Eu abri o perfil de divulgação científica pessoal no Instagram. E eu tenho resistência com algumas questões dessa rede, tanto quanto o tiktok, que são os vídeos de 15-30 segundos que são chamados de “reels”.
Segue o fio com alguns incômodos com ambas plataformas+
Antes de iniciar, queria deixar claro: não é que não ache legal quem monte conteúdo nas duas redes. E não é que não dê para montar conteúdo exprimido nesse tempo.
Mas existem questões que me deixam muito incomodada, quando se trata de informação e conhecimento.
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1º a ideia de fragmentação cada vez maior e dificuldade de aprofundamento a partir dessas plataformas.
Sendo que a cada ciclo de 15 ou 30 segundos nós temos outro vídeo rodando, não necessariamente na mesma linha, digamos.
Isso já acontece aqui e no FB por exemplo?
Claro que sim+
Porém: podia-se inserir links que nos levam ao conteúdo completo por exemplo.
Nestas duas plataformas isso é mais dificultado pela quantidade de etapas que o usuário precisa cumprir para chegar a um conteúdo completo (por exemplo).
Mas tem mais...
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Podemos encarar os vídeos como um chamariz para o conteúdo completo, um drops para chamar a atenção e tudo mais.
Ainda assim: fragmentado e sem profundidade.
Mas o que me incomoda mais é o que se apresenta constantemente como “conteúdo”.
Meus perfis são de divulgação científica +
Perfis que seguem divulgação científica.
Me aparece (especialmente neste novo que criei há uma semana): crianças dançando.
Eu fico me perguntando que tipo de plataforma oferece como conteúdo em looping imagens constantes de crianças, com cerca de 12 anos ou menos dançando.
A quem interessa veicular isso, a quem interessa consumir apenas isso e com que propósitos um algoritmo veicula massivamente menores de idade a pessoas adultas?
Veja: eu não vou entrar na questão de “os pais/responsáveis não deveriam expor as crianças”. Minha pergunta é outra...
Qual o sentido de pessoas adultas receberem em looping crianças dançando e rebolando?
Tanto do tiktok, quanto do reels, mesmo indicando preferência de conteúdos científicos, existe exibição de corpos vulneráveis CONSTANTEMENTE.
De novo: a quem interessa isso?
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Não me parece um incômodo trivial.
Para além do debate de informações fragmentadas e de um mundo que esfacela a possibilidade de informação com menos superficialidade (e não vou entrar no debate de que as danças são desnecessárias, pq nem penso isso... +
um pouco de frugalidade não faz mal a ninguém nunca. Divertir-se é preciso, mesmo em tempos sombrios).
Mas pq crianças ofertadas como conteúdos assim?
Enfim. É isso.
@ninadhora não sei se sabes/podes/te interessa esse debate (to te marcando pq queria ver o que pensas kkk)
“Olha que legal, um professor com sobrecarga fazendo mais do que sua tarefa pq não temos estrutura para realmente trabalhar como temos que trabalhar” @eptvoficial não. Não é legal. Se tem algo que não é, é legal.
Isso é trágico, triste e só mostra a crueldade de nossa realidade.
Não romantizem sobrecarga docente. Não romantizem o cotidiano de miséria da educação brasileira com discursos que mostram grandes salvadores. Ninguém teria que ser exaltado por isso se a gestão pública entregasse o que é constitucional à população.
Educação não é favor, é direito
Professores não são voluntários, são profissionais. Devem ser tratados como tais. Não é vocação - a gente estuda e se forma para ocupar esse espaço.
Respeita a profissão. Respeita o trabalho e o trabalhador. Não romantiza nos tornando grande herói.
A gente merece mais condições +
Mais uma perda irreparável. A professora Georgina Buckup faleceu de COVID-19. Foram mais de dois meses de luta, saiu da UTI, teve infecções pós-COVID e não resistiu. O professor Buckup faleceu em fevereiro após algumas semanas na UTI.
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Ambos dedicados à ciência e às políticas públicas embasadas em ciência, especialmente na área ambiental
A Georgina um dia expressou a tristeza de eu ir para o campo da educação (ahaha), achava que eu devia seguir na ciência. Eu gosto de pensar que nestes últimos anos sem contato+
Ela estaria orgulhosa de ver as atuações na DC - embora talvez não entendesse o quanto meu caminho na educação me possibilitou isso...
Os casal Buckup foi contaminado em meados de Janeiro. Eles estavam se cuidando bastante e com esperança da vacina não tardar (ele tinha 86 acho)+
1/18
O que será que é necessário para abrir estabelecimentos em ambientes fechados?
Muito se fala sobre os "protocolos de segurança" estarem em dia, mas o que é isso e a quem protegem? #coronavirus#COVID19#redescontracovid
Segue o fio!
2/18
1º é fundamental lembrar que a discussão de abertura do comércio, escolas e outros estabelecimentos tem sido feita à revelia do que a ciência tem apontado como seguro, frente ao descontrole da pandemia.
Essa matéria com o @schrarstzhaupt resume bem: bbc.com/portuguese/bra…
3/18
2º este fio do @schrarstzhaupt também sobre "estabilidade" não é "está tudo bem" e "bora abrir tudo"
1/13
Dia desses, montei um fio sobre reposicionamento de fármacos.
Hoje, vou falar de mais um, que começou com reposicionamento e virou um grande ídolo brasileiro.
Sabe de quem eu to falando?
Uma dica: o fármaco é odiado por plasmódios, as emas costuma fugir e o SARS tá nem aí+
2/15
[pausa dramática, aproveitando para fazer propaganda do fio de reposicionamento]:
3/15
Sim! Hidroxicloroquina!
Componente clássico do Kit Covid, a hidroxicloroquina ainda assombra qualquer pessoa que venha combatendo a desinformação com a Divulgação Científica e Jornalismo Científico brasil.elpais.com/brasil/2021-04…
O que é reposicionamento de fármacos e como funciona?
É este tipo de pesquisa que se torna fundamental em crises sanitárias como a atual: a busca de medicamentos já conhecidos para uma nova doença e patógeno!
Tem, apenas, um porém, segue o fio e entende melhor do que se trata
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Qual o problema disto do reposicionamento de fármacos?
A grande questão tem sido a ideia de que os resultados in vitro podem automaticamente serem extrapolados na vida real e as pessoas saírem desesperadamente comprando tais remédios nas farmácias.
Há etapas a serem cumpridas!
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Estas etapas dizem respeito ao teste in vivo, para análise das dosagens, por exemplo. É nesta etapa que vários medicamentos que funcionaram "bem" in vitro, falham, pois ultrapassam os níveis de segurança para organismos vivos - como nós, humanos, por exemplo.
Falham?
calma... +
1/10
Existe necessidade do retorno de serviços e vontade de que vários setores retornem.
No entanto, há algumas questões que são pertinentes fazer, em especial quanto ao uso de equipamentos de proteção, como as máscaras.
Será que existe posicionamento quanto a isso?
+ #COVID19
2/10
Parte do problema são as disputas por retorno, a série a COVID-19 e a sociedade está sendo elaborada para pensarmos sobre as políticas públicas de saúde e combate à COVID-19.
Ontem eu fiz um fio sobre isso, começando este diálogo, acompanhe +
3/10
Hoje, eu resolvi falar sobre EPIs - Equipamentos de Proteção Individual e a cobrança por isto ser uma prática implementada pelas empresas para a segurança dos trabalhadores de setores essenciais - isso valeria para supermercados, farmácias, transportes públicos e escolas
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