Comecei a ler um livro chamado "A Medicina no Banco dos Réus" que conta a história da médica Virginia. Para quem é jovem demais, esse caso ocorreu entre 2006 e 2013, quando uma médica lá de Curitiba foi acusada de antecipar a morte de pacientes da sua UTI. #threadconhecimento
Lembrando que naquela época (2017) ela foi inocentada pois as provas apresentadas pelos promotores não eram conclusivas quanto a culpa dos réus.
Já em maio desse ano (2021): Conforme decisão, tomada pela 1ª Câmara Criminal do TJ-PR, ela deve responder por homicídio doloso.
A médica que era chefe da UTI do hospital foram acusados de antecipar a morte de sete pacientes no período citado a cima (2006 - 2013).
De acordo com a denuncia da época, ela e os demais réus foram acusados de usar técnicas médicas para que os pacientes viessem a óbito.
E qual era o objetivo de acordo com a denuncia? Liberar leitos na unidade.
A defesa da médica que inclusive são os autores do livro citado a cima diz que "a médica é inocente e em toda a sua carreira tomou decisões baseadas em literatura".
Em junho de 2013 a revista Piauí trouxe uma reportagem sobre "A doutora"
E esse é considerado um dos casos mais chocantes dos últimos anos que vem a público.
Para quem não sabe sempre trago threads de curiosidades/conhecimento sobre saúde/medicina/ciência. Algumas eu disponibilizo na outra rede social instagram.com/jonathanvicentt
No dia do livro (anteontem) eu tinha prometido montar um fio de leituras sobre saúde da população negra, medicina, racismo cientifico e iniquidade na saúde, além de leituras sobre marcadores sociais, raciais e gênero na saúde. Então vamos de indicações de leitura. Segue o fio(:
A ideia veio ao ver o fio de uma estudante de medicina negra britânica, ela indica leituras p/ estudantes e profissionais da saúde saírem da bolha euro.
Decidi trazer algumas indicações, e alguns textos podem não ter tradução para o português, peço desculpas em relação a isso.
Para começar eu sugiro uma introdução, e nesse pdf a seguir nos ensina as assimetrias econômicas, exclusões, vulnerabilidades, biociências e pesquisas em seres humanos. Assuntos como evidências de racismo na assistência e na pesquisa em saúde.
Depois da thread sobre bioética, sugeriram q/ fizesse outra. Hoje vou contar sobre Rom Houben, o jovem belga foi colocado como se estivesse em 'coma', mas que na verdade estava consciente e ficou 23 anos na cama ouvindo tudo ao seu redor. #threadconhecimento
Em 1983, Rom Houben sofreu um acidente de carro aos 23 anos de idade oq/ o deixou completamente paralisado. Ele foi submetido a alguns exames utilizados para diagnosticar se a pessoa encontrava-se em coma ou não.
MAS ... ele escutava e enxergava tudo oq/ acontecia a sua volta, embora sem condições de comunicar-se com familiares e médicos.
Então foi diagnosticado como se estivesse em coma. A família de Rom nunca se conformou com o diagnóstico inicial, então fizeram de tudo.
Esse perfil já falou da doação de sangue, plaquetas, em breve outras doações também. Mas hoje eu vou falar de algo muito importante, a doação de cabelo para confecção de perucas p/ pacientes. Muitos acreditam que precisa raspar a cabeça, mas não é bem assim, vamos de fio.
Ao contrário que muitos pensam, não importa muito se seu cabelo tem química ou é tingido.
A doação de cabelo pode ajudar pacientes que passarem por tratamentos fazem perder o cabelo, e que tem impacto na sua autoestima.
Algumas organizações, como Cabelegria, Rapunzel Solidária e Banco de Perucas Laço Rosa são as mais conhecidas.
Mas qual o processo?
1) o cabelo deve estar totalmente seco e limpo p/ não mofar. 2) o corte deve ser feito preso por um elástico (corte 3 dedo acima do elástico).
Ao escolher a instituição que vai diplomar-se (na Biomedicina no caso) sempre analise se a grade da instituição está mais direcionada para a área de pesquisa/acadêmica ou área clínica. Para depois não se desapontar no final e/ou ficar perdido no meio do caminho.
Digo isso pois muitas instituições formam biomédicos com pouco conhecimento acadêmico, por ter formado um profissional mais inclinado p/ as análises clínicas, e isso faz com que se desapontem no final ou fiquem desorientados posteriormente.
As grades estão se tornando muito simplistas se formos observar a diferença com alguns anos atrás, oq/ não deveria acontecer. Por ser uma área criada especificamente para ser acadêmico, o foco acadêmico deveria que ser priorizado.
Em 14 de Abril de 2003, o Projeto Genoma Humano (mapeamento e a identificação de todos os nucleotídeos) era finalizado (c/precisão de 99,99%). Um dos projetos mais ambiciosos da ciência contou c/ 5 mil cientistas, 250 laboratórios e 3-53 bilhões de dólares. #hojenaciencia
Contou com a participação de diversos países, como EUA, Brasil, Israel, Alemanha, Japão, Dinamarca, Itália, entre outros. Entre os anos de 1990 e 2003.
Com esse grande projeto, conseguimos identificar alguns genes de doenças desconhecidas, além de promover tratamento.
Um grande exemplo é a ELA (Esclerose lateral amiotrófica) com o conhecimento dos genes possibilitando evitar o desenvolvimento, porém estão aprimorando ao longo do tempo.
Existem algumas polêmicas sobre o projeto como por exemplo, a eugenia.
Dias atrás estava conversando c/ um amigo sobre a importância de sempre vincular a Bioética c/ questões raciais e marcadores sociais. Esse tema entrou em discussão após falar sobre o Estudo Tuskegee (da qual levou 600 afro-americanos a não receberem tratamento p/ sífilis).
Como muitos não conhecem essa bárbarie vou explicar +/- como funcionou.
Entre os anos 30 e 70, em Tuskegee no Alabama, um experimento (de má conduta) utilizou 600 homens afro-americanos (399 com sifilis e 201 sem sifilis) serem privados de terem o tratamento.
O motivo? Os pesquisadores queriam observar a história natural da doença.
Além de não serem informados sobre o verdadeiro intuito da pesquisa, todos os envolvidos no estudo foram induzidos a acreditar que receberiam um tratamento adequado, bem como alimentos, remédios, etc.