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Thread "A máscara caiu: o princípio do fim de Bolsonaro ou o que aconteceu esta Sexta-feira (e nos idos de Março)"

A presente thread procura explicar a trama que foi revelada esta Sexta-feira dia 25, na #CPIdaPandemia. Ela vai ser longa, mas acredito que vai valer a pena.
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Quem me segue, sabe que 1) sigo a situação do Brasil e, mais recentemente, a #CPIdoGenocidio; 2) não sou jornalista, político, etc. Não tenho acesso a informação ou meios privilegiados. Não sou sequer Brasileiro. Sou Português, solidarizado com o sofrimento do Brasil.
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Se houver um ou outro erro, eu agradeço a correcção. Não será intencional. Mas tem como objectivo AJUDAR.

Quero desde já agradecer a quem ler a thread e a quem a retwitar, seja para Brasileiros, seja para outras pessoas. É importante que o mundo - em particular, ...
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... o Brasil - ganhe consciência do que está a acontecer naquele país e se mude esta situação. As vossas palavras simpáticas ajudam o meu alento, mas o mais importante é que isto chegue a mais gente, em particular a quem pode tomar decisões. Dar like só não ajuda, só...
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... satisfaz o meu ego. E não é isso que importa aqui.

A presente thread resulta, em grande medida, da audição da sessão do passado dia 25 da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mais alguma informação complementar.

Muita coisa passou despercebida e...
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... também faltava algum contexto, sobre algumas das coisas que foram circulando ao longo da sessão.

A sessão contou com o depoimento de Luis Ricardo Miranda, servidor público do Ministério da Saúde e seu irmão Luis Miranda, Deputado pelo DEM (Democratas, partido do...
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... chamado Centrão e da base do actual Governo). Para os distinguir, o servidor será designado por Ricardo (Miranda) e o irmão, por Luis (Miranda).

Um pouco de contexto: Ricardo é um servidor concursado, de um processo que envolveu entre 50 a 60 mil pessoas, em 2011.
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Ao contrário do que se tentou dizer, a meio da sessão, ele não foi nomeado pelo irmão, que só entrou para o cargo de Deputado em 2018. Justamente por não ser nomeado, mas sim concursado, tirá-lo do cargo é muito mais difícil. E parece que ele já era alvo de pressão...
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... há bastante tempo.

O papel dele é gerir um departamento de logística afecto ao Ministério da Saúde. Ele não mexe com negociações de materiais para o Ministério, nem com dinheiro, mas se ele não der aval para o seguimento do processo, este fica parado.
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Para que se entenda aa situação frágil dele, deixo esta pequena thread.

No centro desta história está a Precisa Medicamentos, a empresa de Francisco Maximiano, que era suposto ser ouvido na passada Quarta-feira, dia 23, ...

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... mas que faltou à sessão, alegando,através do seu advogado, que tinha de permanecer em quarentena, por ter estado na Índia.

O grande problema disto é que podia ter avisado com mais antecedência. Não podendo convocar outra pessoa, para ...
g1.globo.com/politica/cpi-d…
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... não perder tempo (a CPI está, para já, com um prazo de 3 meses, que agora, já se prevê, será alargado, por pelo menos requerimento do Senador @randolfeap - ainda mais agora, depois da sessão de dia 25), a sessão, sendo uma de Quarta-feira, foi usada apenas...
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... para votar requerimentos. Originalmente, as Quartas eram usadas para isso e as sessões iam de Terça a Quinta-feira, apenas. Mas com a intensificação dos trabalhos, as sessões de Quarta passaram a incluir inquéritos e a Sexta também passou a ser incluída, justamente...
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... pelo apertar do tempo.

A não comparência ocorre justamente depois de passado dia 16, na Quarta-feira aterior, terem sido votados e aprovados a quebra de sigilos bancários e comunicacionais de várias pessoas, incluindo Francisco Maximiano.
g1.globo.com/politica/notic…
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Destaque-se, também, que há uma série de documentos que o Ministério da Saúde tem - inclusive, sobre a Precisa - que foram requisitados pela CPI e que estão pendentes há cerca de um mês, sem aparente razão.

A Precisa está envolvida na aquisição da vacina Covaxin, da...
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... empresa Indiana Bharat Biotech. Esta thread assenta numa cronologia, por isso, peço atenção à sequência das datas.

As negociações começaram a 19 de Novembro de 2020, altura em que o Ministério da Saúde, sob a alçada de Marcelo Queiroga (quarto Ministro da Saúde...
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... de Bolsonaro e já inquirido na CPI duas vezes) reuniu com cinco desenvolvedores de vacinas, incluindo a referida Bharat Biotech, da Covaxin. Note-se que não há Precisa envolvida na conversa.

Porém, o Ministério esfria as esperanças, quando...
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... diz que não pode comprar vacinas, porque a legislação Brasileira não protege o Estado de possíveis problemas relacionados com as mesmas.

Por isso , em Dezembro, o Governo Bolsonaro faz um rascunho de uma Medida Provisória, para efeito...
g1.globo.com/politica/blog/…
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... mas misteriosamente abandona a ideia.

Esta Medida Provisória, aliás, veio na sequência das discussões que o Ministro anterior, Eduardo Pazuello (também já inquirido na CPI) tivera com a Pfizer, dizendo que «não podia aceitar a compra de...

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... vacina sobre a qual o fabricante não se responsabilizava».

A própria Pfizer enviou uma minuta da Medida Provisória, para salvaguardar o Governo. Mesmo assim, como sabemos, nada foi feito. A Medida Provisória, a ter sido aprovada, teria permitido a aquisição de...
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... não só da Pfizer, mas também da Janssen. Mas foi abandonada e a CPI já suspeitava que era para favorecer outras vacinas, em detrimento destas.

6 DE JANEIRO DE 2021 - O Governo edita a Medida Provisória para aquisição emergencial de vacinas, mas deixando de fora os...
22/147

... dois fabricantes referidos.

8 DE JANEIRO - Bolsonaro envia carta a Modi, a pedir antecipação de 2 milhões de vacinas da AstraZeneca/Oxford, produzidas pelo laboratório Indiano Serum e refere o interesse na Covaxin. Note-se que a vacina Coronavac da China...
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... e do Instituto Butantan, estava muito mais avançada (é, aliás, ainda aquela que hoje, vacinou mais gente no Brasil) mas Bolsonaro hostilizava-a constantemente.

18 DE JANEIRO - é o próprio Ministério da Saúde quem toma a iniciativa de enviar um ofício à Precisa...
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... para iniciar as negociações de aquisição da Covaxin. Fica-se sem perceber por que é que a Precisa aparece aqui, do nada. Até porque a Precisa já era conhecida do Ministério da Saúde.

Sobre isso, vamos falar mais à frente, quando chegarmos a Fevereiro - bear with me.
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20 DE JANEIRO - representantes da Precisa reúnem-se com a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sem a autorização da qual medicamentos não podem ser usados no país.

Vamos continuar aqui, neste tweet:

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- em Maio, o último lote, 4 milhões de unidades.

(dados de um vídeo do próprio Ministério da Saúde)

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