4 ou 5 anos atrás, circulou pelo mundo um vídeo de Pablo Iglesias, líder e fundador do Podemos, falamos que temos que abandonar os velhos símbolo do socialismo, comunismo, o vermelho, a foice e o martelo. Era o momento de ganhar
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Pablo disse que estava cansado de perder e de saudosismo do passado. O Podemos provocou enquanto em várias partes do mundo. Entre 2015 e 2018, no Brasil, muitas organizações e militantes falavam da experiência e queriam aprender ou imitá-la
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O VAMOS de 2018, liderado por Guilherme Boulos, tinha clara e explicita influência do Podemos. O tempo passou. O Podemos, lamentavelmente, foi perdendo sua radicalidade e seu encanto. A experiência entrou numa encruzilhada histórica e parece cair no abismo
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Frente a trágica derrota para a extrema direita nas eleições de Madrid, Pablo Iglesias anuncia sua saída da política. Deve se dedicar ao jornalismo. Ele disse que sua imagem era o "bode na sala" e catalisador dos espantalho da extrema direita
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Primeiro abandonar o socialismo, comunismo e seus símbolos em nome da vitória. Depois ir moderando o discurso democrata radical em nome da vitória e da governabilidade e no fim, abandonar a política e sair de cena por sua "imagem radical" supostamente atrapalhar
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Por isso, é preciso calma com a novidade, a empolgação, a vontade de ser europeu. Em 2014/2015, tinha briga para ver quem era o "Syriza brasileiro". O final da história, todos sabemos. Depois foi a moda Podemos. O caminho, que não acabou, é tortuoso
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Nesse meio tempo, as experiências bolivarianas, desprezadas, atacadas, chamadas de populistas e autoritárias, com todos os problemas, seguem de pé. O novo morreu ou perdeu seu encanto. A vitória da extrema direita em Madrid é horrível e um sintoma para toda Espanha
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Sempre aberto a aprender e assimilar novas lições, sigo no caminho do marxismo-leninismo sem encantamento pelo feitiço do novo. É necessário, como disse o poeta, sempre esperar a voz do tempo para confirmar a voz da razão. Que todos tenhamos aprendizado com isso tudo!
*provocou encanto
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No Brasil, a TV ainda é o veículo de comunicação com maior alcance. Em todos os canais, no horário do almoço e final da tarde (alguns pela manhã também), temos programas policiais glorificando a violência, criminalizando direitos humanos e defendendo execução em favelas
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Não sou um estudioso da comunicação, mas tenho sérias dúvidas se em outro país do mundo, a população é submetida a tal grau de propaganda e glorificação da violência estatal. Propaganda diária, ininterrupta e sem contraponto
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A linguagem, em si, já é justificadora da violência. Não é "morte de pessoas" ou "assassinatos", mas "morte de suspeitos", "troca de tiros", "tiroteio em favelas". A suposta lógica do Estado de direito burguês, a presunção da inocência, não existe
Esse é um trecho de um documento da CIA do final de 1953 ou começo de 1954. É uma análise da CIA sobre a transição de poder na URSS após a morte de Joseph Stálin. Como se pode ver no documento, a CIA não acreditava na "teoria" do totalitarismo que eles propagavam.
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A CIA - a CIA, não é Jones ou Domenico Losurdo - também analisava que o poder de Stálin não era absoluto e sim uma direção coletiva e ainda diz que a ideia de "ditador" é um pouco exagerada.
A CIA, na sua análise, está correta? Prefiro não opinar. Fica ao juízo de vocês
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Vários documentos da CIA dos anos de 1950, 1960 e 1970 sobre a URSS já estão disponíveis para consulta pública na internet. Alguém deveria escrever um livro "A URSS pelos documentos da CIA" (se ainda não foi feito). O resultado do livro, garanto, seria surpreendente.
A relação ser humano e natureza, mediada pelo trabalho e meios de produção, é uma relação eterna, insuperável. Essa relação muda de acordo com o modo de produção e tem impactos diferenciados: a relação ser humano/natureza não é a mesma no feudalismo e capitalismo, por exemplo
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muda a forma histórica de relação, mas não a necessidade da relação. Logo, é um truísmo dizer que toda atividade industrial tem impacto ambiental. Toda atividade humana tem. Pesca, caça, cortar madeira para fazer fogo e construir aldeias também tem impacto na natureza
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o grande problema do capitalismo é que ele submete tudo, inclusive a natureza, a uma racionalidade pautada única e exclusivamente pelo lucro. Não importa imperativos de preservação ambiental ou conservação de biomas e espécies. Importa o lucro e só.
FURA-FILA DA VACINA É ALGO PRÉ-REVOLUÇÃO FRANCESA - via Gilberto Maringoni
No tempo do Império, tínhamos por aqui o voto censitário. Votavam homens - homens brancos! - acima de determinada faixa de renda.
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Um século e meio depois, a escória empresarial e o centrão, com a concordância de Bolsonaro, decidem aprovar a privatização da vacina, o que equivale a dizer que teremos a imunização censitária. No meio da pandemia, a vida no Brasil também se torna censitária.
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Só terá direito a vida quem tiver dinheiro. Não involuimos ao século XIX, vamos mais para trás. A medida vai contra a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada em 1789 pela Assembleia Nacional, no bojo da Revolução Francesa.
A deputada Marília Arraes do PT-PE, soltou vídeo na sua página defendendo a PL 948, isto é, a vacinação privada, a lei fura fila. O "argumento" de Marília é que as empresas estão fechando, precisam vacinar seus funcionários. O argumento é falho em todas as dimensões
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Primeiro, do ponto de vista político, a PL 948 vai ser uma tragédia. Lembra que a burguesia, em especial na Carta dos 500, começou a cobrar vacinação? Liberar a vacinação privada significa acabar com qualquer pressão da burguesia para o governo Bolsonaro garantir vacina
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Aliado a isso, também enfraquece o SUS, fragmenta a vacinação, fragiliza as possibilidades de planejamento sanitário e de saúde. Pelo que vi no PL (me corrijam se estiver errado), as empresas ainda podem definir quais funcionários e a % de vacinados livremente
Frantz Fanon, no Pele negra, máscaras brancas, debate como o negro foi reduzido ao corpo, físico, a dimensão animal, e o branco ao lugar do espírito, razão, inteligência. A tendência de destacar características físicas do negro, como seu cabelo ou nariz, é uma expressão disso
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Fanon também debate a tendência de destacar na linguagem o negro como negro. Meses atrás, num conhecido programa do youtube, um rapaz me chamou de "negro malandro". Poderia só ter chamado de "malandro", mas o negro tem que tá na linguagem. A função disso é evidente
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O "negro" é uma criação colonial moderna, forjado pelos que dominam e se auto representam como "brancos". A palavra negro, em si, já tem toda uma carga semântica, subjetiva e simbólica negativa. Ainda para Fanon, o negro, nesse sistema, não tem direção a ser de razão