O bizarro caso do misterioso cadáver não reconhecido por mais de 70 anos:
Em 1º de dezembro de 1948, o corpo de um homem foi encontrado em uma praia de Somerton, Austrália. Ele estava na areia, ao lado de uma escada com acesso a praia, em perfeito estado, de terno — algo questionável — pois era verão na época.
O homem tinha aproximadamente 1,80m de altura, aparentava ter 40 anos, cabelos ruivos com fios brancos e olhos castanho claros. A princípio, a polícia notou que as roupas do sujeito não haviam nenhuma etiqueta para que pudesse ter um ponto de partida.
Averiguaram então seus bolsos, onde encontraram 2 passagens de trem, pente de cabelo, chicletes, e uma carteira de cigarros na qual a caixa mostrava uma marca, porém os cigarros dentro eram de outra.
Sua posição ao ser encontrado também era uma dúvida aos policiais: notaram que o braço esquerdo do homem estava reto e o direito estava dobrado em frente ao corpo. O corpo foi levado à exame pericial para tentar descobrir algo a mais.
O patologista indicou no laudo que alguns órgãos estavam 3 vezes maior que o normal (como o baço e os rins), além de sangue e alimento misturado em seu estômago, dando o resultado final como “hemorragia gástrica aguda, congestão extensiva do fígado e baço, e congestão do cérebro”
“Estou convencido de que a morte não foi natural (...) suponho que o veneno utilizado pode ter sido um barbitúrico ou um hipnótico solúvel”, disse o patologista.
A impressão digital foi tirada e espalhada por vários países, e, além da foto do corpo em perfeito estado circular em várias mídias, não houve nenhuma procura ou identificação do homem, que foi embalsamado no dia 10/12/1948.
Em 14/01/1949, em uma estação ferroviária de Adelaide, descobriram uma mala marrom, que havia sido colocada no guarda-volume do local no dia 30/11/1948, por volta das 11h da manhã. Dentro do objeto — este também sem etiqueta — haviam peças de roupas como roupão, cuecas [..]
[... ] pijamas, utensílios de barbear, uma chave de fenda de eletricista, um pincel de estêncil, uma faca de mesa reduzida a instrumento de corte curto e afiado, ou seja, reduzido a uma arma branca, e um par de tesouras usadas em navios mercantes.
Em uma gravata, uma camisa e um saco de lavanderia foi encontrado o nome “T. Keane”. Em investigação, a polícia não achou ninguém que poderia ter esse nome. Um marinheiro até chegou a ser rastreado, porém os colegas dele negaram que aquele corpo poderia ser de “T. Keane”.
Entre as roupas na mala, notou-se um casaco específico, no qual era feito sob medida, marcado a costura no corpo, e o bordado era padrão dos Estados Unidos, dando a pista de que o homem misterioso havia estado no país ou havia comprado o casaco de alguém com o corpo parecido.
Após mais investigações, foi descoberto um compartimento secreto dentro do bolso da calça do homem misterioso, onde havia um papel retirado de um livro escrito “Taman Shud”, que significa “fim”, em persa. Aquele papel fazia parte da coleção de poemas Rubaiyat, de Omar Khayyām.
A foto do papel foi espalhada por jornais, e um homem foi até à polícia, dizendo que na noite do dia 30/11/1948, seu carro estava destrancado, e uma edição rara do livro estava no banco de trás. Ele não sabia do que se tratava até ver nos jornais.
Uma perícia foi feita no livro, descobriram algumas anotações a lápis feita na parte de trás, formando uma espécie de código, que não foi descoberto até hoje. Um número de telefone também foi achado no verso do livro, porém não constava no catálogo telefônico.
Era o número de uma enfermeira que morava a 800 metros do local onde o corpo misterioso foi encontrado. Ela declarou que trabalhava em um hospital durante a 2ª Guerra, além de ter dado uma cópia do livro a um tenente chamado Alfred Boxall.
Pouco tempo depois, ela se mudou e se casou. Alfred chegou a enviar cartas, mas a mulher respondeu dizendo que havia se casado. Disse também que no final de 1948, um homem misterioso havia perguntado aos vizinhos sobre ela.
Com um busto de gesso que a polícia havia feito com a aparência do homem, a mulher negou conhecê-lo. Após investigar, descobriu-se que Alfred Boxall estava vivo. Ele continuava com o livro que a enfermeira havia dado a ele, sem nenhum rasgado no final.
A polícia, sem mais pistas, encerrou o caso. O corpo foi enterrado e, misteriosamente, sempre apareciam flores no túmulo. Trinta anos depois, uma emissora australiana fez um especial sobre o caso, porém a polícia optou por não fazer nenhuma declaração.
A mala foi destruída em 1986, porém o busto de gesso continua inteiro, e acabou se tornando um ponto de visitação turística. Já o corpo, por ter sido embalsamado de maneira errada, teve seu DNA destruído. Em 2013, houve uma pequena reviravolta no caso.
Foi descoberto o nome da enfermeira que havia sido interrogada pela polícia, ela havia pedido sigilo na época, porém descobriram anos depois que seu nome era Jessica, e sua filha, Kate, deu entrevista à um programa australiano, dizendo que sua mãe conhecia o homem misterioso.
Ela disse que Jessica poderia ser responsável pela morte, que os dois poderiam ter um caso, e que ambos eram espiões russos. Kate pediu para que exumasse o corpo para um possível exame de DNA, porém pelo erro de embalsamento, isso não seria possível — além da justiça ter negado.

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