Discussões difíceis à parte, há uma coisa que não admito enquanto feminista: que pessoas se arroguem iluminadas, dizendo que as mulheres que expõem a sua nudez ou sensualidade na verdade o fazem porque são vítimas e não são livres, mesmo que digam que o são.
Mas o que é isto?
Uma coisa é falar de condicionamento. Essa é uma discussão filosófica sobre o livre árbitro e sobre a questão de saber se existem escolhas livres ou não.
Outra, bem diferente, é silenciar a priori as vozes das mulheres e rejeitar reconhecer a sua autonomia e independência. Juízo.
A nudez empodera umas, a modéstia empodera outras.
Liberdade individual tbm é isto: conferir a cada uma a sua própria interpretação de independência, expressão pessoal e conforto.
Não é por essa interpretação coincidir com o que é esperado numa sociedade machista que é inválida.
De repente, uma mulher que escolhe usar um vestido curto e mamilos visíveis é oprimida e necessariamente vítima e uma mulher que escolhe hijab também é vítima e oprimida.
Feministas, este não é o caminho.
Não podemos cair na esparrela de ficar iguais aos opressores.
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A Família Coxi não pediu qualquer indemnização, nem sequer quis criminalizar a conduta de André Ventura e do Partido Chega.
Ao invés, apenas pediu ao Tribunal cível que os ajudasse a dizer ao País não são o oposto dos "Portugueses de Bem" e que não são bandidos.
Segue o fio.
Os meus Constituintes são boas pessoas, gente trabalhadora, leal, bem-disposta e com sentido raro de comunidade e entreajuda.
Em Janeiro, foram instrumentalizados na campanha política da extrema-direita, perante milhões de pessoas, nem possibilidade de contraditório.
Pediram ao Tribunal que decretasse um conjunto de providências que permitisse atenuar os efeitos da ofensas cometidas: 1) O reconhecimento da ilicitude da conduta de AV e CH; 2) Uma declaração pública de retratação; 3) A abstenção de ofensas futuras; 4) A publicação da sentença.