Thread by @Cvyrtlick

1. O grande problema dum Movimento Conservador cheio de gente que ficou décadas imersas em símbolos e valores esquerdistas e que só recentemente viu tais erros e se julgou assim, num ligar de disjuntor "Sou conservador!" é o número enorme de camadas de vícios não auto-examinados.

2. E como, a partir do trabalho iniciado por Olavo de Carvalho, em 1993 se deu esse processo — assaz rápido — de surgimento de correntes direitistas, mas sem criar um denso corpo intelectual e cultural abrangente e ramificado no seio da vida social, deu-se uma unidade retalhada.

3. E com a eleição do Jair Bolsonaro (na superfície política) sem a densificação antes na sociedade em entidades, escolas, fundações, veículos de mídia e demais elementos, civis e militares, consistentes e de porte, para sustento, fez faltar material humano homogêneo ao governo.

4. Teve que ir caçando pessoas que fossem aparentemente confiáveis (e muitas mostraram que não eram) no laço ou por indicações de indicações, e muitas das que eram confiáveis, não tinham a mais mínima afinidade com a pauta conservadora ou entendimento de como está o mundo hoje.

5. É o caso da inserção de inúmeros militares (maioria de positivistas, pragmáticos, estatistas e até um tanto quanto esquerdistas e escravos de politicamente correto) para completar o quadro e ter um aparente poder que possa se valer (em hipótese) para frear as poderosas hostes.

6. Diferente das Esquerdas — ricas, estruturadas, coordenadas até internacionalmente — que detiveram hegemonia cultural e ocuparam espaços de baixo para cima (por gerações) em qualquer nicho social e se caso ganhassem, teriam quadro a preencher vagas até ao zelador de Ministério.

7. Daí é o que vemos em 2020: a falta de unidade e homogeneidade de um Movimento Conservador; algo que abranja multidões que realmente tenham uma unidade de consciência conservadora e que, daí e ocupando um número enorme de espaços na sociedade, chegue num Movimento Político uno.

8. E o que resulta é o presidente conservador eleito — sem quadros (em número, qualidade, influência e poder) — tendo que se valer de positivistas, tecnocratas, estatistas, centristas politicamente corretos, "boomers", para compor governo quimera, sem unidade à pauta do líder.

9. E entre os muitos traidores, os fiéis (mas fluidos), os inaptos politicamente, os estamentistas e os parcos conservadores, isso acarretará num governo fragmentado; festejando controles e vacinas dúbias, se dobrando a ardis de inimigos e indo contra a pauta do Jair Bolsonaro...