*A dança das cadeiras do clubinho dos conservadores topzera no Ministério do Meio Ambiente*
Adivinha quem está lucrando, viajando de avião e mamando em cargos chaves no Ministério do Meio Ambiente e no governo federal?
Vem com a gente que a gente puxou mais essa capivara:
Quando Salles caiu, Bolsonaro nomeou Fernando Wandscheer Moura Alves para ser o número dois do Ministério do Meio Ambiente e também os “olhos do Planalto". Ele substituiu um PM, Biagioni, que era tolerado pelos servidores por “não ser negacionista”.
Moura Alves, agora secretário-executivo de Joaquim Pereira Leite no MMA, estava na Secretaria Geral da Presidência. Ele é conhecido de Bolsonaro e próximo aos filhos do PR. Seu pai é militar, o coronel Luis Vicente de Moura Alves.
Antes do MMA, Alves ocupou diversos cargos, inclusive o de secretário-executivo da Casa Civil...
.. e sabe quando ele virou SE da Casa Civil? Quando seu grande bróder, José Vicente Santini foi demitido do cargo em um escândalo em março/2020 porque usou um avião da FAB para ir a Davos e à Índia. Tudo em casa! Vamos conhecer essa amizade?
Na época da demissão de Santini, Bolsonaro disse que o que ele fez "não é ilegal, mas é completamente imoral”. Meses depois, ele foi absolvido das três acusações de fretar avião da FAB para viajar.
A família de Santini é toda de militares e ele mesmo serviu no exército. "Avô soldado, pai soldado, irmão soldado.
O irmão dele, Tenente Santini, já fez parte da Rota, a tropa de elite da PM-SP que acumula casos de execuções. Ele é vereador em Campinas e era considerado para disputar a prefeitura da cidade como candidato de Bolsonaro. Em defesa da moralidade, claro
Quando foi demitido, Bolsonaro declarou que as ações de Santini eram inadmissíveis. No entanto, Santini voltou à Casa Civil em outra função, nomeado justamente por seu amigo Moura Alves. Ambos acabaram demitidos.
(Demitidos, realocados, reajambrados, tudo temporariamente, tudo pra dar notícia e depois voltar)
Daí, um mês depois, Moura Alves foi reconduzido ao Planalto ao assumir a Secretaria Executiva do Ministério da Cidadania, então comandado por Onyx Lorenzoni - que antes chefiava o quê? A Casa Civil. Dá até tontura.
Nesse tempo que ficou fora dos corredores presidenciais, adivinha por onde andou Santini? Em outubro de 2020, ele colou no MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE e foi até chamado de “mentor” do “novo” Salles.
Santini estaria, segundo a revista, por trás da postura “abusada” de Salles, incentivando o então ministro a se aproximar da “ala ideológica do governo a partir do enfrentamento nas redes sociais”.
Coincidentemente nessa época, a conta de Salles chamou de "Nhonho" o então presidente da Câmara Rodrigo Maia. O Tweet veio à noite, enquanto Salles estava num bar em Fernando de Noronha bebendo com os bróder.
No dia seguinte, ele disse que alguém usou a sua conta indevidamente 👀👀👀👀👀
A própria revista diz que a postura ofensiva de Salles na rede viria também da sua aproximação com Santini, parte da "falange bolsonarista".
Aí enfim, um ano depois de ser demitido por voar VIP em avião da FAB, Santini Foi tornado auxiliar da Secretaria-Geral da Presidência, que passou a ser comandada novamente por Onyx depois de uma reforma ministerial. UEPA.
É uma dança das cadeiras um pouco difícil de acompanhar mas, basicamente, Santini e Moura Alves se alternam enquanto “números 2” de diversos órgãos ministeriais importantes desde o início do governo Bolsonaro. Eles também são amigões de longa data.
O TCC de Moura Alves na facul de Relações Internacionais inclusive agradeceu nominalmente ao parsa Vicente Santini.
Lá atrás, quando Santini assumiu o cargo de Secretário Executivo da Casa Civil (aquele que ele usou pra viajar de jatinho), foi substituído em sua função anterior por….. isso mesmo, você acertou: Fernando Wandscheer Moura Alves.
Santini e Moura Alves também são, segundo relatos da imprensa, amigos dos filhos do presidente. E, ano passado, Santini esteve na festa de niver do Fabio Wajngarten, em Maresias (SP), em plena pandemia.
(Wajngarten é aquele ex-governo que quase foi preso na CPI, lembra?)
Por que a gente tá tipo coluna de fofoca listando tudo isso? Porque a gente acha importante mostrar quem, por trás dos conchavos do atual governo, ajuda a operar o desmonte socioambiental.
Por exemplo, aqui, em 2019, Moura Alves está ao lado do Senador Davi Alcolumbre assinando um decreto que mexe com o processo de regularização fundiária das terras públicas do Amapá para destinar para atividades agrícolas.
O desmonte se dá assim: muita ideologia conservadora, zero conhecimento técnico e distribuição de cargos estratégicos para aliados políticos em uma inversão completa de papéis. Aparelhamento do Estado, é você?
E para mostrar que, enfim, tudo rola dentro de um clubinho de amigos. De uma família muito unida. De alguns poucos que decidem sobre o futuro de muitos. Petit comitê.
(aqui eles indo visitar o amigo trump <3)
E, ah, é tudo com o nosso dinheiro, né? E se alguém fizer mau uso tipo fretar avião militar como jatinho privado? É só recontratar um tempo depois em outro ministério ou secretaria. Ou chamar os bróders para passar aquele pano. Salários de quase 20 mil reais. Hakuna mamata.
Tudo filho de militar, né? Você sabe com quem tá falando? Deu ruim? Vou falar com papai.
O Sinal de Fumaça é um monitor da crise socioambiental brasileira. Para além de registrar os fatos, a gente também liga os pontos para responsabilizar quem está por trás.
Os principais beneficiados pelo PL da Grilagem serão os grandes e médio produtores, já que ele estende a eles a dispensa da vistoria in loco. Eles são 5% dos que aguardam titulação, mas detém 36% da área total.
O projeto de Lei 2633/2020, conhecido como PL da Grilagem, pretende "simplificar" a titulação de áreas rurais. Na prática, ela permite titular áreas em conflito ou desmatadas ilegalmente, diminuindo a necessidade de inspeção prévia e fiscalização.
O #PLdaGrilagem altera a data para que invasores de terras públicas sejam legalizados (2014) e autoriza que grandes extensões de terra (até 2500 hectares) sejam repassadas aos invasores sem vistoria presencial.
✊🏿✊🏾 A comunidade quilombola Pedro Cubas (SP) teve decreto assinado pelo presidente e caminha para a titulação definitiva de sua terra. Bolsonaro foi forçado pela justiça federal a assinar o decreto — o território fica próximo de Eldorado, cidade natal do ex-militar.
📣 Explicamos brevemente o que está em jogo com o adiamento do julgamento do Marco Temporal no STF, em ação do governo de Santa Catarina contra os Xokleng. Entenda aqui:
O senador Marcos Rogério está ficando conhecido em todo o Brasil por sua atuação como cão de guarda bolsonarista na #CPIdaCovid.
Mas de onde vem Marcos Rogério? Terá ele relação com a questão socio ambiental? 🤔🤔🤔
Puxamos esse fio e essa capivara aqui 👀👀👀
Natural de Rondônia, Marcos era do PDT, que hoje faz oposição ao governo Bolsonaro, onde ficou por dois mandatos. Mas hoje é do DEM, da ala mais próxima ao bolsonarismo. Foi vereador, deputado (2x) e está no seu primeiro mandato como senador.
Repórter de profissão e evangélico cada vez mais fervoroso, Marcos Rogério têm cada vez mais guinado em direção ao campo conservador e feito estardalhaço com políticas públicas direcionadas às minorias.
📣🌎Atualização Semanal no Monitor Socioambiental do Sinal de Fumaça
Elencamos toda semana em nossa linha do tempo conteúdos que retratam a conjuntura socioambiental do Brasil durante o período.
Confira aqui o nosso resumo do que aconteceu na última semana 🧵
📊Pesquisa @IPAM_Amazonia diz que brasileiros querem a preservação da Amazônia - em sua imensa maioria - mas não confiam no governo federal para fazer isso.
🌿 Câmara dos deputados vota urgência em reabrir a Estrada do Colono, no Parque Nacional do Iguaçu. Abertura ameaça fauna local e preservação de rincão de Mata Atlântica.