Agora que todo mundo anda falando de ciência, em razão da pandemia, pode ser útil esclarecer. Ciência não é apenas ciência experimental (como as vezes se tem a impressão ouvindo virologistas, epidemiologistas e infectologistas).
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Quando Einstein escreveu a teoria da relatividade restrita, em 1905, aquilo já era ciência, embora nenhuma experiência tivesse sido feita para verificar se as predições das suas hipóteses seriam invalidadas.
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A completude e a coerência interna de um sistema de hipóteses são critérios fortes. Por exemplo, a correção e a elegância do formalismo lógico ou matemático (a estética de uma equação diz muito mais do que imaginamos).
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A verificabilidade (ou falsificabilidade) se refere à possibilidade de verificação e não ao fato de uma hipótese já ter sido testada. Existem hipóteses científicas que são vulneráveis à verificabilidade, mas que não serão testadas durante nosso tempo de vida.
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Não ter sido testada não implica que uma hipótese não seja científica, desde que ela seja testável e que atenda aos demais requisitos epistemológicos que a filosofia da ciência aventou (e que os cientistas reconhecem como ciência).
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Porque na verdade é ciência aquilo que as redes de cientistas reconhecem como ciência. Mas isso não é pouca coisa se essas redes não são como uma seita pitagórica (embora os matemáticos às vezes pareçam pertencer a algo parecido), mas são abertas.
Acabou.
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Como Bolsonaro levou desnecessariamente milhares de pessoas à morte
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1 - MINIMIZOU A COVID-19 | Disse que era uma gripezinha, que não iriam morrer mais do que 800 pessoas, que a doença só ia atingir idosos com comorbidades (que já iam morrer mesmo).
Com isso, muitas pessoas acreditaram e não tomaram os cuidados sanitários necessários, se infectaram e, várias, faleceram.
Os populismos são hoje, no Brasil e no mundo, os principais adversários da democracia. O bolsonarismo e o lulopetismo são populismos. É claro que são diferentes e que o primeiro é muito mais maligno. Mas ambos são i-liberais e majoritaristas.
Populistas creem que a sociedade está atravessada por uma única clivagem que opõe "o povo" às "elites". Pretendem falar em nome do (verdadeiro) povo (composto por seus seguidores). Acham que são os únicos representantes legítimos (do povo) e que nada deve ficar no seu caminho.
Populistas pensam que democracia é a prevalência da vontade da maioria (majoritarismo). Em alguns casos os populismos de esquerda (como o lulopetismo) são hegemonistas. Acham que têm o direito de comandar (e só fazem alianças para ficar mais fortes e matar os aliados ao final).
Tudo começa com a retórica. É sempre o primeiro sinal.
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Se candidatos ou governantes têm a coragem de vir à esfera pública proferir ideias autoritárias (ainda que sejam só ideias), então isso – se não for um ato isolado, episódico, marginal, mas uma prática sistemática – é um indício de que um processo de autocratização está em curso.
“Ah! Mas é pura retórica” – argumentam as pollyannas que sempre pontificam nessas horas. Nada disso. Retórica é política. Se há a presença de uma retórica autoritária é porque já há uma política autoritária (às vezes em embrião).
Segundo O Antagonista, Bolsonaro afirmou há pouco, a apoiadores na saída do Palácio do Alvorada, que o “terreno fértil para a ditadura é exatamente a miséria, a fome, a pobreza“ e defendeu a decretação de um estado de sítio.
Siga o fio. É grave 👇
Aos apoiadores, o presidente disse que o governo federal precisará adotar medidas contra as ações restritivas adotadas por governadores.
“Eu tenho mantido todos os ministros informados do que está acontecendo. E ainda culpam a mim, como se eu fosse um insensível no tocante às mortes. A fome também mata. A depressão tem causado muitos suicídios no Brasil. Onde é que nós vamos parar?"
Lutar pelo fim da desigualdade e falar em nome dos excluídos não torna ninguém democrata. Chávez, Evo, Correa, Lugo, os Kirchners, Funes, Maduro e Ortega, além de Fidel e Raul, lutaram pelo fim da desigualdade em nome do povo, contra as elites.
Ser antifascista não torna ninguém democrata. Maduro e Ortega (os dois ditadores atuais da Venezuela e da Nicarágua) são antifascistas.
Ter lutado contra a ditadura militar não torna ninguém democrata. Muitos militantes que lutaram contra a ditadura militar no Brasil queriam substituir a ditadura burguesa (a serviço do imperialismo) pela ditadura do proletariado.
Bolsonaro não pode mudar de comportamento. Ele não é o presidente do Brasil e sim da sua facção. Conta com essa facção para passar ao segundo turno em 2022. Precisa, para tanto, de pelo menos 25% dos votos.
Siga o fio.
Se mudar de comportamento corre o risco de perder esse piso.
É o próprio Bolsonaro (sua família e seus sequazes) que alimenta diariamente a facção bolsonarista com fake news para que ela acredite: