Howard Marks é um dos maiores investidores da atualidade, com um patrimônio de US$ 2,2 bilhões, gerindo US$ 120 bilhões na Oaktree Capital.
Segundo Howard Marks, qualquer ativo, por mais feio que pareça, pode ser um bom investimento se o preço for baixo o suficiente. Continua:
Marks acredita que “comprar barato” é o caminho mais confiável para o sucesso nos investimentos, e, pagar caro, é o maior risco.
Ele tenta evitar “investimentos com promessas futuras”, como ações de tecnologia ou qualquer coisa que pareça “estar na moda”.
Por exemplo, quando ele começou sua carreira, as Nifty Fifties – 50 empresas que eram consideradas excelentes – estavam na moda.
E as pessoas acreditavam que essas empresas eram tão boas que não existia preço muito caro para pagar por elas.
Dentro das Nifty Fifties estavam Xerox, Avon, Polaroid, McDonalds etc.
Em 1972, O grupo das 50 Nifty Fifties era negociado a 42 vezes o seu lucro (P/L = 42) em comparação a um preço / lucro de 19 vezes do S&P 500.
Em 1974, essas ações tiveram um choque de realidade. Mesmo que inúmeros “profissionais” falassem que não havia preço caro demais para pagar por elas, as quedas foram gigantes: Polaroid (-90%), Avon (-85%), Xerox (-70%), McDonalds (-61%), por exemplo.
Temos exemplos mais recentes de que preço importa: quem comprou Microsoft nos anos 2000 pagou tão caro que ficou 18 anos com 0% de retorno.
E olha que a empresa só cresceu, quintuplicando seu lucro ao longo dos 18 anos. Só que todo o crescimento já estava embutido no preço.
Para Marks, não há problema se ele ficar de fora de uma empresa da moda que realmente dê retornos surpreendentes. Ele prefere ter os “pés no chão” em vez de investir em um sonho.
Como Marks explica: o auge do risco ocorre quando a tolerância ao risco é a mais extrema. Em outras palavras, risco nunca parece risco quando está dando um excelente retorno.
A melhor maneira de lidar com o futuro não é desenvolver uma opinião sobre o que vai acontecer. É admitir que você não consegue prever nem controlar o futuro, e se posicionar de maneira que dentre os inúmeros cenários que podem acontecer, na esmagadora maioria você será vencedor.
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Quem nunca viu uma pessoa que se achou um gênio porque comprou uma ação e ela subiu logo em seguida?
Como diria Peter Lynch:
“Se você compra uma ação e ela sobe, não significa que você estava certo. Se você compra uma ação e ela cai, não significa que você estava errado.”
Ter isso em mente e não se influenciar por oscilações de curto prazo é um dos desafios para obter sucesso nos investimentos.
As variações de curto médio prazo são aleatórias e pouco tem a ver com a capacidade de geração de dinheiro da empresa, que é exatamente o que vai definir se você fez um bom investimento ou não.
Checklist de 10 questões para estudos de empresas:
#1 – Eu entendo o negócio e a indústria na qual ele opera? Se não entendo o negócio e seu cenário competitivo, devo eliminá-lo da minha lista de possibilidades.
#2 – A companhia tem muita dívida? Como são seus indicadores de endividamento? São equiparáveis aos seus pares? Qual o prazo médio de vencimento das dívidas? Se não estou confortável com a estrutura de dívidas da empresa, devo eliminá-la também.
#3 – A companhia está gerando caixa? O valor intrínseco de um negócio vem dos fluxos de dinheiro que ele é capaz de gerar ao longo do tempo. Geralmente, não investimos em companhias que estão perdendo dinheiro. Porém, há exceções.
Por que investidores como Buffett, Munger, Nick Sleep ou Mohnish Pabrai seguem uma estratégia de portfólio concentrado, sem muita diversificação?
Vamos fazer um teste:
Você acha que um empreendedor que mora em São Paulo e é dono de uma franquia do McDonald’s, uma revendedora de carros da BMW, dois andares de escritórios corporativos e um galpão logístico, dorme tranquilo de noite?
Muito provavelmente sim.
Agora pare para pensar: não é a mesma coisa que ter um portfólio com 4 ativos?
E nesse caso, o empreendedor não se preocupa com concentração geográfica ou mais diversificação.
Joel Greenblatt é um dos melhores investidores da história, com um retorno médio de 40% ao ano durante longo de 20 anos.
Greenblatt também é professor na Universidade de Columbia.
Nesse post, trago um trecho da aula inicial de Greenblatt em Columbia.
Joel Greenblatt: “É muito claro - escolha qualquer empresa que desejar - o preço é muito volátil em curtos períodos.
Não faz sentido para mim que os valores reais de tais empresas sejam tão voláteis quanto os preços, e aí que está uma grande oportunidade.
Todas essas empresas com negócios consolidados, os valores (capacidade de gerar dinheiro) não estão flutuando tão amplamente quanto os preços.
Peter Lynch conta que em 1989 recebeu um telefonema de Warren Buffett.
Quem atendeu o telefone foi a filha de Lynch, que, ao passar o telefone, disse ao pai que um “sr. Buffett” estava na linha.
Lynch achou que eram alguns amigos tirando onda com a cara dele, pois sua filha tinha apenas 6 anos. Ao atender o telefone, Peter Lynch ouviu:
“Aqui é Warren Buffett de Omaha, Nebraska, e eu amei seu livro One Up on Wall Street. Eu gostaria de usar uma frase dele no meu relatório anual. Eu preciso usá-la. Posso usá-la, por favor?”
Juros compostos são a oitava maravilha do mundo. Porém, curvas exponenciais não são intuitivas para o ser humano.
Por exemplo, se você dobrasse 50 vezes pela metade uma folha de papel de 0,1 milímetro de espessura, qual você acha que seria a espessura no final?
50 milímetros? 1 metro? 1 quilômetro?
Não.
A resposta é 112 milhões de quilômetros. Para ilustrar, a distância da Terra até o Sol é de 150 milhões de quilômetros.
Isso é uma curva exponencial. Nada intuitivo, né?
Outro exemplo: Pense que você ganha $1 hoje e que esse valor dobra todos os dias até o final do mês. Quanto você teria no final do dia 31?