Pessoas chocadas com o formato das finais de samba na TV, pelo visto, se esqueceram do programete feito durante a folia. Quem lidera o negócio parece achar que para estar na televisão aberta precisa sacrificar pedaços da festa, cortar, minguar e, em último, asfixiar.
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Acho que o ritual das escolas, se bem feito e pensado, é vendável à beça. Falta autovalorização. Não concordo com a teoria de que para alcançar mais público e ser “sexy” precisa - justamente - sacrificar o que é sexy no calendário do festejo.
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No mais, bastavam as lives feitas por cada escola e uma divulgação destas em algum programa a posteriori. Seguiríamos com a surpresa do anúncio na hora H, mantendo o rito, e a TV entregaria a tal escala sonhada.
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Na boa, nem sei porque escrevi isto, nenhum dono do business sabe o tamanho desse troço todo ou lê coisa alguma. “Mais vale a simplicidade a buscar mil novidades e criar complicação”. Minha simplicidade - hoje - é cerveja na mão e a caça à boa e velha emoção. E tá bão!
Mais um adendo: por que a fixação com a TV aberta e não tentar a íntegra das finais por um canal pago das Organizações ou seu serviço de streaming? Pensaram nisto?
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Na sociedade maniqueísta/binária, a TV assumiu a estética do game para segurar pessoas. O Big Brother, o The Masked Singer... Tudo rola na lógica da gamificação. Atuo tb com comunicação interna e divulgar por jogos engaja. Ora, ESCOLA DE SAMBA é um "game" secular de "aldeias".
Ocorre que quem vende o carnaval já parte da premissa de que seu produto é uma merda. O racismo estrutural brasileiro mata a autopercepção do quanto o desfile de saberes pretos engajaria - se bem trabalhado. E insisto: com a manutenção de todos os seus rituais fundamentais.
Além do homenageado per se, no enredo do #JorgeSilveira sobre #Adoniran, me comoveu, especialmente, uma parte. Foi a que a mão mais tremeu na hora de escrever:
“ (…) Já crescido, Adoniran viu-se um pouco em Geraldo Filme balançando o terreiro com a mão na zabumba,
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… Bebeu Dionísio Barbosa, o revolucionário folião da Barra Funda, fez ecoar o tambu de Henricão, que escreveu a glória do Bixiga e partiu levando saudades.
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Sambistas romeiros a encantar o espírito da Pauliceia e inspirar as fricções urbanas da obra do demônio sagrado que, ao contrariar a morte, regressa à sua Vila Esperança, aurora dos carnavais.
No Brasil, coronavírus é doença de rico. É doença de quem pode viajar pra fora com dólar a cinco (!!!) reais. É doença de muito rico, corrijo, sacando advérbio de intensidade. De patroas que cagam cheiroso contaminando empregadas domésticas.
FIO 👇👇👇
E podendo até matar as mais idosas. É doença de quem dá apoio a reformas que retiram recursos de saúde pública, por exemplo.
O coronavírus, aqui, é desgraça que assusta as elites e foi trazida... Por elas mesmas! Não deixa de conter poesia, ironia e até gerar certo regozijo, entre uma tosse e outra.
Como em todo pré-carnaval, eis as efemérides, fatos marcantes da vez ligados às escolas de samba.
Agora, para datas redondas e anos em 5, e que merecem celebração ou menção, em razão de importância histórica.
Mesa posta, embarque nesse enredo de datas do fio, meu povo.
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Há 85 anos (1935), a Portela ganhou seu primeiro título, ainda como Vai Como Pode. Sob o comando de Armando Passos, apresentou o enredo "O samba dominando o mundo", título que a escola considera uma espécie de profecia.
Há 60 anos (1960), Fernando Pamplona criou a revolução dos enredos negros do Salgueiro com Zumbi dos Palmares e pavimentou o caminho para a liderança dos carnavalescos na festa: Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Renato Lage, Maria Augusta, Max Lopes, etc.