Estudo 🇧🇷 do incrível Maurício Nogueira e colab. (@Virology_FAMERP ) trazendo dados sobre a variante #Gama (P.1) e a associação com um aumento do risco de mortalidade e severidade da COVID-19, principalmente em populações com baixa cobertura vacinal
Acompanha 🧶👇
O estudo foi feito a partir de dados de São José do Rio Preto, durante Out/20-Jun/21, em que as linhagens + prevalentes em circulação, nesse período, eram:
🦠B.1.1.28
🦠N.9
🦠P.2
🦠P.1
🦠Outros (que inclui B.1, B.1.1, B.1.2, B.1.1.373, B.1.1.33, B.1.1.332, B.1.1.7 e P.1.1)
A predominância das linhagens mudou ao longo do tempo, mas em Jan/21, detectou-se a P.1 (#Gama), e um rápido aumento na prevalência foi observado, atingindo mais de 96% dos genomas sequenciados de Mar-Jun/21, substituindo assim a P.2 e outras linhagens
Ainda, o estudo mostra que, em abril de 2021, VOC B.1.1.7 (#Alfa) foi detectada pela primeira vez no município e, apesar de sua baixa frequência, foi a única variante identificada em Mai-Jun/21 junto com P.1.1 além da P.1 (#Gama)
Um dado super interessante do estudo foi das múltiplas introduções de diferentes linhagens do SARS-CoV-2 no município e em outras regiões. Por exemplo, a variante B.1.1.28, a linhagem ancestral de P.1 e P.2, foi introduzida no município várias vezes ao longo de pelo menos 5 meses
E a P.1 (#Gama) entra nesse balaio: a partir dessas diversas entradas e, somado às características da variante, a dominância de P.1 deslocou todas as outras variantes em circulação no município em menos de 2 meses (a partir de Mar/21)
Ainda, após algumas análises minusciosas desses genomas, os autores confirmaram que, a partir dessa ampla circulação, a P.1 (#Gama) já poderia estar se diversificando. Isso foi algo também falado bastante pelo @GrafTiago
Os óbitos mostraram um aumento acentuado à medida que a variante P.1 (#Gama) se tornou dominante. Para ter uma noção, o aumento foi em 162% ao comparar Jul-Set/20 a Mar-Abr/21.
Registramos muitos óbitos na faixa etária>70 anos durante toda a epidemia, porém as mudanças foram observadas dos grupos mais velhos para os mais jovens, à medida que P.2 diminuiu e P.1 (#Gama) dominou
Os casos não graves foram quase 10 vezes maiores do que os casos graves durante a maior parte do tempo da pandemia, no entanto, um aumento de 127% dos casos graves foi observado em março de 2021, correspondendo ao aumento de P.1 (#Gama)
Proporcionalmente, o maior aumento de casos graves foi observado em menores de 70 anos (aumento de 109% em comparação a Jan-Mar/21) em comparação com aqueles com mais de 70 anos, que tiveram 19% de aumento no período
Além disso, a vigilância diária dos leitos de UTI disponíveis para pacientes com COVID-19 no município revelou que a taxa de ocupação atingiu 100% apenas em alguns dias em março de 2021, correspondendo ao aumento da prevalência de P.1 (#Gama) e do nº de casos graves
No entanto, como nenhum colapso no sistema de saúde foi verificado, a maioria das mortes observadas a partir de Mar/21 possivelmente tem relação com uma acometimento mais grave da infecção via P.1 do que a falta de cuidados médicos apropriados
Com o início da vacinação no município, as análises dos autores revelaram que a vacinação foi associada a uma redução moderada no número de casos e a uma redução pronunciada em casos graves e mortes, destacando a proteção pelas vacinas
Dados como esses revelam várias coisas:
1⃣A ciência 🇧🇷 é fantástica e PRECISA de investimentos perenes! Podemos fazer MUITO pela sociedade, dentro e fora de crises.
2⃣Não devemos jamais subestimar variantes ou o risco de ter variantes ainda mais perigosas circulando/surgindo. O controle da transmissão é peça-central para lidar com isso
3⃣Vacinas salvam vidas e temos que acelerar a vacinação para alcançar a cobertura vacinal
Os autores destacam que a vacinação, além da grande proteção contra casos graves, também pode levar a uma redução da carga viral, o que pode implicar em uma disseminação menor de vírus no ambiente.
Ainda precisamos entender o quanto vacinados podem transmitir o vírus após o regime parcial ou completo de doses. Mas isso tudo só destaca a relevância em atingir a cobertura vacinal o mais rápido possível, tendo a maior adesão possível do público-alvo
E não podemos esquecer que:
1⃣MESMO VACINADO, todos devem seguir usando máscaras e fazendo distanciamento sempre que possível
2⃣Usar máscaras como PFF2 que trazem uma proteção maior (e temos em preços acessíveis, basta conferir @estoque_pff e @PFFparaTodos )
O que acho surpreendente no twitter é os "fiscais de conteúdo", me dizendo o que eu devo ou não devo abordar aqui. Gente, fazer ciência e divulgação científica não é trazer só boas notícias, só realidades bonitas. É mostrar o que é nossa realidade e criar meios de transformá-la.
Se eventualmente vocês acharem que algum fenômeno ou situação é horrível demais pra ser abordada, procurem se questionar porque estamos vivendo isso e como podemos mudar isso, não porque alguém está falando sobre isso com o intuito de informar e alertar.
Estamos sim em pandemia e o meu perfil, que é o perfil pelo qual posso falar, é focado sim em COVID-19 por enquanto. Mas não podemos e nem devemos estar alheios a tudo que ocorre ao nosso redor. Precisamos evitar que os incêndios aconteçam, não somente apagá-los uma vez presentes
Hoje tivemos a notícia de algo bastante relevante e preocupante: primeira detecção (e óbito) do vírus Marburg em Guiné🇬🇳
Isso é bastante relevante e preocupante. Vou comentar um pouquinho sobre esse vírus e sobre algumas implicações 👇🧶
O vírus Marburg (MARV) pertence a família Filoviridae (os Ebolavirus também pertencem a essa família, mas tem muitos outros membros).
Foi inicialmente descrito em 1967, durante uma série de surtos nas cidades alemãs de Marburg e Frankfurt 🇩🇪 academic.oup.com/jid/article/19…
Segundo relatos, os trabalhadores de um laboratório foram expostos a tecidos de macacos grivet infectados (Chlorocebus aethiops) em Behringwerke, uma importante planta industrial em Marburg. Durante os surtos, trinta e uma pessoas foram infectadas e sete morreram.
Primeiro lugar: respira (de novo)
Segundo lugar: vamos falar sobre o paper publicado em 06/Ago, na @ScienceMagazine sobre a CAL.20C ou #Epsilon - que já é uma conhecida nossa e que sabemos que tem escape parcial
Pega o chá de maracujá e vem 🧶👇
Meu primeiro fio sobre a #Epsilon, ainda chamada de CAL.20C foi em Mar/21, abordando seu possível surgimento, local e algumas informações quanto a mutações, que já nos indicavam algum escape imunológico
💉Vacina S-UFRJvac (de proteína S recombinante), será analisada em estudos de fase 1/2 caso a @anvisa_oficial aprove o pedido!
A solicitação para autorização do estudo clínico foi enviada à agência reguladora na última sexta-feira (6/8) metropoles.com/brasil/anvisa-…
A mesma técnica é usada em vacinas como a contra a hepatite B, o papilomavírus humano (HPV) e também em uma vacina recombinante contra a gripe.
Ciência 🇧🇷 PRECISA de investimento!
Segundo a profa. Leda Castilho, coordenadora do estudo, "Os estudos em animais já finalizados, feitos com as versões do IFA do vírus original e da variante gama, mostraram uma grande capacidade de induzir a formação de anticorpos." coppe.ufrj.br/pt-br/planeta-…
Trazendo alguns dados da Islândia 🇮🇸: apesar de a nova onda de casos (em virtude da #Delta ) ser bastante expressiva e preocupante, os óbitos seguem em baixa, fruto da proteção pela vacinação atingida por uma cobertura acima de 70% para o regime completo da pop. alvo 👇🧶
Segundo o covid.is/data observamos que muitos desses casos são de pessoas que forem infectadas e não estavam em quarentena no momento do diagnóstico. E isso é complicado quando vemos flexibilizações, não sabemos ainda o quanto vacinados contribuem para a transmissão.
Principalmente considerando um cenário com uma variante muito mais transmissível, como a #Delta. Ainda, segundo o site acima, vemos que a maioria dos casos são de populações abaixo dos 29 anos. Não encontrei infos sobre se essa população já está com uma boa % de regime completo
Muita gente me pediu na DM e nas respostas da minha foto da 2ª dose da AstraZeneca, então lá vai: 24h após a vacinação e apenas dor no braço :) na 1ª dose senti calafrio, febre, dor no corpo e bastante enjoo (durou ~2-3 dias conforme mencionado pelo estudo).
Tô super bem 😚💉
Com meu companheiro foi igual. Ele tem DM-1 e tomou um dia antes de mim (a 2ª dose). Apenas dor no braço, hoje já tá sem quase nenhuma dor.
Não faz sentido temer a segunda dose. Não faz sentido sequer temer a primeira dose. Se tu tem indicação e oportunidade, vacine-se!
Lembrando que: não sentir reações TAMBÉM É NORMAL!