No Brasil, a TV ainda é o veículo de comunicação com maior alcance. Em todos os canais, no horário do almoço e final da tarde (alguns pela manhã também), temos programas policiais glorificando a violência, criminalizando direitos humanos e defendendo execução em favelas
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Não sou um estudioso da comunicação, mas tenho sérias dúvidas se em outro país do mundo, a população é submetida a tal grau de propaganda e glorificação da violência estatal. Propaganda diária, ininterrupta e sem contraponto
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A linguagem, em si, já é justificadora da violência. Não é "morte de pessoas" ou "assassinatos", mas "morte de suspeitos", "troca de tiros", "tiroteio em favelas". A suposta lógica do Estado de direito burguês, a presunção da inocência, não existe
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Também não existe um questionamento sistemático dessa lógica de "operações policias" sem inteligência, planejamento, baseado no confronto e na lógica do "atire primeiro". Na real, na maioria das emissoras, não existe questionamento nenhum.
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Quando morre um branco rico ou de classe média, sabemos tudo da sua vida, seus sonhos, família, história, gostos e afins. A vítima é humanizada, sentimos empatia. Na favela, é um número, um "suspeito" e é citado o antecedente criminal, e pronto, está tudo legitimado.
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Em paralelo, nas universidades, na mídia, no discurso de líderes e partidos políticos, incluso os progressistas, essa lógica de extermínio não faz com que o Brasil deixe de ser uma democracia. Mostra apenas que é preciso "melhorar a democracia" e mudar a segurança
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o extermínio, a violência policial onipresente, o sistema carcerário no estilo campo de concentração etc., tudo isso é aceito como parte das regras do jogo, como elemento normal da normalidade. E isso mesmo nas esquerda (pesquise as falas de Rui Costa - PT-Bahia, por exem.).
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É simples de entender a fórmula de Lênin de que o Estado burguês é democracia para a burguesia e a máxima repressão e opressão para as classes trabalhadoras. Olhe para as favelas brasileiras e se pergunte: isso aconteceria com a burguesia ou as classes médias endinheiradas?
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Orlando Zaccone, no seu livro Indignos de Vida. A Forma Jurídica da Política de Extermínio de Inimigos na Cidade do Rio de Janeiro, lembra que a polícia não puxa o gatilho e mata sozinha. A reflexão de Zaccone não é para tirar a responsabilidade da polícia, mas
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lembra e analisar o complexo de morte que permite a política de extermínio. Por partes, primeiro: a mídia solta essa chamada. Temos pesquisa mostrando que muitos brasileiros não vão além da chamada da matéria. Segundo, em seguida a chamada, diz que
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"Ação mais letal da história do RJ, com 25 mortos, foi realizada para coibir tráfico". Já mobiliza a ideologia da guerra às drogas para legitimar as mortes e o extermínio do inimigo interno. As vítimas não são humanizadas. Nada sobre quem é quem.
4 ou 5 anos atrás, circulou pelo mundo um vídeo de Pablo Iglesias, líder e fundador do Podemos, falamos que temos que abandonar os velhos símbolo do socialismo, comunismo, o vermelho, a foice e o martelo. Era o momento de ganhar
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Pablo disse que estava cansado de perder e de saudosismo do passado. O Podemos provocou enquanto em várias partes do mundo. Entre 2015 e 2018, no Brasil, muitas organizações e militantes falavam da experiência e queriam aprender ou imitá-la
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O VAMOS de 2018, liderado por Guilherme Boulos, tinha clara e explicita influência do Podemos. O tempo passou. O Podemos, lamentavelmente, foi perdendo sua radicalidade e seu encanto. A experiência entrou numa encruzilhada histórica e parece cair no abismo
Esse é um trecho de um documento da CIA do final de 1953 ou começo de 1954. É uma análise da CIA sobre a transição de poder na URSS após a morte de Joseph Stálin. Como se pode ver no documento, a CIA não acreditava na "teoria" do totalitarismo que eles propagavam.
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A CIA - a CIA, não é Jones ou Domenico Losurdo - também analisava que o poder de Stálin não era absoluto e sim uma direção coletiva e ainda diz que a ideia de "ditador" é um pouco exagerada.
A CIA, na sua análise, está correta? Prefiro não opinar. Fica ao juízo de vocês
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Vários documentos da CIA dos anos de 1950, 1960 e 1970 sobre a URSS já estão disponíveis para consulta pública na internet. Alguém deveria escrever um livro "A URSS pelos documentos da CIA" (se ainda não foi feito). O resultado do livro, garanto, seria surpreendente.
A relação ser humano e natureza, mediada pelo trabalho e meios de produção, é uma relação eterna, insuperável. Essa relação muda de acordo com o modo de produção e tem impactos diferenciados: a relação ser humano/natureza não é a mesma no feudalismo e capitalismo, por exemplo
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muda a forma histórica de relação, mas não a necessidade da relação. Logo, é um truísmo dizer que toda atividade industrial tem impacto ambiental. Toda atividade humana tem. Pesca, caça, cortar madeira para fazer fogo e construir aldeias também tem impacto na natureza
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o grande problema do capitalismo é que ele submete tudo, inclusive a natureza, a uma racionalidade pautada única e exclusivamente pelo lucro. Não importa imperativos de preservação ambiental ou conservação de biomas e espécies. Importa o lucro e só.
FURA-FILA DA VACINA É ALGO PRÉ-REVOLUÇÃO FRANCESA - via Gilberto Maringoni
No tempo do Império, tínhamos por aqui o voto censitário. Votavam homens - homens brancos! - acima de determinada faixa de renda.
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Um século e meio depois, a escória empresarial e o centrão, com a concordância de Bolsonaro, decidem aprovar a privatização da vacina, o que equivale a dizer que teremos a imunização censitária. No meio da pandemia, a vida no Brasil também se torna censitária.
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Só terá direito a vida quem tiver dinheiro. Não involuimos ao século XIX, vamos mais para trás. A medida vai contra a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada em 1789 pela Assembleia Nacional, no bojo da Revolução Francesa.
A deputada Marília Arraes do PT-PE, soltou vídeo na sua página defendendo a PL 948, isto é, a vacinação privada, a lei fura fila. O "argumento" de Marília é que as empresas estão fechando, precisam vacinar seus funcionários. O argumento é falho em todas as dimensões
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Primeiro, do ponto de vista político, a PL 948 vai ser uma tragédia. Lembra que a burguesia, em especial na Carta dos 500, começou a cobrar vacinação? Liberar a vacinação privada significa acabar com qualquer pressão da burguesia para o governo Bolsonaro garantir vacina
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Aliado a isso, também enfraquece o SUS, fragmenta a vacinação, fragiliza as possibilidades de planejamento sanitário e de saúde. Pelo que vi no PL (me corrijam se estiver errado), as empresas ainda podem definir quais funcionários e a % de vacinados livremente