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Como em todo pré-carnaval, eis as efemérides, fatos marcantes da vez ligados às escolas de samba.

Agora, para datas redondas e anos em 5, e que merecem celebração ou menção, em razão de importância histórica.

Mesa posta, embarque nesse enredo de datas do fio, meu povo.

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Há 85 anos (1935), a Portela ganhou seu primeiro título, ainda como Vai Como Pode. Sob o comando de Armando Passos, apresentou o enredo "O samba dominando o mundo", título que a escola considera uma espécie de profecia.
Há 60 anos (1960), Fernando Pamplona criou a revolução dos enredos negros do Salgueiro com Zumbi dos Palmares e pavimentou o caminho para a liderança dos carnavalescos na festa: Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Renato Lage, Maria Augusta, Max Lopes, etc.
Há 60 anos (1960), houve um empate quíntuplo na primeira posição Salgueiro, Portela, Mangueira, Império Serrano e Unidos do Capela.
Há 55 anos (1965), o Salgueiro era campeão no carnaval do Rio Quatrocentão (“História do carnaval carioca – Eneida”). Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues eram os carnavalescos, Joãosinho Trinta também trabalhava na escola.
Há 55 anos (1965), o Império Serrano desfilou com “Cinco bailes da História do Rio”, antológico samba que trazia na autoria Silas de Oliveira, Bacalhau e.... uma MULHER, assombro à época. A compositora? Dona Ivone Lara.
Há 50 anos (1970), a Portela faturava o carnaval com o mítico “Lendas e Mistérios da Amazônia”, reeditado 34 anos depois (2004).
Há 50 anos (1970), a Mocidade Independente, ainda sem a presença do bicheiro Castor de Andrade, conseguiu, pela primeira vez, entrar no espaço das antigas “quatro grandes”. Ficou em quarto lugar com “Meu pé de laranja lima”.
Há 45 anos (1975), Joãosinho Trinta fazia seu último carnaval no Salgueiro. Foi campeão com “O segredo das minas do Rei Salomão”.
Há 45 anos (1975), a Beija-Flor fechava um ciclo de enredos de apoio ao Regime Militar com “O grande decênio”, modificando sua história e patamar a partir do carnaval seguinte, com Joãosinho Trinta, o seu grande renovador.
Há 40 anos (1980), a Imperatriz Leopoldinense ganhou seu primeiro campeonato – “O que é que a Bahia tem?”, de Arlindo Rodrigues (empate triplo com Portela e Beija-Flor), entrando para o rol das grandes escolas de samba do Rio.
Há 40 anos (1980), a Beija-Flor faturou seu quarto título – “O Sol da Meia-Noite, uma viagem ao País das Maravilhas”, de Joãosinho Trinta (empate triplo com Portela e Imperatriz) – voltando ao topo depois do tricampeonato (1976, 77, 78).
Há 40 anos (1980), a Portela ganhou seu vigésimo campeonato – “Hoje tem marmelada”, de Viriato Ferreira (empate triplo com Imperatriz e Beija-Flor) – um dos desfiles mais empolgantes da história da festa.
Há 40 anos (1980), com a ida de Arlindo para a Imperatriz, a Mocidade abraça o genial Fernando Pinto e inicia um dos mais importantes casamentos estilísticos da festa. O primeiro desfile do enlace quatro décadas atrás, “Tropicália Maravilha”, ficou em segundo lugar.
Há 35 anos (1985), a Mocidade Independente faturou seu segundo campeonato com “Ziriguidum 2001 – Carnaval nas estrelas”, obra-prima do carnavalesco Fernando Pinto.
Há 35 anos (1985), a Caprichosos de Pilares consagrou seu estilo de crítica política com “Saudade”, carnaval de Luiz Fernando Reis que entrou para o rol das maiores apresentações da festa.
Há 30 anos (1990), a Mocidade Independente foi campeã com “Vira, virou, a Mocidade chegou” (estreia de Renato Lage e Lilian Rabello na agremiação), carnaval que revolucionou o conceito estético, sobretudo de alegorias.
Há 25 anos (1995), a Imperatriz faturava o segundo bicampeonato com “Mais vale um jegue que me carregue do que um camelo que me derrube, lá no Ceará”, da multicampeã Rosa Magalhães. A disputa direta foi com a Portela, que ficou com o vice (“Gosto que me enrosco”, de José Felix).
Há 20 anos (2000), a Imperatriz ganhou o carnaval que trazia a obrigatoriedade de temas relativos aos 500 anos do Descobrimento do Brasil. O título era: “Quem descobriu o Brasil, foi Seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do carnaval”, de Rosa Magalhães.
Há 15 anos (2005), a Beija-Flor faturava seu segundo tricampeonato (“O vento corta as terras dos Pampas. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani. Sete povos na fé e na dor... Sete missões de amor’, de autoria da Comissão de Carnaval, com Laíla à frente do time).
Há 15 anos (2005), Paulo Barros conseguia um vice-campeonato seguido para a Unidos da Tijuca (enredo “Entrou Por Um Lado, Saiu Pelo Outro... Quem Quiser Que Invente Outro!”) e consagrava definitivamente um novo patamar para a escola do Borel e seu estilo com alegorias humanas.
Há 15 anos (2005), a Portela protagonizou um dos maiores vexames na pista ao desfilar com a águia do abre-alas mutilada e barrar a entrada de sua velha-guarda. O enredo era “Nós podemos: oito metas para mudar o mundo!”, de Amarildo de Melo e Nelson Ricardo. Quase foi rebaixada.
Há 10 anos (2010), a Unidos da Tijuca voltou a ser campeã (o título anterior datava de 1936) com “É segredo”, de Paulo Barros, desfile consagrado pela genial coreografia em que a comissão de frente trocava de roupa em cena aberta.
Há 10 anos (2010), aconteceu o último campeonato de uma escola de samba que desfilou no domingo. A Unidos da Tijuca foi a terceira agremiação a entrar na Avenida no primeiro dia de desfile.
Há 10 anos (2010), a Unidos de Viradouro, para surpresa dos foliões, foi rebaixada, depois de um fraquíssimo desfile com o título “México, o paraíso das cores, sob o signo do Sol”.
Há 10 anos (2010), a União da Ilha abriu o Grupo Especial, depois de oito carnavais no Acesso. Enredo: “Dom Quixote de La Mancha, o cavaleiro dos sonhos impossíveis”, de Rosa Magalhães.
Há cinco anos (2015), a Beija-Flor foi campeã – no ano do Rio 450 anos – com o polêmico enredo “Um Griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade”, de autoria da Comissão de Carnaval.
Há cinco anos (2015), a Portela criou uma das mais impactantes águias de todos os tempos (fundida com o Cristo Redentor), para abrir o enredo “ImaginaRio, 450 janeiros de uma cidade surreal”, de Alexandre Louzada.
E que venham novas conquistas, personagens e momentos marcantes na passarela da ilusão...

(Fábio Fabato)
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