Thread by @MarceloRochaMon

Da série: ATIVISMO JUDICIAL PRÓ-BANDIDO

Folha de São Paulo: matéria publicada no site em 07 de maio de 2012 às 15:05. Tema: operação policial no Jacarezinho, que resultou na morte de 24 criminosos armados, logo após terem os marginais executado um policial com um tiro de fuzil

na cabeça e ferido outros dois agentes. Destaco o seguinte trecho:

"O advogado Daniel Sarmento, um dos responsáveis pela ação no Supremo sobre as operações (a matéria se refere à decisão do STF de proibir a polícia do RJ de fazer operações contra o crime organizado nas

comunidades "durante a pandemia), afirmou que o MP-RJ tem feito uma execução burocrática do supervisionamento das operações policiais determinado pelo STF.

'O acompanhamento da medida cautelar do STF que fala em comunicação ao MPRJ vem sendo tratado de forma burocrática.

Não se averigua efetivamente se aquelas operações deveriam ou não ocorrer', afirmou o advogado.

'A medida cautelar poupou cerca de cem vidas por mês. A partir de outubro, isso passa a ser sistematicamente descumprido, porque a polícia percebeu que não havia controle.

Esse é um caso extremo, mas temos uma violação sistemática. Não é pontual', declarou Sarmento."

Retorno eu: o ilustre advogado celebra que a vida de cerca de cem criminosos por mês tenham sido poupadas. De fato, foram, e o resultado está aí: com menos operações policiais para

incomodá-los, os marginais (vivos, saudáveis e muito, muito dispostos) aumentaram seu arsenal (na operação de ontem a polícia apreendeu até munição antitanque), construíram mais barricadas para impedir a livre circulação nas áreas que dominam, construíram mais casamatas das quais

podem com segurança mirar e atirar com fuzis nos agentes da lei (foi o caso do policial assassinado ontem), e puderam também, com mais tranquilidade, aliciar crianças de 12 anos para a quadrilha.

Um dos integrantes da facção pode com muito mais calma aprimorar sua especialidade:

é ele que esquarteja os moradores do Jacarezinho que, por qualquer motivo, desagradam aos chefes do Comando Vermelho, e depois desaparece com os cadáveres; tudo feito com muito mais calma e precisão quando a polícia está proibida de entrar ali,

cortesia do STF, a pedido do ilustre advogado.

Mas ao que tudo indica o nobre causídico está insatisfeito; afinal, a polícia, teimosamente, ainda insiste em cumprir mandados de prisão e reprimir crimes hediondos e o aliciamento de crianças por marginais.

Carecem de confirmação os rumores de que o doutor advogado vai pedir ao STF uma liminar para que a polícia do Rio de Janeiro só possa fazer operações nas 1.413 comunidades dominadas pelo crime organizado 4 vezes por ano, em datas certas, a serem determinadas pelo próprio STF.

O doutor advogado, de acordo com esses rumores (não confirmados, insisto) já teria inclusive as datas para sugerir ao ministro Fachin.

31 de abril, 31 de junho, 31 de setembro e 31 de novembro.

(ele teria admitido também uma operação no dia 29 de fevereiro - mas só

quando o ano não for bissexto)

Bandidolatria e ativismo judicial: uma combinação nefasta, pela qual os moradores humildes e trabalhadores do Jacarezinho (e de tantas outras comunidades) pagam um preço altíssimo, 365 dias por ano (e mais um dia nos anos bissextos).