Ação Direta é talvez o principal conceito do Anarquismo.
Surgiu em meio a experiência de luta dos sindicalistas revolucionários que desde a Associação Internacional dos Trabalhadores defendiam que a emancipação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores.
A Ação Direta então se desenvolveu como expressão do Sindicalismo Revolucionário em suas mais diversas táticas: A GREVE, A SABOTAGEM, O BOICOTE, O PIQUETE, A MANIFESTAÇÃO.
A Ação Direta, Segundo Émile Pouget: "Significa que a classe trabalhadora não ESPERA nada dos homens, potências ou forças fora dela, mas que CRIA SUAS PRÓPRIAS CONDIÇÕES de luta, e extrai de si mesma, seus meios de ação".
Para ele, "A ação direta é o poder dos trabalhadores aplicado a propósitos CRIATIVOS: é a força que atua como parteira de uma nova lei - a lei do povo"
A Ação Direta, em contraste com a Ação Política Parlamentar, é um processo de autoformação e autoinstituição dos trabalhadores.
Para a anarquista americana Voltairine de Cleyre, a ação política parlamentar é a ação indireta, que busca e apela a intermediários como representantes políticos. A ação politica indireta assim não chega a raiz do problema social: a contradição entre exploradores e explorados.
A Ação Direta é assim a unidade entre teoria e prática para o anarquismo, é a expressão do sindicalismo livre, combativo e revolucionário, é o meio de luta pelo qual os trabalhadores aprendem sobre seu potencial e desenvolvem sua autonomia na luta cotidiana contra o capitalismo.
"A Ação Direta encerra o ciclo dos milagres - milagres do céu, milagres do Estado - e em oposição à esperança nas "providencias" de qualquer tipo, proclama a prática da máxima: A SALVAÇÃO ESTA EM NÓS!".
Émile Pouget - AÇÃO DIRETA.
Deixamos de indicação para os estudos e discussões, três importantes textos sobre o tema:
Aos que insistem apenas na ação política, deixamos essa frase do anarquista ucraniano Piotr Arshinov:
"Proletários do mundo, olhem bem para os abismos de seu próprio ser, procurem a verdade e a compreendam vocês mesmos: vocês não a encontrarão em nenhum outro lugar".
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"Escritos a vermelho", de Voltairine de Cleyre. Publicado por Barricada de Livros, 2019.
Esse livro é uma antologia de textos escolhidos da anarquista norte americana Voltairine de Cleyre.
Nascida em uma família de tradição liberal, recebe o nome por seu pai em homenagem ao filósofo do iluminismo Voltaire. Sua mãe fazia parte do movimento abolicionista e era membro da Underground Railroad, rede abolicionista clandestina para a libertação de escravos.
"1 - O Sindicalismo Revolucionário se baseia na guerra de classes, tem por objetivo a união de todos os trabalhadores manuais e intelectuais em uma organização econômica que luta pela emancipação do jugo da escravidão salarial e da opressão do Estado.
Seu objetivo consiste na reorganização da vida social sob a base do Comunismo Livre, pelos meios de ação revolucionária da própria classe trabalhadora.
Considera que somente as organizações econômicas do proletariado são capazes de realizar esse objetivo, e, em consequência, seu apelo é direcionado aos trabalhadores em sua capacidade de produtores e criadores das riquezas sociais,
"Um cadáver ao sol - A história do operário brasileiro que desafiou Moscou e o PCB" de Iza Salles. Publicado pela Ediouro Publicações, 2005.
Neste livro, Iza Salles, jornalista e ex guerrilheira da Vanguarda Popular Revolucionária, nos conta a história de um nome esquecido da historiografia sobre o movimento operário brasileiro, Antonio Bernardo Canellas.
"Anarquismo e Revolução Negra, e outros textos do Anarquismo Negro." De Lorenzo Kom'boa Ervin. Publicado por Coletivo Editorial Sunguilar. 2015.
Tradução de Mariana Corrêa dos Santos e Revisão de M. Ponciano
Essa é a primeira edição brasileira do livro do anarquista norte americano Lorenzo Kom'boa Ervin.
Ervin é um importante militante da Libertação Negra nos EUA. Foi membro do Partido dos Panteras Negras. Em 1969, acusado de matar um líder da KKK, sequestrou um avião em direção a Cuba e posteriormente buscou asilo na Checoslováquia.
"Escritos Revolucionários" de Errico Malatesta. Publicado por @editorahedra , 2007.
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Organização e tradução de Plínio Augusto Coêlho. Introdução de Max Nettlau.
Nesse livro, encontramos uma seleção de importantes artigos do anarquista italiano Errico Malatesta, publicados em sua maioria para diversos jornais da imprensa operária e anarquista.
Encontramos os mais variados temas aos quais se comprometeu em sua vida, os temas da organização política anarquista, da tática e estratégia revolucionária, da questão militar e da violência revolucionária, a relação entre anarquismo e sindicalismo e questões éticas e morais.