Manchetes sobre a delta; sobre vacinação (vencida, por exemplo); sobre os sommeliers (menos de 10%); e sobre pequenos estudo de eficácia de anticorpos neutralizantes têm gerado um ruído enorme em busca de cliques.
Numa pandemia é normal que haja demora na consolidação das informações e enquanto essa consolidação não acontece, devemos agir com base no princípio da precaução (@schrarstzhaupt).
E é importante que notícias sejam apresentadas com o devido contexto, sem sensacionalismo.
A apresentação de dados preliminares como verdade absoluta acaba por confundir e tornar o processo de produção de conhecimento científico mais incompreensível pela população, gerando descrença e afastamento.
Dá trabalho contextualizar e apresentar os nuances? Sim, mas faz parte.
Uma reflexão:
Falar que dar uma 3ª dose, com outra fabricante, para os muito idosos que tomaram Coronavac é falar mal da Coronavac? Não. Nem se você ignorar a caracterização: PARA OS MUITOS IDOSOS.
Adultos e jovem-adultos devem evitar a Coronavac? Claro que não…
… até porque ela tem baixíssima reatogenicidade e uma boa proteção contra hospitalizações e óbitos nessa faixa etária.
Mas seria melhor parar a vacinação dos mais jovens para dar a 3ª dose para os muito idosos? Na minha opinião NÃO. Explico o porquê:
Temos muitas vacinas chegando e vacinar os muito idosos tende a demorar mais que vacinar mais jovens (facilidade de locomoção e curva logística).
Poderíamos perfeitamente manter a vacinação atual, e abrir a vacinação com a 3ª dose com AstraZeneca ou Pfizer ao mesmo tempo.
Segundo dados consultados no site do @vacinacovidbr, até o final de setembro, em doses contratadas, teremos mais vacina do que o necessário para dar 2 doses em 75% dos adultos.
Por isso que é perfeitamente possível vacinar todos os adultos com ao menos uma dose até setembro.
É capaz até que a vacinação de maiores de 18 seja liberada já no final de agosto.
Temos duas explicações para isso:
O espaçamento de 3 meses entre doses; e
Os gestores entenderam que não precisam vacinar 100% das pessoas de uma idade, para iniciar a vacinação da próxima idade.
Vi alguns comentários por aqui que a atriz, como formadora de opinião, fez um grande desserviço ao popularizar o ata de ser sommelier/degustadora de vacina.
Em primeiro lugar, é importante relatar que a atriz não fez uma publicação informando que preferiria uma vacina a outra.
@OliveiraFabia_ noticiou um evento pessoal e particular (escolha e realização de um tratamento médico) como algo público. Se a informação tiver sido passada por algum profissional do local, além da violação da intimidade, haveria também um desvio ético.
E a conclusão lógica é que para não recomendarmos as valvuladas (já que não protegem o máximo possível os outros), deveríamos também não recomendar as de tecido e de procedimentos (o que seria um contrassenso).
@peroLaras foi responsável tb pela melhor reportagem já publicada sobre PFF aqui no Brasil e faz a primeira reportagem sobre as elastoméricas no Brasil.
Lembrando que Estado Unidos e Reino Unido têm usado elastoméricas com profissionais de saúde.
Obviamente q a fala do presidente, p/ + idiota, mentirosa ou factóide q possa ser, tem o poder de trazer o assunto p/ pauta nacional e hoje mesmo já teremos pessoas que já tiveram COVID-19 ou vacinadas querendo não usar máscara.
Tendo a pensar que essas já são pessoas que não gostam de usar máscara e usam qualquer uma, de qualquer jeito, só para constar.
Acho que o foco não precisa/deve ser nessas pessoas. Elas sempre existem e fazem parte de algo comum à saúde pública.
Em toda medida de saúde pública, sempre haverá uma parcela da população que evitará qualquer tipo de proteção (bareback no HIV, baremask na COVID) e um outro grupo que se protegerá em excesso (álcool em gel no pacote da batata palha).