Durante esta semana, alguns portais de notícias anunciaram em letras maiúsculas: "BOMBA: Finlândia cria medicamento contra covid com ivermectina na sua fórmula."
Vamos reler o conteúdo e a fonte, bora!
Por @mateuslfalco e @caiolujaso
Vamos reler o conteúdo e a fonte, bora!
Por @mateuslfalco e @caiolujaso
Na reportagem, consta que a Finlândia desenvolveu um novo medicamento para prevenir a infecção por COVID-19 com administração nasal contendo aprotinina, hidroxicloroquina (HCQ) e ivermectina (IVM) como princípios ativos.
E a notícia vai além, atestando que os dois últimos medicamentos já tiveram eficácia comprovada para prevenção e que estes são eficazes até para gripe!
Na realidade, trata-se da empresa farmacêutica Therapeutica Borealis, associada aos professores da Universidade de Turku (Finlândia), Kalervo Väänänen, o professor Lauri Kangas e o psicólogo Matti Rihco. O governo da República da Finlândia não está envolvido no assunto.
A empresa recebeu uma aprovação de patente pelo USPTO. Isto não implica necessariamente na validade do medicamento, na sua segurança ou eficácia. A aprovação é uma “permissão” oficial que garante os direitos intelectuais sobre o produto para a empresa.
turkubusinessregion.com/en/finnish-com…
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Diante da situação prematura da “descoberta”, ainda são necessários testes clínicos. Isto ocorre porque o tratamento abrange uma nova formulação, com dosagem e via de administração diferentes do testado e aprovado para uso atualmente permitido dessas substâncias.
Os argumentos para usar a “nova fórmula” são a baixa dosagem de cada fármaco e seu uso como spray nasal, evitando a distribuição sistêmica das drogas pelo corpo e evitando efeitos adversos.
Contudo, esta via de administração apresenta uma alta taxa de absorção de medicamentos, sendo considerada de risco, pois se não controlado as doses e a posologia não sabemos a segurança dessa invenção e o agravamento dos efeitos adversos!
De acordo com fontes jornalísticas e com o portal oficial da empresa, esta ainda não encontrou uma indústria farmacêutica para produzir o medicamento em grande escala.
A aprovação da patente não significa que se deva fazer uso rotineiro destes medicamentos ou que estes sejam eficazes contra a infecção por COVID-19.
O presidente do conselho de diretores da Therapeutica Borealis, Kalervo Väänänen, admite que pelo conhecimento das drogas usadas, os estudos com a “invenção” podem passar diretamente para a fase 2 de pesquisa.
turkubusinessregion.com/en/finnish-com…
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Aliás: a @WHO emitiu comunicado em 31/03/21 contra o uso de HCQ/IVM para o tratamento de COVID-19, recomendando o uso APENAS em testes clínicos.
who.int/news-room/feat…
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Sem recomendação para uso por agências científicas internacionais e reguladoras, lendo a patente do futuro “produto” eles indicam a possibilidade de uso de compostos químicos como sais de amônio no spray.
Para quem não está familiarizado, esses sais são altamente irritantes para o sistema respiratório. Casos de intoxicação com amônio apresentam sintomas como tosse e sensação de sufocamento, além da necessidade de atendimento de urgência.
Finalizando, de fato, nada “novo” foi criado, apenas patenteou-se um produto que não foi testado e nem produzido, e além do mais estão em desacordo com as recomendações da OMS quanto ao uso desses medicamentos para COVID-19.
Falta muito para bombar, afinal. 👀
Falta muito para bombar, afinal. 👀
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