo fim da desigualdade em nome do povo, contra as elites.
Ser antifascista não torna ninguém democrata. Maduro e Ortega (os dois ditadores atuais da Venezuela e da Nicarágua) são antifascistas.
Ter lutado contra a ditadura militar não torna ninguém democrata. Muitos militantes que lutaram contra a ditadura militar no Brasil queriam substituir a ditadura burguesa (a serviço do imperialismo) pela ditadura do proletariado.
Bolsonaro não pode mudar de comportamento. Ele não é o presidente do Brasil e sim da sua facção. Conta com essa facção para passar ao segundo turno em 2022. Precisa, para tanto, de pelo menos 25% dos votos.
Siga o fio.
Se mudar de comportamento corre o risco de perder esse piso.
É o próprio Bolsonaro (sua família e seus sequazes) que alimenta diariamente a facção bolsonarista com fake news para que ela acredite:
1 - Quando um populismo (de esquerda ou de direita) chega a ultrapassar 20% de audiência é sinal de que já há um processo de autocratização em curso.
2 - Se, no entanto, dois populismos (de esquerda x de direita) polarizarem a cena política, cada qual com mais de 20% de audiência, então é porque a democracia já foi envenenada. Pode até não morrer, se encontrar a tempo um antídoto eficaz.
3 - Todavia, se um processo eleitoral é antecipado, colocando em confronto dois populismos, cada qual com mais de 20% de audiência, então são quase nulas as chances de evitar a vitória de um dos polos se as demais forças não-populistas ficarem esperando o desfecho das eleições.
A história da cloroquina, da ivermectina e de outros falsos remédios contra a Covid-19 não é uma coisa trivial. Há ampla articulação mundial do populismo-autoritário para dar verossimilhança a essas fake news.
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Arregimentaram pesquisadores, médicos e algumas instituições da área da saúde em vários países. O objetivo é dizer que já existe tratamento precoce e que o distanciamento social, as máscaras e outras medidas sanitárias não são necessárias.
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Acreditar nessa fake news exige a adesão (mesmo que inconsciente) a uma teoria da conspiração segundo a qual todos os governantes do mundo (com exceção de Bolsonaro) e...