Você já deve ter ouvido falar em DISCURSO DE ÓDIO. Como é um termo que também tem uso político, cada lado tende a interpretá-lo do seu jeito, acusando os outros lados e vendo assimetrias. Fizemos um estudo sobre o tema e queremos conversar sobre esse tipo de discurso. Segue o 🧶
Em primeiro lugar, definir discurso de ódio NÃO significa retirar a gravidade daquilo que não se enquadra nessa definição. Calúnia, por exemplo, continua crime, assim como ameaça e homicídio. Trata-se de entender este fenômeno específico e seu desenvolvimento no ambiente digital.
Academicamente, definições de discurso de ódio podem ser amplas, como discursos contra um grupo ou indivíduo com base em características físicas ou gestos fora de padrões. Definições restritas envolvem diretamente o incitamento à violência em massa ou dano físico contra um grupo
No nosso estudo sobre discurso de ódio, adotamos a definição: manifestações que avaliam negativamente um grupo vulnerável ou indivíduo enquanto membro desse grupo, p/ estabelecer que ele é menos digno de direitos, oportunidades...e legitimar prática de discriminação ou violência
Essa é a definição do "Guia para análise de discurso de ódio" e reúne duas características: a identificação de grupos vulneráveis como alvo e a intenção de que esse discurso leve a práticas violentas ou discriminação.
Neste ponto as coisas se complicam. Porque há quem defenda que o direito de ofender é parte da liberdade de expressão. Mas ofender com base em características de grupos vulneráveis cria as bases para mais que palavras: atos de violência e discriminação.
“Então, quando nós falamos é discurso de ódio, mas quando falam da gente e incitam violência é parte do jogo, porque não somos minoria?”. Não. Pode ser calúnia, injúria, incitação à violência. Todos são crimes. Já o discurso de ódio por si só nem está previsto no Código Penal
No estudo DISCURSO DE ÓDIO EM AMBIENTES DIGITAIS discutimos essas definições e regras das redes sobre o tema. Também mostramos picos de posts sobre discurso de ódio e censura após a morte por espancamento de um homem negro e o banimento de Trump das redes: bit.ly/3cfMmoR
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#DAPPReport “Nova oposição” reúne centro político, esquerda tradicional, youtubers e novos grupos antirracismo. Campo que chegou a mais de 80% do debate político com expansão da crise tem em comum posição crítica ao governo e à condução durante a pandemia bit.ly/DAPPReport17
Observa-se grande centralidade de influenciadores virtuais em três dos cinco diferentes grupos que se mobilizaram contra o governo federal. Os youtubers @felipeneto e @oatila se destacaram entre os perfis que criticaram a alteração da divulgação de dados sobre a #Covid19.
Já o humorista @whindersson mobilizou perfis não alinhados em tuítes bem humorados com críticas ao governo federal. Entre os atores políticos, houve baixo engajamento, com destaque para lideranças de partidos de esquerda, como o PSOL e o PT.
Os protestos deste domingo motivaram, até 18h, volume similar de menções no Twitter ao registrado no dia 15 de maio, nas manifestações contra os cortes na Educação. Foram registradas cerca de 1,1 milhão de menções relacionadas ao #26M, contra 1,18 milhão de menções no #15M
Os principais alvos dos protestos foram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, indicando um caráter “antissistema” que havia sido negado por parte dos organizadores
Após o presidente Jair Bolsonaro, o ator mais mencionado foi Sérgio Moro, e as pautas defendidas foram o pacote anticrime do ministro da Justiça, a Reforma da Previdência e a MP 870 (que reorganiza os ministérios)