AINDA SOBRE O BOICOTE DA BEN & JERRY'S A ISRAEL (SIM, A ISRAEL, NÃO APENAS À CISJORDÂNIA)
A polêmica decisão da marca de sorvetes Ben & Jerry's de cessar suas operações na Cisjordânia e Jerusalém Oriental gerou dúvidas, desinformação, explicações que omitem dados e manipulam fatos para tentar encaixar parte da realidade em uma agenda política ideológica.
Alguns pontos que devem ser levados em consideração para entender que, de fato, a Ben & Jerry's tem como objetivo boicotar Israel como um todo há muitos anos:
• A marca Ben & Jerry's foi comprada pela Unilever em 2000, porém, de acordo com o contrato, o conselho da Ben & Jerry's manteria o controle sobre questões sociais e decisões estratégicas de impacto social da marca, por meio de um conselho independente, fora da Unilever.
• Desde 2018, a Ben & Jerry's pediu à Unilever para cessar e não renovar o contrato com a fábrica israelense que produz os sorvetes.
• O CEO da fábrica da Ben & Jerry's em Israel, Avi Zinger, disse que resistiu por muito tempo a tentativa da marca de obrigá-lo a não vender além da linha verde (fronteira de 1967), sendo tal discriminação ilegal pela lei israelense.
Ao não acatar a decisão, a empresa anunciou que não terá o contrato que vencerá no final de 2022 renovado. Em outras palavras, ele não poderá mais fabricar sorvetes Ben & Jerry's de forma definitiva.
• A decisão da Unilever é uma resposta à pressão de extremistas que odeiam Israel, alguns deles membros do conselho independente da Ben & Jerry's. A empresa está capacitando esses extremistas, e não grupos que apoiam dois estados e simplesmente se opõem a assentamentos.
• A pressão de ativistas anti-Israel sobre o conselho da Ben & Jerry's aumentou após a última guerra entre Israel e Hamas em maio deste ano.
• A campanha mais barulhenta pressionando a Ben & Jerry's e celebrando essa mudança rotula a localização de sua fábrica israelense como um "assentamento", quando ela está localizada em uma parte internacionalmente reconhecida dentro de Israel.
• Muitos ativistas anti-Israel na comunidade internacional consideram a Cidade Velha e o Muro das Lamentações em Jerusalém como "Território Palestino Ocupado". Obviamente, trata-se de território israelense sob soberania de Israel.
Ressalto que a exigência da Ben & Jerry's era que a subsidiária israelense deixasse de vender inclusive para supermercados na cidade velha, incluindo no bairro judaico, ao lado do Muro das Lamentações, por considerar este território “palestino”.
• O movimento BDS global, que tem como alvo todo Israel, está comemorando a decisão e usando-a para aplicar mais pressão sobre a empresa com o objetivo de que ela corte totalmente os laços com o país.
• Não é verdade que Ben & Jerry's realmente prometeu permanecer em Israel. A Unilever adicionou isso à declaração nas costas do conselho da Ben & Jerry's e foi duramente criticada pela presidente do conselho da empresa.
• O Conselho de Diretores independentes da Ben & Jerry's queria boicotar Israel em sua totalidade, mas foi impedido pelo CEO da sorveteria e pela controladora britânica Unilever.
"A declaração divulgada pela Ben & Jerry's a respeito de sua operação em Israel e no Território Ocupado da Palestina não reflete a posição do Conselho Independente nem foi aprovada pelo Conselho Independente", diz declaração do Conselho de Administração Independente da empresa.
• O conselho independente também divulgou um comunicado indicando que não quer encontrar outra maneira de continuar operando em Israel. Centenas de pessoas que trabalham na fábrica da Ben & Jerry's em Israel podem agora perder seus empregos.
• Um membro desse conselho da Ben & Jerry's declarou que a Unilever havia extrapolado sua autoridade ao prometer permanecer em Israel.
• É importante ressaltar que o BDS é um movimento movido por pessoas que desejam o fim do Estado de Israel e diversifica suas ações, ora promovendo a não cooperação com empresas de segurança, ora boicotando artistas e ora clamando pelo boicote econômico, +
sendo este tanto em toda Israel, quanto em território disputado, dependendo da estratégia de sucesso de tal boicote.
• A Ben & Jerry's é conhecida por manter uma forte agenda social nos Estados Unidos e em todos os países onde atua, tendo emitido opiniões em mídias sociais sobre questões nacionais, porém nunca havia emitido opiniões sobre política externa, muito menos promoveu o fechamento +
de fábricas onde o sorvete é vendido em países ditatoriais, por exemplo a Malásia e a Tailândia.
• A presença de Israel na Cisjordânia/Judeia e Samaria é um sintoma do conflito árabe-israelense e não a causa do conflito, que começou décadas antes, com a rejeição a existência de Israel como lar nacional do povo judeu por parte de lideranças árabes e palestinas.
Rejeição essa que segue até os dias atuais, principalmente, das lideranças palestinas.
• A solução para o conflito não está no boicote de marcas de sorvete, muito menos em "passar o pano" para o BDS seletivo, achando que o boicote apenas às comunidades israelenses na Cisjordânia aproxima as partes da mesa de negociações, +
+ quando na realidade o que ocorre é justamente o oposto. A solução para o conflito está na aceitação dos líderes da região, incluindo as lideranças palestinas, da existência de Israel como uma nação judaica independente, nas palavras do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden,+
e consequentemente, em negociações entre as partes para resolver os sintomas do conflito.
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
A dica de leitura de hoje é o livro “Hezbollah: The Global Footprint of Lebanon’s Party of God”.
Trata-se da primeira análise completa das atividades secretas do Hezbollah além das fronteiras do Líbano, incluindo suas redes de apoio financeiro e logístico e suas operações criminosas e terroristas em todo o mundo.
O Hezbollah - o "Partido de Deus" do Líbano - é uma organização multifacetada: é um poderoso partido político no Líbano, um movimento religioso e social islâmico xiita, a maior milícia do Líbano, um aliado próximo do Irã e uma organização terrorista.