Os Portugal Hammerskins (PHS) são o grupo neonazi mais violento em Portugal. Os seus membros foram responsáveis por vários ataques motivados por ódio racial, discriminação sexual e ideológica.
Criada em 2002, a sucursal portuguesa (chapter) faz parte da rede internacional neonazi Hammerskin Nation e já foi alvo de duas megaoperações da Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária.
A cultura bonehead entrou em Portugal na década de 1980 e teve como baluarte político o MAN, até este se autodissolver em 1992. Um grupo de militantes contrários à dissolução criou então a Frente de Defesa Nacional, cujos membros foram responsáveis pela morte de Alcindo Monteiro.
Mais de uma dezena foi acusada pelo homicídio e pelo espancamento de mais de 10 pessoas racializadas nas ruas lisboetas. Um deles foi Mário Machado, condenado a quatro anos de prisão por agressões a seis negros na noite de 10 de Junho de 1995.
Na foto: Alcindo Monteiro
* Mário Machado não foi responsável pela morte de Alcindo Monteiro, nessa mesma noite, pela simples razão de estar a espancar outros sujeitos racializados.
Mário Machado aproxima-se da Hammerskin Nation e, em 2002, oficializa o pedido de adesão para se criar um chapter em Portugal. Em 2005, estabelece uma aliança com José Pinto-Coelho, facilitando a sua ascensão à liderança do PNR, em troca da sua entrada no partido.
Em 2012, Machado é novamente condenado, desta vez a 10 anos de prisão. Para aceder à redução de pena, denuncia os seus camaradas da PHS, nomeadamente como faziam assaltos. Em maio de 2014, anuncia a sua saída, acusando-os de serem um “caso de polícia''. Os PHS não o perdoaram.
Nuno Cláudio Cerejeira e Bruno Monteiro tomam as rédeas da organização da PHS. Conseguem atrair novos recrutas e com eles mais atos de violência ocorreram. As autoridades registam ataques contra 18 pessoas, as quais um sindicalista e um jovem negro que por pouco não morreram.
Em junho de 2020, o MP acusa 27 PHS por crimes de discriminação racial, religiosa e sexual, ofensa à integridade física, incitamento à violência, homicídio qualificado tentado, tráfico de estupefacientes e de armas, entre outros.
A Aginter Presse, oficialmente uma agência de imprensa com sede em Lisboa, foi uma das múltiplas coberturas que organizações europeias de extrema-direita usaram para implantar redes de espionagem por conta dos serviços secretos de Estados ocidentais.
Estabeleceram acordos de colaboração e operações próprias da "estratégia de tensão" com o fim de levar ao colapso os alicerces de governos de esquerda em qualquer lugar do mundo, que incluíam o uso de falsos movimentos de libertação, ou golpes de estado clássicos.
Começaram em África e depois passaram para a Europa. A ditadura portuguesa usou esta rede pois precisava de todas as armas para conduzir uma guerra colonial em três frentes militares, mas também para a frente diplomática, onde chegou a estar impedido de atuar no terreno.