Ontem foi o depoimento de Mayra "Capitã Cloroquina" Pinheiro.
E uma coisa chamou a atenção de todos aqui no Camarote: o laudo pericial sobre a 'invasão' do TrateCov
Em suas respostas sobre o aplicativo (de diagnóstico de Covid-19, baseado em trabalho pouco relevante publicado a toque de caixa, e que ao inserir quaisquer 2 sintomas, receitava hidroxicloroquina e ivermectina, sabidamente ineficazes), algo interessante aconteceu.
Ela primeiramente alegou que houve 'hackeamento' e 'crime cibernético'.
Confirmou ainda que foi registrado um boletim de ocorrência, ratificando informação já fornecida pelo ex Ministro Eduardo Pazuello na semana passada.
Não informou o número do boletim, e tampouco do inquérito policial decorrente daquele, mas apresentou laudo pericial que teria sido feito pelo Presidente da Associação Nacional dos Peritos Forenses em Informática, que mencionou tal fato em seu twitter .
Acontece que a perícia poderia ser realizada a partir órgãos aptos a investigação geridos pelo próprio Estado, ao invés de uma pessoa jurídica de direito privado, como é o caso da associação. Isso daria credibilidade e fé pública maior ao documento produzido.
Em análise aos registros da página da Associação e do próprio Lattes do especialista em informática que assina o laudo, não se verifica que este seja um servidor público, ou seja, um "perito oficial" (lattes.cnpq.br/15276279430697…).
Obviamente esses dados não retiram sua expertise no assunto, nem são comentários sobre a qualidade do laudo, ao qual não tivemos acesso, mas sim à figura jurídica do documento produzido.
Essa informação é corroborada pelo Presidente da Associação Brasileira de Criminalística (g1.globo.com/politica/blog/…) ....
e reforçada por tweet da Associação dos Peritos Criminais Federais (
) em que se levanta, inclusive, a hipótese de fraude processual.
O Código de Processo Penal, em seus artigos 158 e 159, estabelece que para toda infração que deixar vestígio, é indispensável o exame de corpo de delito, e que este exame deve ser realizado por perito oficial.
Admite-se, sim, a perícia particular, e em caso de ausência de peritos oficiais, a nomeação de um "não oficial" pelo juiz, entretanto, não há qualquer informação sobre este ter sido o caso na circunstância em análise.
Oras, se houve BO, existe a tendência de que tenha sido instaurado inquérito. Se esse foi instaurado, a perícia oficial (no caso a da Polícia Federal) pode ter feito análise técnico-pericial do fato, alegadamente ocorrido em janeiro.
Se houve perícia oficial, porque essa não foi apresentada para comprovar o 'hackeamento'?
Se não houve (ou, pior, se não houve registro do Boletim de Ocorrência), porque uma entidade jurídica de direito público (o MS) não fez esse encaminhamento (que lhe cabia fazer, sob risco de cometer prevaricação)?
Somam-se a essas perguntas algumas outras questões.
O 'hacker' também hackeou o site do Ministério da Saúde, incluindo ligação da página tratecov.saude.gov.br ao aplicativo?
Se não houve alteração (como confirmou no depoimento), o aplicativo realmente estava disponível (e em uso, como confirmado por reportagem da TV Brasil) diagnosticando pacientes com náusea e diarréia (que poderia ser uma intoxicação alimentar)...
...e recomendando hidroxicloroquina e ivermectina, que seriam ineficazes mesmo se fosse um diagnóstico correto do Covid-19.
Ao imputar crime cibernético ao jornalista Rodrigo Menegat, por ter acessado uma plataforma livremente disponivel na internet (sem proteção de senha ou limitador de acesso), Mayra comete outra ato que pode ser lido como à revelia da lei: o de calúnia.
🚨 | O cronograma dos próximos depoimentos da CPI da Covid já está disponível!
Dia 1/06
- Nise Yamaguchi - médica oncologista e imunologista;
Dia 2/06
- Clóvis Arns da Cunha - Professor de Infectologia UFPR e Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia
- Zeliete Zambom, Médica de Família e Comunidade, Professora da Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic e Presidente Sociedade Brasileira Medicina de Família e Comunidade
- Átila Iamarino - Biólogo e pesquisador, formado em microbiologia (@oatila)
Dia 8/06
- Élcio Franco -Ex-secretário executivo do Ministério da Saúde
Dia 9/06
- Nísia Trindade -Presidente da Fiocuz
Dia 10/06
- Fernando de Castro -Presidente da União Química
Dia 11/06
- Cláudio Maierovich, médico sanitarista e ex-presidente Anvisa e da Fiocruz
👥 O que dizem os governadores que serão convocados a depor na CPI da Covid?
A BBC Brasil apurou o posicionamento de alguns deles sobre as investigações pela Polícia Federal e convocação pela Comissão, e você acompanha neste fio.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, é investigado por causa da compra de 28 respiradores, sem licitação, de uma empresa de vinhos, em meio ao colapso de saúde no Estado.
Em uma nota divulgada à imprensa, o governo amazonense afirmou que "aguarda o desenrolar e informações mais detalhadas da operação que a Polícia Federal realiza em Manaus para, posteriormente, se pronunciar sobre a ação". Lima ainda não se pronunciou sobre a convocação à CPI.
Quem são os governadores e prefeitos cujos requerimentos de convocação serão pautados na sessão deliberativa da CPI da Covid de amanhã?
O critério de escolha dos gestores foi definido pelos locais onde houve operações da Polícia Federal para investigar mau uso do dinheiro destinado ao combate à pandemia. São 10 governadores e 07 prefeitos/ex-prefeitos.
Os Estados alvos são: Waldez Góes (PDT), do Amapá; Wilson Lima (PSC), do Amazonas; Helder Barbalho (MDB), do Pará; Cláudio Castro (PSC), do Rio de Janeiro; Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; Marcos Rocha (PSL), de Rondônia; Antonio Denarium (sem partido), de Roraima; +
Verdade ou mentira?
O @JornalOGlobo realizou verificação das alegações apresentadas por Mayra Pinheiro na CPI da Covid, e você confere agora quais são as mentiras ou verdades no depoimento da "Capitã Cloroquina".
"O Ministério da Saúde nunca indicou tratamentos (com medicamentos como a cloroquina) para a Covid"
É mentira!
"Ao longo da sua existência, a OMS já fez recomendações que são condenáveis, como, por exemplo, que mulheres portadoras de HIV amamentem seus filhos, sabendo do risco de transmissão"
#acessibilidade Manaus, 7 de janeiro de 2021
À Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Amazonas - SES - AM
Atenção: Exmo. Sr. Secretário de Saúde do Estado do Amazonas.
Assunto: AUMENTO NO CONSUMO DOS GASES MEDICINAIS DURANTE A PANDEMIA DA COVID19 - SUGESTÃO DE PLANO DE +
CONTINGÊNCIA.
Exmo. Sr,
conforme esclarecimentos constantemente prestados verbalmente aos representantes da Secretaria de Saúde, a White Martins vem implementando, desde o início da pandemia, uma série de esforços adicionais para viabilizar a maior quantidade de oxigênio +