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Fio • Você sabia que no Brasil existia uma fazenda nazista onde crianças órfãs eram escravizadas?

Na década de 1930, no interior de São Paulo, a Fazenda Cruzeiro do Sul, perto de Campina do Monte Alegre, escondia algo assustador.

Na fazenda eram mantidas crianças, principalmente negras, levadas de orfanatos com a falsa promessa de uma vida melhor. Mas a realidade era bem deferente: chegando à fazenda, elas recebiam números no lugar de seus nomes e trabalhos e castigos severos.

Aloysio da Silva, um dos primeiros meninos levados p/ a fazenda: “Ele prometeu o mundo – que iríamos jogar futebol, andar a cavalo. Mas não tinha nada disso. Todos os dez tinham de arrancar ervas daninhas com um ancinho e limpar a fazenda. Fui enganado”. Aloysio era o número 23.

A Fazenda Cruzeiro do Sul tinha pertencido aos Rocha Miranda, uma família de industriais ricos do Rio de Janeiro. O pai, Renato, e dois filhos, Otávio e Osvaldo, eram membros da Ação Integralista Brasileira (AIB), organização simpatizante do Nazismo.

Argemiro dos Santos foi outro sobrevivente. Quando menino, foi encontrado nas ruas e levado para um orfanato. Um dia, Rocha Miranda apareceu para buscá-lo. “Eles não gostavam de negros”. “Havia castigos, deixavam a gente sem comida ou nos batiam com a palmatória. Doía muito.

Alguns dos descendentes da família Rocha Miranda dizem que seus antepassados deixaram de apoiar o Nazismo antes da Segunda Guerra Mundial. Maurice Rocha Miranda, sobrinho-bisneto de Otávio e Osvaldo, também nega que as crianças eram mantidas na fazenda como “escravos”.

Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil

Sidney Aguilar descobre durante uma aula, por intermédio de uma aluna, algo assustador: tijolos marcados com a suástica, o símbolo nazista, em uma fazenda da região.

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