O imenso império Inca abrangia vastas regiões dos atuais países Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Equador e Colômbia.
Para manter a comunicação com um território tão extenso, um personagem fundamental: O chasqui, um eficiente mensageiro de correio na época.
Do quechua chaskiq ou chaskij, 'aquele que recebe e dá', Os chasquis eram os mensageiros do império Inca.
Seu trabalho consistia em viajar pelas ‘qhapaq’(estradas incas) transportando registros oficiais através dos ‘quipus’ (sistema de comunicação incaico através de fios e nós)
Os chasquis atravessaram a Cordilheira dos Andes, eram mensageiros que levavam informações e notícias pelos quatro cantos do império inca.
Por meio de um sistema de retransmissão organizado, as mensagens podiam viajar vários quilômetros sem pausa por 1 dia.
Eram escolhidos ainda crianças, onde se procurava qualidades físicas particulares, e eram treinados no corpo e na mente (especialmente na memória).
As idades do trabalho variavam entre os 18 e 20 anos, e quando terminavam o seu trabalho, regressavam às suas terras
Chegavam a cobrir distâncias de até 250 quilometros por dia, graças a excelentes redes de estradas incas, "qhapaq ñan" que facilitavam as rotas dos mensageiros
Além de informações, os chasquis também levavam encomendas, como comidas e objetos.
Esses mensageiros contavam com um sistema de "chasqui wasi" e "tambos" que eram casas construídas ao longo das estradas incas em intervalos que variavam de 6 a 9 km de distância entre elas. Ao chegar em uma dessas casas, repassava o seu quipo para outro chasqui e assim por diante
Levavam uma trombeta chamada pututu, que sopraram para alertar o próximo corredor, a fim de optimizar o tempo.
Usavam bolsas e tecidos em suas costas para carregar encomendas (lliclla, tecidos que até hoje são usados para carregar bebês) e na cabeça era comum uma pluma de penas brancas para se identificarem.
Além disso, sempre levavam em suas rotas, algum tipo de armamento improvisado
A folha de coca, sagrada para os incas, ajudou os chasquis a suportar melhor as suas cansativas viagens.
Eram uma das poucas pessoas no império a quem era permitido mastigar folhas de coca para o frio, para inibir a fome e a sede.
As mensagens eram enviadas de duas maneiras, através de quipus (cordas atadas) e oralmente, onde o chasqui tinha que memorizar a informação.
A mensagem era memorizada repetindo-a várias vezes em voz alta enquanto dois chasquis, o que transmitia a mensagem e o que a memorizava, corriam juntos uma seção até que o segundo conseguisse memorizá-la
Os eficientes mensageiros impressionaram até os invasores espanhois, que utilizaram o sistema de corredores durante um tempo.
Além disso, os mensageiros incas ja foram até mascotes da Copa America em 2004
Inspirados nos tecidos usados pelas mulheres indígenas nos Andes, na cidade boliviana de El Alto foi construída uma arquitetura inspirada nas culturas originárias andinas.
Chamada de arquitetura neo-andina; Vocês conhecem os edifícios "cholets"?
Inspirados nos tecidos originários (aguayos), os edifícios se destacam no ambiente frio e de prédios de tijolos de El Alto.
Normalmente são lima e esmeralda, salmão e framboesa, com painéis geométricos e janelas como espelhos.
Apelidados de "cholets", uma mistura de "chalés" de alta classe e a palavra que por anos foi usada de forma pejorativa "cholo" ( a gíria foi criada com conotação racista contra indígenas, mas atualmente foi ressignificada e usada com orgulho por pessoas indígenas)
Nem porquinho nem veio da Índia! Conhecido no Brasil como “porquinho da Índia”, e como “cuy” em países andinos, na verdade esse bichinho é um roedor originário da América do sul!
Tudo indica que o "cuy" foi domesticado há mais de 6.000 anos nos Andes, pelos povos originários.
O nome "porquinho da Índia" tem uma possível explicação: No final do séc XV, navegantes europeus procuravam novas rotas marítimas para chegar ao mercado de especiarias da Índia.
Ao desembarcarem na América do Sul, pensaram estar na Índia. E assim, o nome dos roedores se originou
A primeira evidência do uso humano desses roedores data de cerca de 9000 anos atrás por comunidades andinas e serviam de alimento, mas foram domesticados já em 5.000 AEC, nos andes equatorianos-colombianos, devido à diversos achados arqueológicos na área em contextos culturais.
Cruz andina, a Chakana, se constitui no elemento principal do ordenamento territorial, social, econômico e político das sociedades andinas de Abya Yala.
No dia 3 de maio a constelação do Cruzeiro do Sul assume a forma de uma cruz.
O nome ancestral da Constelação do Sul era Jach’a Qhana (Grande Luz). É uma ponte entre a sociedade, a natureza e os seres sobrenaturais, que permite ao homem andino interagir com o cosmos.
O mês de maio representa o início de um novo ciclo que é marcado pela constelação Cruz del Sur, que está em seu ponto mais alto e vertical em nosso céu.
Esta posição anuncia a época da colheita e o início de um novo ciclo de vida.
Com saias típicas, chapéu de coco e tranças, um grupo de senhoras escalam montanhas e usam aguayos em vez de mochilas nos ombros
Desde 2015, o grupo de indígenas aymaras estão superando muito mais do que grandes alturas. Elas são as "Cholitas escaladoras"
Um grupo de mulheres bolivianas de origem aymara, cansadas da profunda desigualdade e violência de gênero em seu país, além da forte rejeição e discriminação por serem indígenas, decidiram romper estereótipos e conquistar os picos mais altos do mundo.
Algumas das protagonistas desta história já vinham trabalhando com os seus maridos há algum tempo como cozinheiras ou guias para turistas de montanha.
No entanto, nunca tinham escalado montanhas, porque tinham sido levadas a acreditar que "não era para elas".
Praticamente do tamanho de um gato doméstico, El Titi ou Gato Andino é um felino selvagem que vive na cordilheira dos Andes 🐈
Considerado o felino mais ameaçado da América, El Titi é uma das espécies menos conhecidas do mundo.
Seja em aymara, conhecido como “Titi”, ou em quechua como “Chinchay”, embora não seja muito popular no continente, o gatinho andino tem vários nomes e lagos como o Titicaca ou o Lago Chinchaycocha fazem referência ao seu nome, em aymara (titi) e quechua (chinchay).
O felino está presente em tecidos, esculturas, e pinturas do período incaico e muito antes dele, o que mostra sua importância na cosmovisão do mundo andino.
Além disso, o geoglifo encontrado recentemente de um enorme gatinho, provavelmente foi feito em sua homenagem.
Fotógrafo descendente quechua, peruano, Martin Chambi Jiménez foi um dos primeiros grandes fotógrafos de origem indígena da América Latina.
Sua obra foi declarada Patrimonio Cultural da Nação, e é um dos nomes mais importantes para a fotografia. 🇵🇪 🧵
Chambi nasceu em 1891, às margens do Lago Titicaca, entre o Peru e a Bolívia.
Se dedicou a registrar a população originária do país, principalmente os quechua e aymaras. Por sua origem indígena, teve uma abordagem mais humana, diferente da forma exótica comum à época.
Registrou a humildade da vida andina sem desrespeitá-la, tornando seu trabalho reconhecido mundialmente, dando luz ao até então desconhecido Andes.